Leandro Karnal explora os intricados caminhos da vida, valendo-se de seu amor pelo aprendizado como guia para desvendar seus enigmas.
Doutor em historia social, Leandro Karnal. Fonte: X (antigo Twiter) |
Filosofia- A
mente encontra seu melhor remédio na filosofia, uma ideia atribuída ao filósofo
Cícero, nascido em 103 a.C. em Arpino, na Itália. Cícero deixou uma extensa
obra abordando temas como política e ética, utilizando a filosofia como sua
principal ferramenta. No entanto, a arte de filosofar tem raízes que remontam a
séculos antes de Cícero, tanto no Ocidente quanto no Oriente. A escola de
Mileto é considerada o berço dos filósofos, conhecidos como pré-socráticos.
Mileto, uma colônia grega na região atual da Turquia, foi o solo fértil para o
surgimento de três proeminentes pensadores: Tales, Anaximandro e Anaxímenes.
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Iniciamos este texto abordando os primórdios da filosofia,
explorando suas origens, como um caminho para adentrar ao cenário
contemporâneo. Leandro Karnal, um historiador e professor brasileiro de 56
anos, destacado como o pensador contemporâneo mais popular, desempenha um papel
crucial ao explicar e difundir conceitos filosóficos para atender às nossas
inquietações. Para Karnal e outros pensadores, a filosofia representa a
ferramenta essencial na busca por soluções para as perenes ansiedades humanas,
seja nas questões profundas ou nas situações do cotidiano. Um de seus temas
prediletos reside na crítica à sociedade de consumo, uma temática incrivelmente
relevante nos dias atuais.
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O tema da felicidade abrange diversos elementos, segundo o
crítico em suas apresentações. Para ele, a felicidade é associada ao consumo, à
aquisição de bens e à capacidade financeira para comprar o máximo possível.
Karnal, ao citar o filósofo polonês Zygmunt Bauman, compara as lojas a
farmácias na sociedade do consumo, destacando-as como fatores de inclusão ou
exclusão. A crítica à concepção de felicidade se entrelaça com os
comportamentos nas redes sociais, que se tornaram essenciais na atualidade. Karnal
argumenta que a lógica do consumo é alimentada pelas redes sociais, onde exibir
uma vida espetacular em cada refeição, viagem e local se torna crucial. Ele
observa que vivemos em uma sociedade de confissões em busca de curtidas,
ressaltando que, paradoxalmente, uma presença forte nas redes muitas vezes
reflete uma vida pessoal vazia. A busca pela fama tornou-se uma prioridade a
qualquer custo, e momentos significativos perderam seu verdadeiro valor. Karnal
exemplifica isso ao destacar que festividades como o Natal transformaram-se em
celebrações de consumo que se estendem até abril devido aos pagamentos. Os
produtos, para ele, tornaram-se objetos coordenadores da vida.
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O conceito de felicidade está intrinsecamente ligado à
ideia de uma vida bem-sucedida. Ao longo do século, valores subjetivos têm
influenciado o que a sociedade considera como sucesso, conforme aponta o
filósofo. Ele destaca que a avaliação da vida bem-sucedida deve ser feita pelo
indivíduo com base em sua própria compreensão da felicidade. Contudo, reconhece
que é desafiador realizar essa avaliação sem considerar as normas sociais, dado
que vivemos em comunidades onde o reconhecimento desempenha um papel crucial no
processo de realização pessoal. O professor Karnal observa que é difícil se
distanciar e ampliar a percepção entre o corpo desejado pelo indivíduo e o
corpo que a sociedade espera, assim como entre a situação financeira desejada e
a que o mundo espera, e ainda entre o conhecimento adquirido e o conhecimento
socialmente valorizado.
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A sugestão é considerar elementos controláveis, como
dedicar-se ao estudo de idiomas ou praticar atividade física. Em contrapartida,
lidar com fatores aleatórios, como fatalidades, e buscar equilibrar uma
perspectiva fatalista do destino com uma visão orientada à autoajuda. Proponho
que avaliemos nossa vida como uma trajetória tensa entre desejos e a realidade
constante. O ato contínuo de desejar, visto como a chave da infelicidade pelo
budismo, requer constante correção, dada a imposição de um mundo muitas vezes
distinto. Nesse constante embate entre desejos pessoais e o que a realidade
determina, reside o encanto da vida. Nesse cruzamento, a clássica máxima
socrática "conhece-te a ti mesmo" se apresenta como uma chave, a
qual, paradoxalmente, o homem pós-moderno parece se afastar em vez de explorar.
O indivíduo destaca a necessidade de ter consciência de ser um ser histórico,
afirmando que o que ocorre em sua vida está relacionado à sua assinatura nesse
processo. Karnal enfatiza que a vida que conduz é escrita por ele mesmo, não
pelo destino.
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O pensador destaca de maneira crítica que, ao criticar
alguém, tanto eu quanto você estamos estabelecendo uma conexão, construindo uma
identidade. A fofoca foi intensificada pela internet, pois concedeu a todos a
oportunidade de se tornarem autores. Além disso, afasta o ato da presença
física, impedindo a pessoa que realiza a crítica de receber uma resposta direta
ou enfrentar consequências físicas. Na internet, adquirimos a habilidade de
falar com autoridade sobre qualquer assunto.
A disseminação de conhecimento não deve seguir uma
abordagem mecânica voltada para memorização, dado que as informações estão
prontamente acessíveis à humanidade com apenas um clique. A verdadeira
revolução reside em fazer com que os educadores compreendam que ensinar não se
resume a transmitir respostas, mas sim em formular perguntas que têm o
potencial de se transformar constantemente, destaca Leandro Karnal.
Leandro Karnal. Fonte: X (antigo Twiter) |
Quem é Leandro Karnal?
Leandro Karnal, educador por vocação e natural do Rio
Grande do Sul, mais precisamente de São Leopoldo, é o terceiro de quatro
filhos. Inicialmente formado sob a influência jesuíta, foi praticante do
catolicismo até sua juventude, quando se tornou ateu. Aos 24 anos, mudou-se
para a capital paulista para realizar seu doutorado na Universidade de São
Paulo (USP) e iniciar sua carreira como professor. A temática educacional
também ocupa um lugar central em sua obra. Para Karnal, o modelo educacional
vigente há décadas parece não atender mais às necessidades da comunidade
acadêmica, resultando em desmotivação dos alunos, estresse dos professores e
uma instituição em declínio. Ele aponta que o modelo, originado no século XIX
por professores nascidos no século XX, está sendo aplicado a alunos do século
XXI, que, de acordo com as projeções atuais, possivelmente se estenderão até o
século XXII. Karnal destaca esses pontos em suas entrevistas.
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