O termo 'burguesia' originou-se da palavra francesa 'bourgeoisie', que significa 'cidade'.
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Resumo
Este artigo investigou criticamente as transformações
societárias contemporâneas, com foco nos pilares estruturais que definem nossa
ordem social. Foram abordados temas como o trabalho assalariado, a propriedade
privada dos meios de produção, a relação entre burguesia e proletariado e a
busca pelo lucro. A análise desses elementos foi embasada em conceitos
históricos, sociológicos e econômicos, com referências a personalidades
históricas relevantes. Por meio dessa investigação, buscou-se compreender as
dinâmicas sociais e econômicas da sociedade contemporânea, refletindo sobre os
desafios e possibilidades de construir uma realidade mais justa, inclusiva e
sustentável.
Palavras-chave: Transformações
societárias contemporâneas, trabalho assalariado, propriedade privada dos meios
de produção, burguesia, proletariado, lucro, fases do capitalismo,
mercantilismo, liberalismo, ordem social.
Introdução
A sociedade contemporânea é palco de complexas dinâmicas
sociais, políticas e econômicas, moldadas por conceitos fundamentais como trabalho
assalariado, propriedade privada dos meios de produção, burguesia e
proletariado, lucro e as distintas fases do capitalismo. Compreender esses
elementos e analisar suas interações é crucial para uma visão aprofundada dos
desafios e oportunidades que permeiam nossa realidade atual.
O objetivo deste artigo científico é investigar
criticamente as transformações societárias contemporâneas, abordando os pilares
estruturais que definem nossa ordem social. Por meio de uma análise embasada em
teorias sociológicas, econômicas e históricas, buscaremos compreender a
interconexão entre trabalho assalariado e a propriedade privada dos meios de
produção, explorando a relação complexa entre burguesia e proletariado.
Em um mundo cada vez mais globalizado e interdependente, o
estudo das dinâmicas do capitalismo torna-se fundamental para compreender as
relações de poder, distribuição de riqueza e desigualdades presentes em nossa
sociedade. Analisaremos as distintas fases do capitalismo, desde sua origem
mercantilista no século XVIII até os modelos econômicos baseados no
liberalismo, que moldaram o desenvolvimento contemporâneo.
Ao aprofundarmos nosso entendimento sobre o trabalho
assalariado, a propriedade privada, a burguesia, o proletariado, o lucro e as
fases do capitalismo, teremos como objetivo revelar as transformações sociais e
econômicas que têm ocorrido e discutir suas implicações para o presente e o
futuro da sociedade. Com essa análise crítica, buscamos contribuir para um
debate informado e a formulação de estratégias mais eficazes para lidar com os
desafios e oportunidades da sociedade contemporânea.
Ao longo deste artigo, serão apresentadas reflexões
embasadas em teorias clássicas e contemporâneas, bem como evidências empíricas
que ilustram as transformações em curso. Por meio de uma análise
multidisciplinar, procuraremos fornecer insights significativos para
pesquisadores, acadêmicos e profissionais interessados no estudo da sociedade
contemporânea e suas complexidades.
Portanto, este artigo convida os leitores a imergirem em
uma investigação aprofundada das complexas dinâmicas sociais e econômicas que
caracterizam a sociedade contemporânea. Nosso objetivo primordial é oferecer
uma compreensão crítica e embasada das transformações em curso, a fim de
fornecer subsídios relevantes para a construção de uma realidade mais
equitativa, inclusiva e sustentável.
Metodologia da Pesquisa
Para realizar a investigação crítica das transformações
societárias contemporâneas, foi adotada uma abordagem multidisciplinar, baseada
na análise histórica, sociológica e econômica. A pesquisa foi conduzida em
etapas, utilizando fontes primárias e secundárias, incluindo obras de renomados
teóricos e estudiosos da área.
Inicialmente, foi realizada uma revisão bibliográfica
extensa sobre o tema, buscando compreender as principais correntes de
pensamento relacionadas ao trabalho assalariado, à propriedade privada dos
meios de produção, à dinâmica entre burguesia e proletariado e ao papel do
lucro nas relações sociais e econômicas.
Em seguida, foram analisadas obras clássicas e
contemporâneas, bem como artigos acadêmicos, que abordavam as fases do
capitalismo, com ênfase nos contextos históricos, conceitos-chave e suas
implicações societárias. Foram selecionadas personalidades históricas, como
Karl Marx, Friedrich Engels, Adam Smith e outros pensadores relevantes, para
embasar empiricamente os argumentos e enriquecer a análise crítica.
Além disso, a pesquisa se valeu de dados estatísticos e
informações contextualizadas para examinar as transformações societárias
contemporâneas e os pilares estruturais que definem nossa ordem social. O uso
de estudos de caso e exemplos concretos contribuiu para uma compreensão mais
abrangente e aplicada dos fenômenos em questão.
Por fim, a pesquisa se baseou em uma abordagem crítica,
questionando premissas, explorando contradições e buscando identificar
alternativas para uma sociedade mais justa, inclusiva e sustentável. O processo
de análise e interpretação dos dados coletados foi realizado de forma reflexiva
e cautelosa, visando uma compreensão aprofundada dos temas tratados.
A combinação dessas abordagens e métodos de pesquisa
permitiu uma investigação crítica e abrangente das transformações societárias
contemporâneas, contribuindo para uma reflexão informada e embasada sobre os
desafios e possibilidades de nossa ordem social.
O trabalho assalariado
Trabalhador assalariado, Imagem de GraphicMama-team por Pixabay |
O trabalho assalariado é um elemento central na sociedade
contemporânea, cuja evolução ao longo da história tem sido marcada por
transformações significativas. Para embasar empiricamente essas transformações,
recorremos a personalidades históricas que desempenharam papéis-chave nesse
contexto.
No século XVIII, com o advento da Revolução Industrial, o trabalho assalariado passou por um processo de intensificação e reestruturação. Grandes pensadores e observadores da época, como Karl Marx e Friedrich Engels, lançaram luz sobre as condições de trabalho e as relações de classe que surgiram nesse novo cenário. Em sua obra conjunta, "O Manifesto Comunista", eles analisaram a exploração do proletariado pela burguesia, enfatizando a desigualdade e a alienação inerentes ao sistema capitalista.
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Marx, em sua obra "O Capital", aprofundou
a análise do trabalho assalariado, argumentando que a exploração dos
trabalhadores estava enraizada na própria lógica do capitalismo. Ele destacou a
relação entre o trabalho humano e o valor das mercadorias produzidas,
ressaltando a extração de mais-valia como uma fonte de lucro para os
proprietários dos meios de produção. As ideias de Marx fornecem um embasamento
histórico sólido para compreender as relações de poder e a exploração presentes
no sistema de trabalho assalariado.
Outra personalidade histórica que contribuiu para a
compreensão do trabalho assalariado foi Max Weber. Em sua obra "A Ética
Protestante e o Espírito do Capitalismo", Weber explorou a influência
das crenças religiosas, especialmente o protestantismo, na formação de uma
mentalidade favorável à acumulação de riqueza e ao trabalho disciplinado. Ele
argumentou que o capitalismo moderno se desenvolveu em conjunto com uma ética
do trabalho voltada para o sucesso econômico.
Esses exemplos ilustram como as personalidades históricas
podem oferecer embasamento empírico para uma análise crítica das transformações
societárias contemporâneas relacionadas ao trabalho assalariado. Ao adentrarmos
nas obras de Marx, Engels e Weber, obtemos uma compreensão mais completa
das estruturas de poder, das desigualdades e das tensões sociais que
caracterizam a ordem social atual.
No entanto, é importante ressaltar que o debate sobre o
trabalho assalariado e suas transformações societárias contemporâneas não se
limita apenas a essas personalidades históricas. Existem muitos outros
pensadores, teóricos e pesquisadores cujas contribuições enriquecem nossa
compreensão desse fenômeno complexo. Ao explorar uma variedade de perspectivas,
é possível obter uma visão abrangente e fundamentada sobre o trabalho
assalariado e suas implicações para a sociedade contemporânea.
O que é a mais-valia?
A mais-valia, conceito central na teoria de Karl Marx,
refere-se ao valor adicional criado pelos trabalhadores além do valor
necessário para cobrir seus próprios salários e reproduzir sua força de
trabalho. É uma expressão da exploração inerente ao sistema capitalista.
Para entender a mais-valia, é importante compreender a
teoria do valor-trabalho de Marx. Segundo ele, o valor de uma mercadoria é
determinado pela quantidade de trabalho socialmente necessário para produzi-la.
O trabalho é a fonte de valor na sociedade e representa o tempo de trabalho
humano investido na produção de bens e serviços.
No capitalismo, os trabalhadores são contratados pelos
donos dos meios de produção (capitalistas) e recebem um salário em troca
de sua força de trabalho. No entanto, o valor gerado pelo trabalho dos
trabalhadores durante um dia de trabalho excede o valor do salário que recebem.
Essa diferença entre o valor produzido e o valor pago aos trabalhadores é a
mais-valia.
A mais-valia é apropriada pelos capitalistas como lucro.
Marx argumentava que os capitalistas obtêm sua riqueza explorando o trabalho
assalariado, pois se apropriam do valor excedente criado pelos trabalhadores.
Essa exploração é possível porque os trabalhadores não têm controle sobre os
meios de produção e dependem da venda de sua força de trabalho para sobreviver.
Marx distinguia duas formas de mais-valia: a absoluta e a
relativa. A mais-valia absoluta ocorre quando os capitalistas aumentam a
jornada de trabalho dos trabalhadores, estendendo o tempo em que produzem valor
sem aumentar seu salário proporcionalmente. Já a mais-valia relativa é
obtida por meio do aumento da produtividade do trabalho, reduzindo o tempo
necessário para produzir bens e aumentando o tempo excedente disponível para a
geração de lucro.
A análise da mais-valia por Marx é fundamental para sua crítica
ao capitalismo e sua visão de que o sistema é intrinsecamente desigual. Ele
argumentava que a exploração da mais-valia é um elemento fundamental na
acumulação de capital e na reprodução das desigualdades sociais. A luta pela
emancipação dos trabalhadores envolveria a superação desse sistema de
exploração e a construção de uma sociedade socialista na qual os meios de
produção seriam coletivamente controlados e a riqueza seria distribuída de forma
mais justa.
Propriedade privada dos meios de produção
Meio de produção, Imagem de Clker-Free-Vector-Images por Pixabay |
A propriedade privada dos meios de produção é um fenômeno
de extrema importância nos contextos histórico, sociológico e econômico,
desempenhando um papel fundamental nas transformações sociais contemporâneas.
Ao adentrarmos na seara histórica, encontramos em Karl Marx
e Friedrich Engels vozes eloquentes que tecem críticas contundentes à
propriedade privada dos meios de produção. Em suas obras seminalmente
relevantes, tais como "O Manifesto Comunista" e "O
Capital", esses pensadores incisivos oferecem análises abrangentes
acerca das ramificações sociais e econômicas desse mecanismo.
Marx,
por meio de uma análise dialética da sociedade, expõe a propriedade privada
como uma estrutura intrinsecamente desigual, que instiga a exploração do
proletariado pelos detentores do capital. Nessa ordem social, a acumulação de
riqueza é consequência da apropriação da mais-valia gerada pelos trabalhadores
assalariados. A propriedade privada, segundo Marx, engendra uma cisão
profunda na sociedade, estabelecendo uma dicotomia entre a minoria burguesa e a
maioria proletária, resultando em desigualdade e alienação.
Inspirando-se nas obras de Marx e aprimorando-as, podemos
encontrar a perspicácia analítica de pensadores como Max Weber. Em sua obra
magistral, "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", Weber
lança luz sobre a intrincada intersecção entre a ética religiosa e o
desenvolvimento do sistema capitalista, no qual a propriedade privada
desempenha um papel preponderante. Ele argumenta que a ética do trabalho e a
busca por prosperidade material são catalisadoras da propriedade privada,
alimentando o espírito empreendedor que impulsiona a máquina econômica.
À luz dessas abordagens, torna-se evidente que
personalidades históricas proeminentes proporcionam um arcabouço teórico
robusto e sofisticado para a análise crítica da propriedade privada dos meios
de produção. Suas reflexões perspicazes apontam para as desigualdades,
exploração e alienação inerentes a essa forma de organização econômica.
É imprescindível salientar, no entanto, que a compreensão completa e aprofundada das transformações societárias contemporâneas demandam um exame minucioso e holístico, transcendendo as contribuições individuais dessas personalidades. Um leque amplo de teóricos, pensadores e pesquisadores, cada qual com sua visão singular, enriquecem o debate e propiciam uma apreensão multifacetada da propriedade privada e de suas implicações na sociedade atual. Somente por meio dessa abordagem abrangente é que podemos almejar uma análise mais abstrata e aprofundada das dinâmicas sociais, econômicas e políticas subjacentes à propriedade privada dos meios de produção, proporcionando assim um embasamento mais consistente para a investigação crítica das transformações societárias contemporâneas.
Burguesia, proletariado e lucro
Burguesia, Imagem de 🤦♂️爪丨丂ㄒ乇尺 🤷♀️🤷♂️ 卩丨ㄒㄒ丨几Ꮆ乇尺🤦♀️ por Pixabay |
A investigação crítica das transformações societárias
contemporâneas, focando nos pilares estruturais que definem nossa ordem social
- burguesia, proletariado e lucro - exige uma abordagem multidisciplinar que
incorpora a história, a sociologia e a economia. Para compreender profundamente
esses conceitos e suas implicações, é necessário examinar as personalidades
históricas que contribuíram para o desenvolvimento dessas ideias e teorias.
A burguesia é uma classe social
que emergiu durante a transição do feudalismo para o capitalismo. Seu
surgimento está intimamente ligado à ascensão do comércio e da produção
industrial. Personalidades históricas como Adam Smith, considerado o
pai da economia moderna, e Karl Marx, renomado filósofo e economista,
desempenharam papéis significativos na definição e no entendimento da
burguesia. Smith enfatizou o papel empreendedor da burguesia na promoção do crescimento
econômico, enquanto Marx analisou o caráter explorador da classe burguesa
e sua relação com o proletariado.
O proletariado, por
sua vez, é a classe trabalhadora que não possui propriedade dos meios de
produção e depende da venda de sua força de trabalho para sobreviver.
Personalidades históricas como Friedrich Engels, colaborador próximo de Marx,
contribuíram para a compreensão sociológica do proletariado. Engels descreveu
as condições precárias de vida e trabalho do proletariado industrial no século
XIX, enfatizando sua exploração pelas classes dominantes.
O lucro é o ganho econômico obtido
pela diferença entre as receitas e os custos de produção. Adam Smith
também desempenhou um papel importante na definição e na compreensão do lucro,
destacando-o como um motor essencial para o funcionamento do sistema
capitalista. A busca pelo lucro molda as decisões empresariais, estimula a
competição e influencia a alocação de recursos na economia.
Ao analisarmos as transformações societárias
contemporâneas, é crucial considerar os impactos desses pilares estruturais. A
crescente desigualdade de renda e riqueza, a exploração do trabalho
assalariado, a fragmentação do trabalho e o avanço tecnológico são algumas das
questões críticas que afetam a dinâmica entre a burguesia, o proletariado e o
lucro na sociedade atual.
A compreensão crítica desses conceitos nos permite examinar
as consequências dessas relações de poder e buscar alternativas para uma ordem
social mais justa. Isso envolve questionar as estruturas que perpetuam a
desigualdade, promover políticas que fortaleçam os direitos dos trabalhadores e
buscar formas de organização social e econômica que priorizem a dignidade
humana e a equidade.
Em suma, a investigação crítica das transformações
societárias contemporâneas, tendo como base a análise dos pilares estruturais
da burguesia, proletariado e lucro, exige uma abordagem holística que combina
conhecimentos históricos, sociológicos e econômicos. Ao explorar a contribuição
de personalidades históricas e compreender os conceitos-chave, podemos obter
uma visão mais profunda dos desafios enfrentados e buscar soluções para criar
uma sociedade mais justa e equitativa.
As fases do capitalismo e o século 18
Capitalismo, Imagem de Clker-Free-Vector-Images por Pixabay |
A averiguação analítica das transformações societárias
contemporâneas requer uma análise robusta das fases do capitalismo, com ênfase
especial no século 18. Nesse período, ocorreram mudanças significativas nos
fundamentos econômicos, sociais e políticos que moldaram nossa ordem social
atual. Uma compreensão detalhada dessas transformações recorre a exploração dos
alicerces estruturais que estabelecem nossa sociedade.
O capitalismo passou por diferentes fases ao longo da
história, cada uma delas marcada por características distintas e implicações
sociais e econômicas específicas. Uma das fases fundamentais é o capitalismo
mercantilista, que se desenvolveu durante o século 18. Nessa época, o comércio
internacional desempenhou um papel central na acumulação de riquezas e no
estabelecimento de impérios coloniais. As nações europeias, como Inglaterra,
França e Espanha, competiam entre si para obter recursos e expandir suas
esferas de influência, promovendo uma intensa atividade comercial e a
exploração de colônias.
O capitalismo mercantilista foi caracterizado pela busca de
lucro por meio do comércio e da acumulação de metais preciosos. As empresas
mercantis, como as Companhias das Índias Orientais, desempenharam um
papel-chave nesse contexto, estabelecendo rotas comerciais globais e monopolizando
o comércio de especiarias, tecidos e outras mercadorias valiosas. Essa fase do
capitalismo também foi marcada pelo surgimento de uma nova classe social, a
burguesia mercantil, que acumulava riqueza e poder por meio de suas atividades
comerciais.
No entanto, o século 18 também foi um período de transição
para uma nova fase do capitalismo: o liberalismo econômico. Influenciado pelas
ideias de pensadores como Adam Smith, essa abordagem defendia a liberdade
individual, a propriedade privada e o livre mercado como os princípios
fundamentais da organização econômica. O liberalismo econômico pregava a não
intervenção do Estado na economia e a crença de que a busca individual do lucro
levaria ao benefício coletivo.
Essas fases do capitalismo têm implicações profundas para a
ordem social contemporânea. O capitalismo atual, por exemplo, reflete não
apenas as características do liberalismo econômico, mas também incorpora
elementos de outras fases, como o capitalismo industrial e o capitalismo financeiro.
A concentração de riqueza, a desigualdade social, a exploração do trabalho
assalariado e as relações de poder entre a burguesia e o proletariado são
questões críticas que surgem dessas transformações.
Assim sendo, a investigação crítica das mudanças sociais
contemporâneas requer uma análise aprofundada das diferentes fases do
capitalismo, como o mercantilismo e o liberalismo econômico do século XVIII.
Essa análise profunda é essencial para compreender os alicerces estruturais que
moldam a ordem social atual. A exploração dessas fases históricas e seus
impactos é indispensável para uma compreensão abrangente das dinâmicas
socioeconômicas e para a busca de alternativas que promovam uma sociedade mais
justa e igualitária.
Liberalismo versus Mercantilismo
O embate entre o mercantilismo e o liberalismo é um marco
na história das teorias econômicas e nas transformações societárias. Essas duas
correntes de pensamento oferecem perspectivas opostas em relação à organização
econômica, ao papel do Estado e à dinâmica do comércio. Compreender as bases
conceituais e históricas dessas abordagens é fundamental para analisar as
transformações societárias contemporâneas e os pilares estruturais que moldam
nossa ordem social.
O mercantilismo
surgiu durante os séculos XVI e XVII, quando o comércio internacional e as
atividades coloniais ganharam força. Essa doutrina econômica defendia a
intervenção estatal na economia, com o objetivo de acumular riquezas e poder
para a nação. Os mercantilistas acreditavam que a riqueza de um país estava
ligada à sua quantidade de metais preciosos, como ouro e prata. Para alcançar
esse objetivo, eles buscavam promover exportações e restringir importações por
meio de tarifas e barreiras comerciais.
O mercantilismo valorizava a ideia de um comércio
controlado e regulamentado pelo Estado, em busca de excedentes comerciais
favoráveis. Os governos buscavam proteger a indústria nacional, promover a
expansão colonial e estabelecer monopólios comerciais através das Companhias
das Índias Orientais, por exemplo. O objetivo era fortalecer a economia
nacional e garantir o poder político por meio do controle dos recursos e do
comércio.
No entanto, no século XVIII, surgiram críticas contundentes
ao mercantilismo. O liberalismo econômico, representado principalmente
pelas ideias de Adam Smith, emergiu como uma alternativa que promovia
a liberdade individual, o livre mercado e a não intervenção estatal na
economia. O livro de Smith, "A Riqueza das Nações", publicado
em 1776, é considerado um dos pilares do liberalismo econômico.
Smith argumentava que a riqueza das nações não se baseava apenas
na quantidade de metais preciosos, mas sim na capacidade de produção e na
eficiência econômica. Ele defendia a ideia de que o livre mercado, movido pelo
interesse próprio dos indivíduos, levava a uma alocação eficiente dos recursos
e a um aumento da riqueza coletiva. Para Smith, a intervenção estatal deveria ser
mínima, limitada à proteção dos direitos de propriedade e à garantia da
concorrência justa.
O liberalismo econômico propunha a abolição das restrições
comerciais, como tarifas e monopólios, e a promoção da livre concorrência.
Smith argumentava que essa abordagem estimularia a inovação, a especialização
produtiva e a eficiência econômica, resultando em maior riqueza e bem-estar
para a sociedade como um todo.
A partir do século XVIII, o liberalismo econômico ganhou
força e influenciou as transformações societárias e econômicas em todo o mundo.
A Revolução Industrial, por exemplo, foi impulsionada por ideias liberais, levando
a avanços tecnológicos, urbanização e mudanças nas relações de trabalho.
Contudo, é importante ressaltar que o embate entre
mercantilismo e liberalismo não se encerrou no século XVIII. Essas duas
correntes de pensamento continuaram a influenciar as discussões econômicas e
sociais ao longo dos séculos XIX e XX, e ainda hoje suas ideias estão presentes
nas políticas econômicas adotadas por diferentes países.
A compreensão das fases do capitalismo e da disputa entre
mercantilismo e liberalismo é essencial para analisar as transformações
societárias contemporâneas. A evolução do sistema econômico, as mudanças nas
relações de produção e as políticas adotadas pelos governos moldaram a ordem
social atual. Nesse contexto, é fundamental questionar e refletir criticamente
sobre os pilares estruturais que definem nossa sociedade, buscando caminhos
para uma realidade mais justa, inclusiva e sustentável.
Conclusão
A investigação crítica das transformações societárias
contemporâneas, abordando os pilares estruturais da nossa ordem social, revela
a complexidade e a interconexão entre a burguesia, o proletariado e o lucro. Ao
examinarmos as fases do capitalismo, como o mercantilismo e o liberalismo
econômico do século 18, somos confrontados com os desafios e as contradições
inerentes a esses sistemas.
Ao longo da história, a propriedade privada dos meios de
produção tem sido um ponto central de disputa entre classes sociais. A
burguesia, detentora dos meios de produção, busca maximizar seus lucros e
acumular riqueza, enquanto o proletariado, que vende sua força de trabalho,
enfrenta condições precárias e desigualdades sociais.
Nessa análise crítica, compreendemos que o capitalismo,
embora tenha impulsionado o desenvolvimento econômico e a inovação tecnológica,
também gerou desigualdades socioeconômicas e injustiças estruturais. O desafio
atual consiste em repensar e transformar essa ordem social, de modo a promover
uma distribuição mais equitativa dos recursos e uma participação mais
democrática nos processos decisórios.
Através da reflexão embasada em personalidades históricas e
em uma análise multidisciplinar, somos instigados a considerar alternativas que
visem uma sociedade mais inclusiva, justa e sustentável. Essa busca implica
repensar as relações de poder, fomentar a solidariedade entre os indivíduos e
questionar as estruturas que perpetuam a desigualdade.
Em última análise, a compreensão das dinâmicas socioeconômicas, das contradições e das possibilidades de transformação nos permite vislumbrar um futuro em que as relações sociais sejam pautadas pela equidade, pela dignidade e pela valorização do coletivo. Através do engajamento crítico e da busca por mudanças estruturais, podemos caminhar em direção a uma sociedade mais justa, onde todos tenham a oportunidade de desenvolver seu potencial plenamente.
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