Torne a mentira grande, simplifique-a, continue afirmando-a, e eventualmente todos acreditarão nela. (Adolf Hitler)
Experimentos cruéis dos nazistas — Foto: Reprodução Amino Apps
História
O nazismo representou um movimento político e social
caracterizado por princípios nacionalistas e extremistas que emergiram na
Alemanha imediatamente após o término da Primeira Guerra Mundial, ganhando
considerável destaque no país. A ascensão ao poder ocorreu em 1933, com a
nomeação de Adolf Hitler como chanceler alemão. Historicamente, os estudiosos o
categorizam como um movimento de extrema-direita.
Sob o nome de Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores
Alemães, o nazismo desempenhou um papel central na tragédia que resultou no
genocídio de aproximadamente seis milhões de pessoas de origem judaica durante
o período do Holocausto. Além dos judeus, diversas outras comunidades
minoritárias, incluindo ciganos, homossexuais e pessoas de ascendência
africana, sofreram perseguição e foram detidas em campos de concentração. A
suástica se consolidou como o emblema proeminente do nazismo.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Veja também
Primeira Guerra Mundial: Análise histórica de um conflito marcante
A Vanguarda da Revolução de 30 e a Era Vargas
A Importância do Historicismo na Análise do Tempo
Resumo sobre o nazismo
O nazismo, conhecido como o Partido Nacional-Socialista dos
Trabalhadores Alemães, surgiu na Alemanha em 1920 como um movimento de
extrema-direita. Ele baseou-se em ideais nacionalistas e extremistas, incluindo
o antissemitismo, que eram amplamente difundidos na Alemanha desde o século
XIX.
O nazismo emergiu logo após o término da Primeira Guerra
Mundial, quando a Alemanha estava em ruínas e sentindo a humilhação do
conflito. Suas doutrinas incluíam o antibolchevismo, antiliberalismo,
militarismo, antissemitismo, a glorificação da guerra e outros princípios.
Os nazistas chegaram ao poder em 1933, quando Adolf Hitler
foi nomeado chanceler da Alemanha. A partir desse momento, ele implementou uma
série de mudanças, revitalizando a economia e estabelecendo um regime
totalitário que perseguiu ferozmente seus opositores.
Isso levou a um reforço militar e expansão territorial
alemã, culminando na eclosão da Segunda Guerra Mundial em 1º de setembro de
1939, com a invasão da Polônia pelos alemães.
Ao término da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha estava
arrasada, e o mundo ficou horrorizado com o Holocausto, um genocídio que
resultou na morte de seis milhões de judeus.
Eugenia Nazista
Uma das características proeminentes do Nazismo foi a sua
crença na existência de uma "raça superior", que eles atribuíram à
raça ariana, representando uma linhagem sanguínea branca e idealizada,
considerada como ancestral dos povos germânicos que fundaram o Estado alemão.
Além dessa visão racista que levou ao genocídio dos judeus, os nazistas também
abraçaram a ideia da eugenia. Essa ideia envolvia a eliminação da sociedade de
indivíduos com deficiências mentais ou físicas, bem como o desejo de aprimorar
geneticamente uma geração ideal de homens e mulheres que se encaixassem no
ideal da raça ariana.
"O povo alemão é um só corpo, mas a sua integridade
está ameaçada. Para manter a saúde do povo é preciso curar o corpo, infestado
de parasitas." HITLER, A. Mein Kampf. 1925.
A eugenia, cujo termo deriva do grego e significa "boa
origem", não era uma ideia exclusiva do nazismo, uma vez que já circulava
entre cientistas europeus do século XIX. No entanto, sob a liderança de Hitler,
com o apoio de um de seus principais oficiais, Heinrich Himmler, e um grupo de
médicos e cientistas que compartilhavam as visões do Reich, foi implementado um
projeto com o objetivo de "purificar" a sociedade germânica dos
chamados "indesejáveis". Esse grupo englobava pessoas que estavam
internadas em hospitais psiquiátricos e asilos, bem como crianças que sofriam
de sérios problemas de saúde e indivíduos com deficiências físicas.
Últimas Notícias
- América do Sul em Perspectiva: Um Estudo das
Diversidades Políticas, Economias Pujantes e Mosaico Religioso
- Conceitos Históricos: Um Dicionário para Entender a
Sociedade
- Estudo de Movimentos Sociais no Ensino Médio: Nova
Abordagem na Aula de Sociologia
- Boris Fausto: Um Legado de Contribuições Inestimáveis
à História do Brasil
PUBLICIDADE
Josef Mengele, o Anjo da Morte
Josef Mengele foi uma das personalidades mais horrendas
envolvidas no Holocausto. Suas atividades e os experimentos médicos que
realizou em Auschwitz o destacaram como o mais notório carrasco entre todos os
crimes perpetrados naquele campo de concentração. O fato de ele ter conseguido
viver uma longa vida oculto no período pós-Guerra simboliza a ineficácia global
em responsabilizar os nazistas culpados por seus crimes perante a justiça.
Por causa de sua notoriedade, Mengele foi abordado em
inúmeros livros, filmes e programas de televisão populares. Muitas dessas
representações deturpam os eventos reais relacionados aos crimes de Mengele e o
isolam do contexto histórico. Alguns o descrevem como um cientista insano que
realizou experimentos cruéis sem embasamento científico.
De fato, a verdade sobre Mengele é ainda mais perturbadora.
Ele possuía uma formação médica e pesquisa altamente especializada, além de ser
um veterano de guerra condecorado. Ele desfrutava de respeito em sua área e
fazia parte de uma das principais instituições de pesquisa na Alemanha. Muitos
cientistas alemães basearam seus próprios estudos em grande parte das pesquisas
médicas que Mengele conduziu em Auschwitz.
Mengele foi apenas um dos numerosos cientistas biomédicos
que conduziram experiências em prisioneiros dentro dos campos de concentração
nazistas. Além disso, ele fazia parte do grupo de médicos que selecionava as
vítimas destinadas a serem executadas nas câmaras de gás em Auschwitz.
Josef Mengele operou de acordo com os princípios da
"ciência alemã" durante o período do regime nazista. Suas
transgressões destacam o risco extremo que a ciência representa quando é
empregada para sustentar uma ideologia que nega os direitos, a dignidade e até
mesmo a humanidade de grupos específicos de seres humanos.
PUBLICIDADE
No campo de Auschwitz, a equipe médica tinha a
responsabilidade de realizar as seleções mencionadas. Essas seleções tinham
como propósito identificar os prisioneiros que não estavam em condições de
trabalhar. As SS consideravam essas pessoas como inúteis e, como resultado,
elas eram sentenciadas à morte.
Ao chegarem em Birkenau, os comboios transportando judeus
eram submetidos a uma triagem realizada pela equipe médica, que selecionava os
raros adultos que estavam em condições físicas para realizar trabalhos forçados
no campo de concentração. Aqueles que não eram escolhidos para o trabalho,
incluindo crianças e idosos, eram prontamente executados nas câmaras de gás.
Os médicos que atuavam em Auschwitz e em diversos outros
campos de concentração conduziam avaliações regulares nas enfermarias e
alojamentos do campo. Essas avaliações tinham como objetivo identificar
prisioneiros que estivessem feridos, extremamente doentes ou demasiadamente
enfraquecidos para realizar qualquer trabalho.
As SS empregavam diversos métodos para eliminar esses
prisioneiros, incluindo o uso de injeções letais e o sufocamento nas câmaras de
gás. Mengele era encarregado regularmente de realizar essas seleções em
Birkenau, o que levou alguns prisioneiros a se referirem a ele como o
"anjo da morte". Gisella Perl, uma ginecologista judia que foi detida
em Birkenau, mais tarde relatou como a presença de Mengele na enfermaria
feminina provocava terror entre todas as prisioneiras:
“Temíamos essas visitas mais do que qualquer outra coisa,
porque[. . .] nunca sabíamos se teríamos permissão para viver [. . . .] Ele podia fazer o que bem quisesse conosco”.
– Citação extraída do livro de memórias de Gisella Perl,
"Eu Fui médica em Auschwitz".
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
As experiências cruéis do nazismo
A prática da eutanásia, também conhecida como "morte
por compaixão", tornou-se uma ocorrência frequente sob o regime nazista.
Indivíduos com deficiências, problemas mentais ou outras condições consideradas
contraproducentes para a busca de uma raça "perfeita" foram alvos da
eutanásia. Milhares de pessoas, incluindo muitas crianças, perderam a vida, uma
vez que, desde o nascimento, se apresentavam com alguma deformidade ou problema
de saúde mental, os pais eram aconselhados a permitir o falecimento de seus filhos.
Essa prática começou antes mesmo da Segunda Guerra Mundial e foi posteriormente
implementada nos campos de concentração.
Dentre várias experiências, incluíam-se testes realizados
em seres humanos para avaliar a capacidade do corpo de resistir à pressão do
ar, visando aperfeiçoar as técnicas de paraquedismo alemãs. Além disso,
indivíduos eram submetidos a longos períodos de imersão em água extremamente
gelada, às vezes chegando a 14 horas, seguidos de tentativas de reanimação. Em
algumas dessas tentativas, duas mulheres nuas eram colocadas próximas ao homem,
com o intuito de verificar se o desejo sexual contribuiria para que o corpo
recuperasse a temperatura. No entanto, a conclusão a que chegaram foi que o
corpo deveria ser submerso em água a uma temperatura de 40 graus Celsius, algo
que já era conhecido desde o século XIX.
Inúmeros indivíduos foram submetidos à esterilização em
nome da chamada "purificação racial". Foram realizados testes em 40
judeus na tentativa de tornar a água salgada potável, embora sem sucesso. Além
disso, jovens com menos de 20 anos foram submetidas a experiências que
resultaram em óbito, servindo como cobaias para testes de medicamentos e até
mesmo procedimentos cirúrgicos, como transplantes de órgãos.
O Antissemitismo
O antissemitismo, como mencionado, já tinha raízes na
sociedade alemã desde o século XIX. Várias personalidades da história alemã
promoveram ideais antissemitas. O ódio contra os judeus assumia formas de
preconceito tanto religioso quanto racial.
Hitler preconizava a pureza da raça alemã, começando pela
exclusão dos judeus da sociedade, atribuindo a eles todos os problemas
enfrentados pela sociedade alemã, incluindo a derrota na guerra e a crise
econômica das décadas de 1920 e 1930. Essas teorias conspiratórias sobre uma
suposta conspiração judaica internacional foram disseminadas em parte através
do livro russo intitulado "Os Protocolos dos Sábios de Sião," que era
amplamente reconhecido na Alemanha, embora de autoria desconhecida.
Durante o período nazista na Alemanha, o antissemitismo
evoluiu gradualmente de retórica para ações concretas destinadas a excluir os
judeus da sociedade. A retórica extremista foi seguida por ataques direcionados
aos judeus, que ficaram conhecidos como pogroms. Posteriormente, foram
promulgadas leis que privaram os judeus de seus direitos, notadamente as Leis
de Nuremberg, e, por fim, implementaram-se ações sistemáticas para a
discriminação e perseguição sistemática dos judeus.
PUBLICIDADE
Antimarxismo
O nazismo enfatizava o antimarxismo, expresso
principalmente como antibolchevismo, como um pilar central de sua ideologia,
conforme promovido por Hitler em seu livro e discursos. Hitler alegava que o
bolchevismo era uma parte de uma conspiração global de domínio liderada pelos
judeus. Durante seus anos no poder, Hitler doutrinou a população alemã a ver o
bolchevismo como um inimigo natural do povo alemão que deveria ser erradicado a
todo custo.
Antiliberalismo
A oposição do nazismo ao liberalismo era parte da postura
do partido de desacreditar as democracias representativas que existiam na
Europa, com ênfase na crítica ao sistema democrático da República de Weimar.
Importante observar que essa oposição nazista ao liberalismo não estava
limitada ao liberalismo econômico, visto por Hitler como parte de uma
conspiração judaica global, mas se estendia a todos os princípios fundamentais
do liberalismo, incluindo democracia, sistemas de representação, e direitos fundamentais
dos cidadãos, como liberdade de expressão e manifestação política.
Racismo
Na ideologia nazista, o racismo era fundamentado na suposta
superioridade da raça germânica, que os nazistas promoviam como a raça ariana.
Esse conceito de superioridade era derivado do darwinismo social e levou os
nazistas a perseguirem não apenas os judeus, mas também diversas outras
minorias presentes na Alemanha. Assim, ciganos, dinamarqueses, poloneses e
outros grupos eram alvos de perseguição e sujeitos a tentativas de assimilação
germânica.
Espaço vital
Outro elemento crucial na ideologia nazista era a noção de
criar um "espaço vital" para a raça ariana, onde o Terceiro Reich, o
império planejado para durar mil anos, prosperaria, com liderança inicialmente
a cargo de Hitler. Essa concepção de espaço vital era conhecida como Lebensraum
e pode ser descrita da seguinte maneira, conforme exposto por Richard J. Evans:
Alguns acreditavam que os alemães necessitavam de mais
"espaço vital" - a palavra alemã era Lebensraum. Isso deveria ser
obtido à custa de outros grupos, particularmente dos eslavos. Não porque a
Alemanha estivesse efetivamente superpovoada - não havia evidências disso - mas
porque aqueles que promoviam tais ideias aplicavam a noção de territorialidade
encontrada no reino animal à sociedade humana. Alarmados com o crescimento das
cidades alemãs em crescimento, buscavam a restauração de um ideal rural no qual
colonos alemães dominariam camponeses eslavos considerados
"inferiores".
PUBLICIDADE
Referência bibliográfica
SILVA, Daniel Neves. "Nazismo"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/nazismo.htm. Acesso em
04 de novembro de 2023.
Notas
[1] EVANS, Richard J. A chegada do Terceiro Reich. São
Paulo: Planeta, 2016.
[2] HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX
1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
[3] RICHARD, Lionel. A República de Weimar 1919-1933. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
0 Comentários