Ednaldo Rodrigues enfrenta revés em apelação ao Superior Tribunal de Justiça; representantes da FIFA e da CONMEBOL planejam visita ao Brasil em janeiro para esclarecer a situação.
Ednaldo Rodrigues, presidente afastado da CBF. Foto | Reprodução Folha UOL— Brasília |
Política- O pedido de liminar
para reverter o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação
Brasileira de Futebol (CBF) foi negado pelo ministro André Mendonça, do
Supremo Tribunal Federal (STF). Mendonça destacou que o processo já está
em andamento nas instâncias ordinárias da Justiça do Rio de Janeiro por mais de
seis anos, sem necessidade de medidas urgentes. Desde 7 de dezembro, Ednaldo
Rodrigues encontra-se afastado do cargo por decisão da 21ª Câmara de Direito
Privado do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
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O Partido Social Democrático (PSD) solicitou ao STF
uma medida de urgência, argumentando que a decisão do TJ-RJ viola as
atribuições constitucionais do Ministério Público e a autonomia das entidades
esportivas. A decisão judicial do Rio de Janeiro anulou um termo de ajustamento
de conduta (TAC), que havia permitido a Assembleia da CBF. Isso incluiu
a anulação da reunião que elegeu Ednaldo Rodrigues como presidente da entidade.
Mendonça, ao decidir sobre o pedido, destacou a complexidade do caso, mas
observou que o processo se estendeu por mais de seis anos sem a necessidade de
medidas urgentes, o que fundamentou a recusa da liminar para o retorno de
Ednaldo à presidência da CBF.
Entenda o Caso
O desencadeamento do caso ocorreu quando o Ministério
Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) moveu uma ação solicitando a anulação
da Assembleia Geral da CBF, realizada em março de 2017, que modificou as regras
eleitorais internas. Os desembargadores Gabriel Zéfiro, Mauro Martins e Mafalda
Lucchese apresentaram o pedido, alegando na época que as alterações não
obedeceram aos princípios de transparência e publicidade. Em 2011, essas
modificações foram revogadas, levando a discussões de novas regras com a
participação de clubes e federações, resultando em novas eleições. Esta revisão
foi solicitada por dois ex-presidentes da CBF, Ricardo Teixeira e Marco Polo
Del Nero, que eram aliados políticos. Como resultado, o Termo de Ajustamento de
Conduta (TAC) também foi considerado inválido, levando outros dirigentes
de federações a recorrer à justiça.
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Em fevereiro de 2022, um acordo (Termo de Ajustamento de
Conduta) foi estabelecido entre o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ)
e a CBF para garantir estabilidade à entidade máxima do futebol. Foi com
base nessa condição que Rogério Caboclo se tornou presidente da CBF em 2017,
sendo indicado por Del Nero, que na época era um dirigente afastado. Caboclo
foi removido do cargo devido a acusações de assédio. No início deste mês, o
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) avaliou a legalidade do
TAC e anulou a Assembleia da CBF.
Após a suspensão de Caboclo, Ednaldo Rodrigues, então
vice-presidente da CBF, assumiu temporariamente a liderança. Opositores
buscaram impedir a eleição de março de 2022, alegando que o TAC, assinado por
Rodrigues como presidente interino, legitimou uma eleição que o confirmaria
como presidente efetivo. O pedido para reverter essa situação, negado pelo STF,
argumentou que manter o afastamento do presidente da CBF poderia resultar em
retaliações da FIFA e da COMMEBOL. José Perdiz de Jesus foi designado como interventor
e presidente em exercício da CBF, sendo também o presidente do Superior
Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Com 60 anos, ele atua em
tribunais esportivos desde o início da década passada, sendo membro do STJD
desde 2012 e assumindo a presidência em maio deste ano.
Essa decisão causou insatisfação na FIFA e na COMMEBOL, que planejam uma visita ao Brasil no início de janeiro. Paralelamente, Ednaldo buscara reverter a situação no Superior Tribunal de Justiça (STJ), argumentando que seu afastamento poderia ameaçar a organização do futebol no país e toda a sua cadeia econômica. Contudo, esse apelo foi rejeitado.
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