Bloqueio da rede social de Elon Musk pelo STF afeta milhares de brasileiros que dependiam da plataforma para divulgar seus trabalhos e sustentar suas carreiras.
Um usuário brasileiro da rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, navegando por postagens em um telefone em Brasília no mês passado.Evaristo Sa/Agence France-Presse — Getty Images |
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A proibição repentina da rede social X no Brasil, após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), deixou muitos brasileiros em desespero. A plataforma, que servia como um ponto de conexão para influenciadores, artistas e pequenos negócios, foi bloqueada devido à recusa de Elon Musk em cumprir ordens judiciais para suspender contas específicas. Com mais de 20 milhões de usuários no país, a rede era uma ferramenta essencial para milhares de pessoas manterem suas atividades profissionais.
Uma das impactadas pela medida foi Adrienni Rodrigues, mais conhecida como Gau Beats. A beat maker e DJ de 30 anos, estava no auge de sua carreira, com o lançamento de seu primeiro álbum. “Eu tive tempo apenas de postar sobre isso”, disse Rodrigues, que temia perder contato com seus 4.000 seguidores após o bloqueio da plataforma. Para ela, o X era mais do que um espaço de divulgação; era onde construía sua rede de contatos e promovia seu trabalho. “Perdemos esse lugar onde já tínhamos um relacionamento com um público que gosta da nossa música”, desabafou.
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Estudantes universitários mostram telas de seus celulares após o bloqueio do X em todo o país, na segunda-feira, no Rio de Janeiro.Silvia Izquierdo/Associated Press |
O ilustrador Adriano Kitani, que obtinha 80% de sua renda através da plataforma, também foi pego de surpresa. Ele contava com seus 5.000 seguidores para divulgar suas artes e fechar negócios como freelancer. “Meu maior medo era perder o contato”, afirmou, preocupado com a incerteza sobre a duração do bloqueio.
A proibição também afetou grandes influenciadores como Flávio Dantas, cujos comentários em tempo real sobre o “Big Brother Brasil” costumavam gerar milhares de interações. Com 650.000 seguidores, ele viu suas parcerias com marcas serem suspensas enquanto as empresas aguardam o desenrolar dos acontecimentos. "Está tudo em pausa, eles estão esperando para ver o que vai acontecer", lamentou Dantas.
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Apesar da migração para redes alternativas como Bluesky e Threads, que registraram crescimento significativo nos últimos dias, muitos usuários temem que essas plataformas não ofereçam o mesmo alcance e recursos. Thiago Ayub, diretor de tecnologia da Sage Networks, afirma que a sustentabilidade dessas novas redes dependerá do tempo que o X permanecer offline. "Se demorar muito, cria um espaço, um vácuo", disse.
A rapper Cardi B tem uma base de fãs brasileiros dedicada com presença online no X.Dimitrios Kambouris/Getty Images |
Embora o impacto financeiro do bloqueio no X seja relativamente pequeno, representando apenas 2% das receitas globais da empresa, as consequências para os usuários brasileiros têm sido imensas. Nathália Rodrigues de Oliveira, conhecida como Nath Finanças, também começou a se distanciar da plataforma devido às mudanças trazidas pela nova gestão. “Agora há muitos bots. Não consigo mais ver minha linha do tempo”, afirmou.Com o futuro incerto, muitos brasileiros seguem na busca por alternativas, enquanto lamentam a perda de uma plataforma que, para muitos, representava uma casa digital.
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