Em Dubai, durante a COP28, a conferência climática da ONU, 185 nações, com a participação recorde de lobistas do petróleo, firmaram um pacto visando a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis. Pode este acordo representar a redenção da humanidade?
A humanidade ainda tem salvação? Foto | Reprodução O Eco |
Mundo- Na atual luta global contra as
mudanças climáticas, vislumbrar a superação do desafio da descarbonização,
crucial para combater o aquecimento global ao substituir os combustíveis
fósseis, parece ser um anseio cheio de esperança. Durante a COP28, realizada em
dezembro em Dubai, uma possível vitória expressiva para os ambientalistas pode
ter ocorrido. O documento resultante, assinado por quase 200 países na
Conferência Climática da ONU, propõe a eliminação progressiva dos combustíveis
fósseis, sinalizando um marco histórico que poderia marcar o início do declínio
do uso de petróleo.
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Na última coletiva de imprensa da COP28, Simon Stiell,
secretário-executivo para Mudanças Climáticas da ONU, destacou avanços
significativos. Ele mencionou metas ambiciosas, como triplicar as energias
renováveis, dobrar a eficiência energética e operacionalizar o fundo de perdas
e danos. Contudo, o ponto histórico foi a incorporação da ideia de cessar o uso
de combustíveis fósseis e gradualmente eliminar os subsídios associados,
conforme enfatizou Stiell.
Isso não implica, como a maioria do mercado tem destacado,
que a gasolina deixará de estar disponível nas bombas a partir da próxima
semana. A maioria dos investidores já previa uma mudança gradual dos
combustíveis fósseis a longo prazo, mesmo antes do comunicado oficial da COP.
Russ Koesterich, gerente de portfólio de alocação global da BlackRock, a maior
gestora do mundo, afirmou ao blog Conhecimento À Michel que essa perspectiva de
transição não será instantânea e envolverá um período de ajuste, possivelmente
estendendo-se por muitos anos, até décadas.
Apesar disso, paira no ar um sentimento de conquista.
Vencemos o que parecia impossível: o fim dos combustíveis fósseis. Natalie
Unterstel, presidente do Instituto Lanoa, uma organização ambiental no Rio de
Janeiro, destacou isso como uma vitória contundente sobre a diplomacia
relacionada ao petróleo e gás. Vale ressaltar que essa batalha ocorreu em um
ambiente desfavorável ao ambientalismo, pois os Emirados Árabes são grandes
produtores de petróleo. Levantamentos de ONGs indicam a presença de cerca de
2.400 representantes da indústria nos corredores da Blue Zone, a área mais
restrita da Conferência, quase quatro vezes mais do que na edição anterior.
Fica claro que o acordo não foi assinado sem a concordância das empresas
petrolíferas.
A próxima batalha que se aproxima envolve estabelecer as
bases para essa transição. Os meios de implementação ainda são inadequados, e a
forma de realizar uma transição justa permanece incerta. Marina Silva, ministra
do Meio Ambiente e Mudança do Clima, presente na COP, pressiona os países ricos
a liderarem efetivamente esse processo. Para o governo brasileiro, a narrativa
mais atrativa parece ser a do jovem motivado que busca conquistar um papel
central no poder, trazendo consigo boas ideias para alcançar esse objetivo.
Sendo a maior democracia com uma matriz energética predominantemente limpa, o Brasil se destaca como um candidato principal nessa nova economia. Simultaneamente, o presidente Lula deu início à sua viagem ao Oriente Médio pela Arábia Saudita, confirmando, na ocasião, a participação do país na OPEP+, uma espécie de grupo afiliado para produtores de petróleo.
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