Guia Gramatical: Dominando Uso dos Porquês, Mais e Mas, Tem e Têm, Houve ou Houveram, e os 5 Erros Comuns

Sabia que 'Houve' é sempre singular? Evite 'Houveram'! Aprenda mais dicas gramaticais essenciais no nosso guia.

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Uso dos porquês

O correto uso dos porquês é importante na hora de escrever. As formas “por que”, “por quê”, “porque” e “porquê” são empregadas segundo o sentido que se espera de um enunciado.

Esquema explicativo com o uso dos porquês e exemplos.
Esquema explicativo com o uso dos porquês e exemplos.

O uso dos porquês é um assunto que gera dúvidas em muitos usuários da língua portuguesa. Por isso, é preciso ficar atento(a) na hora de escrever.

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O USO do Mais e do Mas

O “mais” e o “mas” são duas palavras que tem um som parecido, no entanto, são utilizadas em contextos distintos. Confira abaixo a diferença entre elas e suas regras de uso.

Mais

A palavra “mais” possui como antônimo o “menos”. Nesse caso, ela indica a soma ou o aumento da quantidade de algo.

Embora seja mais utilizada como advérbio de intensidade, dependendo da função que exerce na frase, o “mais” pode ser substantivo, preposição, pronome indefinido ou conjunção.

Exemplos:

Quero ir mais vezes para a Europa.

Hoje vivemos num mundo melhor e mais justo.

Jonatas foi à festa com seu amigo mais sua namorada.

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Dica: Uma maneira de saber se você está usando a palavra corretamente é trocar pelo seu antônimo “menos”.

Mas

A palavra “mas” pode desempenhar o papel de substantivo, conjunção ou advérbio.

1. Como substantivo, o “mas” está associado a algum defeito.

Exemplo: Nem mas, nem meio mas, faça já seus deveres de casa.

2. Como conjunção adversativa, o “mas” é utilizado quando o locutor quer expor uma ideia contrária a que foi dita anteriormente.

Exemplo: Sou muito calmo, mas estou muito nervoso agora.

Nesse caso, ela possui o mesmo sentido de: porém, todavia, contudo, entretanto, contanto que, etc.

3. Como advérbio, o “mas” é empregado para enfatizar alguma informação.

Não Confunda!

A palavra "más" com acento é o plural de "má", ou seja, é um adjetivo sinônimo de ruim, por exemplo:

Nesse semestre suas notas estão muito más.

Tem ou têm?

O uso inadequado do acento diferencial dos verbos tem e têm entra na lista de problemas de concordância que são fáceis de serem evitados.

Para as formas verbais tem e têm, que são palavras homófonas, isto é, possuem o mesmo som, a gramática prevê um acento diferencial. No caso em questão, o uso incorreto desse acento diferencial não é capaz de prejudicar a comunicação, porque o sentido permanece o mesmo. No entanto, é um daqueles erros de português que afetam a nota da redação do Enem, por exemplo, visto que é uma falha de concordância verbal.

Quando se usa tem?

A forma verbal tem é usada para designar a terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo ter. Em outras palavras, é como se conjuga ele/ela tem. É usada também para concordar com sujeitos que dão noção de muitas pessoas, mas que são conjugados sempre no singular, como “todo mundo” e “gente”.

Observe os exemplos:

·      Ela tem um senso de justiça notável.

·      O menino pensa que seu cachorro tem superpoderes.

·      A pessoa tem que saber quando não é bem-vinda.

·      Bobo é aquele que não tem nada de louco.

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Verbo impessoal

O verbo ter (no uso coloquial) pode possuir uma função semelhante ao do verbo haver (com sentido de “existir” ou “acontecer” e também de tempo decorrido), nesses contextos, ele é classificado como impessoal.

Esse tipo de verbo não apresenta sujeito e convencionou-se que a conjugação deve feita no singular, independentemente do tempo e modo verbal. No caso do presente do indicativo, é grafado sem acento circunflexo. Do mesmo modo, quando usado como auxiliar do verbo haver com sentido de “existir” ou “acontecer”, conjuga-se no singular.

Observe os exemplos:

·      Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu.”

·      Tem havido coisas estranhas nesta casa.

·      Tem muitas pessoas insatisfeitas.

·      Na sala de espera, tem gente esperando por você.

Quando se usa têm?

A forma têm, por sua vez, corresponde à terceira pessoa do plural do presente do indicativo do verbo ter. Isso quer dizer que representa eles/elas têm. Esse acento diferencial serve, inclusive, para as formas compostas, como abster (abstém/abstêm), obter (obtém/obtêm), conter (contém/contêm), deter (detém/detêm), entreter (entretém/entretêm), manter (mantém/mantêm). No entanto, esses verbos diferenciam o singular com acento agudo, coisa que não acontece com o ter.

A última reforma ortográfica, em vigência desde 2009, conhecida como Novo Acordo, eliminou o acento circunflexo das formas verbais paroxítonas que terminam com em. Como é o caso de creem, deem, descreem, leem, preveem, releem, reveem, veem. É importante frisar que essa norma não afetou o verbo ter, que continua diferenciando-se em tem ou têm.

Veja os exemplos:

·      Elas têm muitos interesses em comum.

·      Os meninos têm uma energia inesgotável.

·      As pessoas têm manias bem diversas.

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Houve ou houveram?

Devemos usar sempre 'houve', nunca 'houveram', pois o verbo 'haver' é impessoal, ou seja, não possui sujeito e, por isso, não deve ser flexionado para o plural.

O verbo 'haver' é impessoal, isto é, não possui sujeito e não deve ser flexionado para o plural

"O verbo HAVER nos sentidos de existir, acontecer ou de tempo decorrido é impessoal, ou seja, não possui sujeito. Dessa forma, o verbo HAVER não deve ser flexionado quanto ao número (plural). Isso significa que a flexão do verbo HAVER no pretérito perfeito plural (“houveram”) não existe na nossa língua.

Veja os exemplos:

Houve diversas ameaças contra o atual diretor.

No mês de janeiro houve mais roubos de veículos em Natal do que em todo o semestre passado."

"Dica:

Da mesma forma que o verbo HAVER, o verbo FAZER no sentido de tempo decorrido ou de fenômenos atmosféricos também é impessoal, ou seja, não tem sujeito e não deve ser flexionado quanto ao número, permanecendo no singular.

Veja os exemplos:

Faz oito anos que não ando de bicicleta.

Agora faz nove graus em São Joaquim.

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Os 5 erros de português mais comuns

1. Escrever agente em vez de a gente

Forma incorreta: Quando agente chegou, todos fugiram.

Forma correta: Quando a gente chegou, todos fugiram.

Lembre que “agente” é uma pessoa que agencia, um intermediário:

Meu agente conseguiu um belo contrato para mim.

2. Empregar a regência incorreta do verbo assistir

É bastante comum dizermos e escrevermos:

Ontem à noite, assisti o jogo.

No entanto, o verbo “assistir”, no sentido de “ver”, “presenciar”, exige a preposição “a”:

Ontem à noite, assisti ao jogo.

3. Utilizar o verbo ter com o sentido de existir

Forma incorreta: Aqui em casa tem muita barata.

Forma correta: Aqui em casa há muita barata.

Isso porque “ter” não é sinônimo de “existir”. Esse sentido está reservado ao verbo “haver”.

4. Empregar pronome pessoal como objeto direto

Errado: Eu disse que amo ele de verdade!

Certo: Eu disse que o amo de verdade!

Não esqueça que pronomes pessoais do caso reto atuam como sujeito, e não como complemento de um verbo."

5. Usar acento indicador de crase diante de verbo

Não ocorre crase diante de verbo. Por isso, estão erradas construções como:

Calças à partir de cem reais.

O certo é:

Calças a partir de cem reais."

 

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