Descobrindo a verdade pelo toque da evidência.
Voltaire |
Introdução
No campo da filosofia, o empirismo representa uma teoria do
conhecimento que defende que o nosso entendimento provém principalmente da
experiência sensorial. Como uma das abordagens da epistemologia, a área de
estudo do conhecimento humano, o empirismo destaca o papel crucial da
experiência e da evidência, especialmente aquelas provenientes dos sentidos, no
processo de formação de ideias. Essa perspectiva questiona a existência de
ideias inatas ou tradições pré-determinadas, argumentando que tradições e
costumes se desenvolvem a partir de relações com experiências sensoriais
anteriores.
No contexto da filosofia da ciência, o empirismo enfatiza a
importância da evidência, particularmente aquela obtida por meio de
experimentação. Ele desempenha um papel fundamental no método científico,
exigindo que todas as hipóteses e teorias sejam testadas em relação às observações
do mundo natural, em vez de serem baseadas unicamente em raciocínios a priori,
intuições ou revelações.
Diversos filósofos estão associados ao empirismo, como
Aristóteles, Alhazen, Avicena, Ibn Tufail, Robert Grosseteste, Guilherme de
Ockham, Francis Bacon, Thomas Hobbes, Robert Boyle, John Locke, George
Berkeley, Hermann von Helmholtz, David Hume, Leopold von Ranke e John Stuart
Mill. Cada um contribuiu de maneira única para o desenvolvimento e a defesa
dessa perspectiva, ressaltando a importância da experiência e da observação
como bases para a construção do conhecimento.
Empirismo na ciência
Um dos princípios fundamentais do método científico é a
necessidade de evidências empíricas, ou seja, comprovação através dos sentidos.
É importante distinguir esse uso do termo "empírico" do seu
significado filosófico no empirismo. Na ciência, é comum utilizar expressões
como "método empírico" ou "pesquisa empírica" nas áreas das
ciências sociais e humanas, referindo-se a métodos de pesquisa baseados na observação
e experiência, como o funcionalismo, por exemplo.
Outro sentido em que a palavra é empregada nas ciências é
como sinônimo de experimental. Nesse contexto, um resultado empírico é uma
observação experimental. O termo "semi-empírico" é utilizado em
situações similares, descrevendo métodos teóricos que se baseiam em leis
científicas estabelecidas previamente e posteriormente são confrontados com a
experiência. Essa abordagem fortalece o embasamento teórico.
No século XVII, ocorreram intensos debates em torno das
contradições nos experimentos binomiais, contestando as ideias de diversos
pensadores da época. Esse período marcou uma das maiores revoluções científicas
de todos os tempos, desafiando conceitos estabelecidos e impulsionando a busca
por conhecimento baseado em observação e experimentação.
Empirismo na filosofia 💡
A doutrina do empirismo foi inicialmente formulada pelo
filósofo inglês John Locke no século XVII, apresentando uma visão inovadora.
Locke argumentou que a mente humana é como uma tela em branco, chamada
"tabula rasa", na qual o conhecimento é adquirido por meio da
sensação. Em outras palavras, quando nascemos, somos desprovidos de qualquer
conhecimento, sem impressões pré-existentes. Todo o processo de aprender, saber
e agir é construído através da experiência e da tentativa e erro.
Historicamente, o empirismo se contrapõe ao racionalismo,
que defende a existência de ideias inatas no ser humano, que emergem na
consciência e constituem verdades sobre o Universo. De acordo com essa
perspectiva, o conhecimento da verdade não depende dos sentidos físicos, mas
das ideias inatas presentes desde o nascimento.
Diversos filósofos são frequentemente associados ao
empirismo, como Aristóteles, Tomás de Aquino, Francis Bacon, Thomas Hobbes,
John Locke, George Berkeley, David Hume e John Stuart Mill. Embora o empirismo
seja geralmente relacionado à teoria do conhecimento, ao longo da história da
filosofia, suas ideias tiveram implicações em áreas como lógica, filosofia da
linguagem, filosofia política, teologia, ética e outros campos do pensamento humano.
Antiguidade
Aristóteles deu grande importância à indução
baseada na experiência sensível
A concepção de que todo conhecimento deriva de experiências
surge de forma incipiente nos filósofos sofistas, que defendiam uma visão
relativa do mundo expressa na famosa frase de Protágoras: "O homem é a
medida de todas as coisas". Essa máxima revela que cada indivíduo conhece
o mundo de maneira particular e pessoal, sendo a experiência um fator crucial
nesse processo de conhecimento.
No entanto, a filosofia socrática desafiou o empirismo ao
combater o relativismo dos sofistas. Sócrates e Platão perceberam que os
sentidos eram incapazes de apreender a realidade como ela é, e buscaram
compreender os conceitos absolutos que cada coisa representa, resultando na
teoria platônica do mundo das ideias. Aristóteles retomou o empirismo ao
considerar a observação do mundo como base para a indução, ou seja, a partir de
dados particulares, como a observação empírica, era possível inferir conclusões
(ou conhecimentos) mais universais e absolutos.
Após Aristóteles, os filósofos estóicos e epicuristas
desenvolveram teorias empiristas mais explícitas sobre a formação de ideias e
conceitos. Os estóicos, antecipando Locke por séculos, acreditavam que a mente
humana era uma "tabula rasa" que seria moldada pelas ideias
provenientes da experiência sensorial. No entanto, eles admitiram a existência
de ideias a priori, ou seja, ideias inatas na mente humana. Os epicuristas
tiveram uma abordagem empirista mais intensa, afirmando que a verdade derivava
exclusivamente da sensação. Para eles, as coisas eram conhecidas por meio de
imagens em miniatura, chamadas de "fantasmas", que se desprendiam do
objeto e chegavam até nós diretamente à alma, ou indiretamente, por meio dos
sentidos. Dessa forma, eles explicaram a origem dos conceitos comuns, alegando
que eles se baseavam em um conhecimento a priori.
A última grande corrente empirista da Antiguidade foi o
ceticismo, cujo principal representante foi Sexto Empírico. Esse filósofo
considerava que a epistemologia estava completamente fundamentada nos sentidos.
Portanto, as verdades sobre o Universo seriam inacessíveis aos seres humanos.
Ele também acreditava que, embora os sentidos fossem a base do conhecimento,
eles possuíam limitações que distorciam a imagem do mundo real que nos alcança,
apresentando-nos ilusões.
Idade Média
Ao longo da maior parte da Idade Média, o pensamento
cristão subordinou a filosofia à religião, colocando as preocupações com a
experiência sensível em segundo plano e priorizando ideias como Deus e a
Trindade, que não podiam ser experimentalmente comprovadas ou refutadas. Esse
contexto influenciou o pensamento de Santo Agostinho, que sustentava que a
existência de Deus era comprovada por meio da intuição.
Em contraposição à doutrina agostiniana, a escolástica
defendia que a fé e o empirismo não eram mutuamente excludentes, mas sim
complementares. O principal filósofo escolástico, Tomás de Aquino, via o
conhecimento em duas etapas: a sensível e a intelectual, em que a segunda
dependia da primeira, mas a transcendia. Segundo Aquino, o intelecto enxergava
a natureza das coisas de forma mais profunda do que os sentidos, exercendo sua
atividade sobre eles. Por meio da observação, o conhecimento intelectual
abstraía a essência de cada objeto individual, a forma universal das coisas.
Portanto, Deus era cognoscível por meio da experiência sensível e racional. Com
base nisso, Aquino propôs as chamadas cinco provas da existência de Deus
(quinquae viae), que forneciam demonstrações igualmente racionais.
O nominalismo, uma corrente derivada da escolástica, foi
outra importante corrente empirista na Idade Média. Argumentava-se que os
termos que designavam ideias abstratas ou universais não correspondiam à
realidade concreta, sendo conceitos que existiam apenas no plano teórico.
Apenas os nomes que designavam indivíduos e coisas comprovablemente observáveis
correspondiam à verdade filosófica. No século XIV, essas ideias foram
desenvolvidas e levadas ao extremo por William de Ockham, um filósofo inglês
que separou filosofia e religião, chegando a afirmar que a filosofia se ocupava
apenas dos dados obtidos pela experiência.
Idade Moderna
A partir de Francis Bacon, foi sendo elaborado
um método que sistematizasse as impressões dos sentidos
Durante a Idade Moderna, o empirismo passou a se
desenvolver de forma mais clara, em grande parte graças ao trabalho do filósofo
inglês Francis Bacon. Bacon não apenas criticava qualquer conhecimento que não
fosse baseado na experiência sensorial, como também questionava os empiristas
que o antecederam. Ele considerava que o método utilizado por esses empiristas
não era sistemático, uma vez que eles coletavam dados de forma aleatória, sem o
auxílio de um método rigoroso e sem estabelecer uma coerência entre eles.
Portanto, Bacon acreditava que era necessário um método que
classificasse e sistematizasse as diversas experiências, orientando-as para o
desenvolvimento de uma ciência útil, em contraposição ao conhecimento
científico medieval. Através das sensações, a inteligência poderia, por meio do
método indutivo, construir conhecimento científico. Dessa forma, haveria uma
relação entre o conhecimento baseado nos sentidos, que forneceria material para
a inteligência, e a racionalidade, que manipularia e atribuiria significado aos
dados sensoriais. Com base nesses princípios, Francis Bacon estabeleceu os
fundamentos de uma ciência sistemática em sua obra mais conhecida, o
"Novum Organum", publicado em 1620.
Thomas Hobbes, um renomado filósofo inglês, apropriou-se
das concepções de Francis Bacon e as aplicou ao estudo da sociedade e da
política, distinguindo-se do enfoque de Bacon, que se concentrava principalmente
nas ciências que investigavam o mundo físico.
Para Hobbes, a busca pela verdade exigia raciocínios
precisos fundamentados nas sensações. Em seus estudos, ele iniciava
estabelecendo definições claras para os termos e conceitos que utilizaria,
dedicando-se a estabelecer um método rigoroso para manipular as deduções
lógicas derivadas da experiência, representada pelos eventos históricos
passados. Essa abordagem refletia uma análise similar àquela encontrada em
pensadores anteriores a Hobbes, como Nicolau Maquiavel, que também exploraram a
análise da história e da situação política de seu tempo.
Ao adotar o empirismo como base, Hobbes buscava compreender
a natureza humana e a dinâmica social, bem como as estruturas políticas que
emergiam dessas interações. Seu trabalho mais conhecido, "Leviatã",
abordou questões relacionadas à autoridade política e ao controle social,
fundamentando-se nos princípios empiristas de Bacon.
Dessa forma, Hobbes expandiu o alcance do empirismo,
aplicando-o à investigação dos aspectos sociais e políticos da humanidade. Sua
abordagem distinta, enraizada nos fundamentos empiristas, trouxe uma nova
perspectiva para a análise das dinâmicas sociais, complementando as
contribuições de Bacon no campo científico.
Empirismo britânico
John Locke é considerado o fundador do
empirismo britânico
A influência do método empírico de Francis Bacon e Thomas
Hobbes se estendeu por toda uma geração de filósofos no Reino Unido durante o
século XVII. Foi nesse contexto que John Locke emergiu como o pioneiro dessa
tradição, conhecida como empirismo britânico, que se opunha ao predominante
racionalismo na maior parte da Europa continental.
No seu livro "Ensaio Sobre o Entendimento
Humano", Locke descreve a mente humana como uma página em branco, onde as
ideias são inscritas por meio da experiência. A partir dessa abordagem
empirista da epistemologia, Locke distingue dois tipos de ideias: ideias
simples, que não podem ser subdivididas, como a cor amarela ou a textura dura,
e ideias complexas, que são combinações de ideias simples, como o ouro, que é
uma substância dura e amarela. Assim, forma-se um conceito abstrato de
substância material.
No século XVIII, George Berkeley desenvolveu ainda mais o
empirismo de Locke, mas rejeitou a transição do conhecimento proporcionado pela
experiência para o conceito abstrato de substância material. Para Berkeley, uma
substância material não pode ser conhecida em si mesma. O que realmente
conhecemos são as qualidades reveladas durante o processo perceptivo. Portanto,
a existência do mundo externo se resume a um feixe de sensações. Berkeley
propôs a existência de uma mente cósmica, universal e superior às mentes
individuais, para evitar o subjetivismo individualista. Essa mente seria Deus,
e tudo o mais seria percebido por Ele, garantindo assim a existência do mundo
exterior à mente individual. No entanto, apesar de existir, o mundo seria
impossível de ser verdadeiramente conhecido pelo homem, pois esse conhecimento
só seria acessível a Deus. Essa perspectiva empirista radical de Berkeley é
conhecida como idealismo subjetivo.
Ao afirmar que só podemos conhecer o que percebemos
imediatamente, David Hume rejeitou a noção de causalidade. Expandindo ainda
mais o pensamento de Berkeley, o filósofo escocês identificou dois tipos de
conhecimento: questões de fato e relações de ideias. O primeiro está relacionado
à percepção direta e é a única forma verdadeira de conhecimento. As relações de
ideias são inferências de outras ideias, ou seja, ao relacionar duas ideias que
temos em nossa mente a partir da experiência, chegamos a uma nova ideia. Essa
nova ideia é logicamente verdadeira e necessária, pois é inferida por meio de
um raciocínio demonstrativo, baseado nas regras da lógica formal. No entanto,
esse conhecimento é tautológico, pois não acrescenta nada de novo, sendo apenas
uma relação de ideias que já possuímos.
Com base nisso, Hume rejeitou a própria causalidade, a
noção de causa e efeito tão fundamental para a ciência. Por exemplo, ao
observar um pedaço de metal, podemos formar a ideia de metal, que corresponde à
realidade concreta e perceptível. Ao aproximar nossas mãos do fogo, temos a
ideia de calor, que também corresponde à realidade. No entanto, quando
aproximamos o metal do fogo e observamos que ele se dilata com o calor, não
podemos concluir que o corpo se dilata porque esquenta. As ideias de "o
corpo esquenta" e "o corpo se dilata" têm origem em duas
impressões sensoriais diferentes, provenientes do tato e da visão. O problema
surge quando tentamos explicar a conexão entre essas duas ideias: qual
impressão sensorial é a causa da outra? Como podemos inferir que um fenômeno é
a causa de outro?
Para Hume, a simples regularidade de um fenômeno ser sempre
seguido por outro faz com que eles sejam relacionados de tal forma que um é
considerado a causa do outro. No entanto, causa e efeito, como impressões
sensoriais, não são mais do que eventos que ocorrem em sequência. A noção de
causalidade necessária não pode ser estabelecida apenas por meio da observação,
sem a aplicação de raciocínios demonstrativos, como os utilizados na
matemática. Segundo Hume, sem o uso desses raciocínios para comprovar a existência
de causas necessárias (leis gerais), tudo o que se baseia unicamente na
experiência para concluir essas relações é meramente uma dedução humana, que
não constitui um conhecimento verdadeiro, mas apenas um hábito ou costume. Um
exemplo dado por Hume para ilustrar sua tese é o nascer do sol: a crença de que
o sol nascerá amanhã é apenas baseada na observação dos dias anteriores. No
entanto, essa observação não prova necessariamente que o sol nascerá amanhã; a
nossa crença se baseia apenas em nosso hábito de vê-lo nascer todos os dias.
Artigo destaque: 🔱
O príncipe de Maquiavel |
Assim, as contribuições de Locke, Berkeley e Hume para o
empirismo britânico desafiaram conceitos arraigados como a natureza das ideias,
a existência do mundo exterior e a causalidade. Suas abordagens abriram caminho
para uma nova compreensão da mente humana, da aquisição de conhecimento e da
forma como interpretamos e interagimos com o mundo ao nosso redor.
Século XIX
No fascinante século XIX, o empirismo filosófico despontou
como uma poderosa força motriz, influenciando diversas correntes de pensamento.
Duas das mais proeminentes escolas surgidas nesse contexto foram o positivismo
e o fenomenalismo, que buscaram explorar as fronteiras entre a experiência
sensorial e a razão humana.
O positivismo, inspirado pelos preceitos empiristas, buscou
estabelecer um conhecimento baseado unicamente em fatos observáveis e
verificáveis. Os positivistas enxergavam a ciência como o caminho para a
compreensão do mundo, rejeitando qualquer forma de especulação metafísica.
Acreditavam que a verdade poderia ser alcançada por meio da observação e da
experimentação, colocando a experiência sensorial como base fundamental para o
conhecimento humano.
Já o fenomenalismo, em sua abordagem filosófica, priorizava
a análise da experiência subjetiva, do mundo dos fenômenos tal como percebidos
pelo indivíduo. Os fenomenalistas argumentavam que não podemos acessar
diretamente a realidade em si, apenas as nossas percepções e representações
dessa realidade. Assim, a experiência pessoal e as sensações desempenhavam um
papel crucial na construção do conhecimento, desafiando a ideia de uma verdade
absoluta e objetiva.
No entanto, mesmo com suas diferenças, o empirismo e o
racionalismo também encontraram pontos de integração no século XIX. Filósofos e
pensadores da época se empenharam em explorar as possibilidades de conciliação
entre a experiência sensorial e a razão lógica. A busca por uma síntese entre
essas abordagens contrastantes impulsionou o desenvolvimento de novas teorias e
conceitos, enriquecendo o panorama filosófico da época.
Assim, o século XIX se revela como um período fértil para a
reflexão sobre a interação entre o empirismo e o racionalismo. Essas correntes
filosóficas estimularam debates acalorados, abriram novas perspectivas de
conhecimento e desafiaram antigas concepções sobre a natureza humana e o mundo
que nos cerca. Ao explorar as fronteiras da experiência sensorial e da razão,
essas escolas filosóficas contribuíram para moldar a forma como compreendemos e
interpretamos a realidade até os dias atuais.
Empirismo lógico / Positivismo lógico
No cenário filosófico contemporâneo, desponta uma corrente
de pensamento que busca integrar o empirismo britânico com os avanços da lógica
matemática, conhecida como empirismo lógico ou neopositivismo lógico. Nessa
abordagem, destacam-se figuras notáveis como Bertrand Russell, George Moore,
Moritz Schlick, Rudolf Carnap, Willard Van Orman Quine, John Austin e A. J.
Ayer, cada um contribuindo para a construção desse movimento intelectual.
Os empiristas lógicos veem a filosofia como uma atividade
voltada para a clarificação conceitual dos métodos, ideias e descobertas
científicas. Eles acreditam que é possível analisar os dados provenientes das
diversas disciplinas científicas em busca de uma síntese do conhecimento,
buscando harmonizar a lógica do raciocínio abstrato com a lógica das
experiências práticas. O objetivo é alcançar um discurso livre de ambiguidades,
especialmente aquelas geradas pela metafísica.
Nessa perspectiva, a filosofia se torna uma ferramenta para
a compreensão e aprimoramento da ciência. Os empiristas lógicos procuram
estabelecer uma conexão estreita entre a lógica formal, a linguagem e a prática
científica, de modo a garantir a coerência e a precisão nas formulações
teóricas. Buscam superar os obstáculos que a metafísica pode impor ao discurso
científico, priorizando uma linguagem clara e precisa, capaz de descrever e
explicar os fenômenos observáveis de maneira objetiva.
A busca por uma linguagem logicamente perfeita e a
eliminação de ambiguidades são objetivos centrais do empirismo lógico. Ao
trazer a lógica matemática para o campo da filosofia, esses pensadores procuram
estabelecer uma ponte entre o conhecimento empírico e a razão lógica,
oferecendo uma base sólida para a investigação científica e uma compreensão
mais precisa do mundo ao nosso redor.
Assim, o empirismo lógico representa um esforço intelectual
para conciliar a experiência sensorial como base para o conhecimento com os
avanços da lógica matemática. Ao conectar a filosofia com a prática científica,
os empiristas lógicos almejam construir um discurso claro, coerente e livre de
ambiguidades, abrindo caminho para uma compreensão mais aprofundada dos
fenômenos e possibilitando avanços significativos na ciência e na busca pela
verdade.
Conclusão
A jornada do empirismo nos conduz a um olhar mais profundo
sobre a natureza do conhecimento e a relação entre a experiência e a razão. Ao
longo dos séculos, filósofos empiristas têm explorado a importância da
observação, da experimentação e do contato direto com o mundo ao nosso redor na
construção do entendimento humano.
Através da ênfase na experiência sensorial como fundamento
do conhecimento, o empirismo desafia as noções pré-concebidas e as especulações
abstratas, buscando ancorar nossas ideias e teorias na realidade tangível. Essa
abordagem nos leva a reconhecer a importância das evidências empíricas, da
coleta de dados e da observação atenta como alicerces fundamentais para a
construção de um saber sólido e confiável.
No entanto, o empirismo não se limita apenas à acumulação
de fatos e observações isoladas. Ele também abraça a necessidade de uma análise
cuidadosa e crítica desses dados, buscando estabelecer conexões significativas
e identificar padrões recorrentes. Nesse sentido, o empirismo oferece um
equilíbrio entre a experiência e a razão, incentivando-nos a usar nossa
capacidade de inferência lógica para compreender as relações subjacentes entre
os fenômenos observados.
Ao longo da história, diferentes vertentes do empirismo
surgiram, enriquecendo o campo da filosofia e influenciando diversas áreas do
conhecimento, como a ciência, a psicologia e até mesmo a política. Essas
correntes exploraram questões como a origem das ideias, a natureza da percepção
e a relação entre o sujeito e o objeto do conhecimento, contribuindo para a
evolução do pensamento humano.
Em um mundo cada vez mais complexo e interconectado, o
empirismo nos lembra da importância de ancorar nossas teorias e crenças na
evidência tangível e na análise criteriosa. Ele nos encoraja a questionar
nossas suposições, a buscar respostas na observação cuidadosa e a abraçar a
incerteza como um estímulo para a investigação contínua.
Assim, o empirismo nos convida a uma jornada de descoberta,
em que a experiência e a razão se unem para desvendar os segredos do mundo ao
nosso redor. É uma abordagem que nos instiga a estar atentos aos detalhes, a
ser curiosos e abertos a novas informações, e a valorizar a busca constante
pela verdade. Ao adotarmos essa mentalidade empirista, podemos abrir portas
para um conhecimento mais robusto, baseado na realidade, e nos tornarmos
participantes ativos na construção do saber humano.
0 Comentários