Narrativas Conflitantes Emergem das Indagações Sobre a Presença de Torres na Superintendência da PF na Bahia Precedendo o Segundo Turno Eleitoral

Contradições na Investigação: Versão de Torres sobre Visita à PF na Bahia Desafia Apuração Policial. Preparação para Depoimento Sob Análise.

Ex-ministro da Justiça Anderson Torres "o inocente" e o ex-presidente da República Jair Bolsonaro "o inelegível". Imagem: Brasil de Fato

Durante as audiências da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Eventos Subversivos, o ex-ministro Torres expôs que sua presença nas instalações da superintendência da Polícia Federal se deveu a uma inspeção de obras em andamento. Todavia, apurações minuciosas conduzidas pela Diretoria de Inteligência Policial da própria instituição desvelaram que, contrariamente, a intenção subjacente à mencionada visita do ex-ministro almejava discutir a implementação de medidas fortificadas de salvaguarda durante o desdobramento do segundo ciclo eleitoral.

Na presente terça-feira (8), o ex-titular da pasta da Justiça, Anderson Torres, foi submetido a interpelações na Comissão Parlamentar de Inquérito referente a Manobras Subversivas, em relação a uma incursão realizada no território baiano pouco antecedente ao segundo capítulo eleitoral. Torres comunicou que tal deslocamento teve como escopo a inspeção de atividades laborais em curso na instância superior da Polícia Federal. Não obstante, uma minuciosa averiguação encabeçada pela Diretoria de Inteligência Policial da PF, sediada em Brasília, apresenta contestação à afirmação de Torres.

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As diligências investigativas englobaram depoimentos de agentes federais que se encontravam destacados na região baiana no instante da referida incursão. As averiguações minuciosas elucubram que Torres proferiu declarações inverídicas no que tange à razão subjacente à excursão, alegando uma finalidade de inspecionar as instalações da Polícia Federal situadas em Salvador. No entanto, segundo as conclusões alcançadas pela Diretoria de Inteligência Policial (DIP), o fito primordial da visita encobria discussões acerca da implementação de medidas ampliadas de salvaguarda durante a fase subsequente ao primeiro escrutínio nas eleições presidenciais.

De acordo com as averiguações em andamento, o conclave entre Anderson Torres e figuras de autoridade pertencentes aos quadros da Polícia Federal teve lugar no vigésimo quinto dia do mês de outubro, nas dependências da antiga sede temporária da PF na Bahia, a qual, naquela conjuntura, encontrava-se alocada em um edifício sujeito a aluguel.

Adicionalmente a Torres, compareceram à ocasião como visitantes notáveis o então titular do posto de diretor-geral da Polícia Federal, o Delegado Márcio Nunes de Oliveira, bem como o Brigadeiro Antônio Ramírez Lorenzo, incumbido das funções de Secretário-Executivo junto ao Ministério da Justiça.

No que concerne à contigente policial da Bahia, um trio de delegados que ocupavam postos de destaque no organograma da instituição, incumbiu-se de receber os superiores: o então líder da superintendência regional, Leandro Almada, e seus próximos colaboradores diretos, a saber, Flavio Albergaria e Marcelo Werner.

Aprofundadas indagações conduziram ao desfecho de que Leandro Almada, então incumbido da chefia na região, interpelou o diretor-geral Márcio Nunes a respeito da temática central do encontro. A resposta supostamente proferida por Nunes teria ecoado em sua confissão de desconhecimento, enquanto sugeriu que o ministro revelaria a pauta na subsequente data do encontro, marcada para o dia seguinte.

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De acordo com a análise profunda realizada pela Diretoria de Inteligência Policial (DIP), constatou-se que Leandro Almada teve ciência através de um confrade, um delegado lotado em Minas Gerais, de que Márcio Nunes de Oliveira foi compelido a rumar à Bahia acompanhado por Anderson Torres. Segundo as diligências, este mencionado delegado teria presenciado o momento em que Torres comunicou ao então diretor-geral da Polícia Federal que este deveria também participar da viagem.

Segundo as informações compiladas pelos investigadores, Márcio Nunes teria replicado que se encontrava impossibilitado de participar da viagem, devido a um agendamento médico incontornável. Anderson Torres, entretanto, manteve uma posição inflexível e insistente. Portanto, a reunião acabou por materializar-se no vigésimo quinto dia do mês de outubro, por volta das onze horas da manhã, se estendendo ao longo de um período de trinta minutos.

Consoante às elucubrações conduzidas pela Polícia Federal, Anderson Torres inaugurou o diálogo externando sua inquietação com relação a delitos eleitorais, fazendo menção aos desafios enfrentados no primeiro escrutínio e aludindo a informações sobre a compra de votos na Bahia durante aquela fase. Ele destacou a importância de uma presença mais robusta da Polícia Federal nas ruas e, ademais, se dispôs a disponibilizar efetivos da Polícia Rodoviária Federal para apoiar os esforços da PF.

Leandro Almada respondeu prontamente que, caso fosse imprescindível, ele não hesitaria em buscar auxílio, pondo fim à discussão nesse sentido. Em consonância com o inquérito em andamento, os delegados da Polícia Federal que ocupavam postos de liderança na Bahia perceberam, pela tonalidade e conteúdo do diálogo, o alegado objetivo subjacente do ex-ministro. Posteriormente ao encontro, seguindo as investigações, eles se retiraram para um almoço.

Entretanto, o almoço sofreu atrasos, quase levando o grupo a desistir da visita à obra na sede da Polícia Federal. Em outras palavras, de acordo com os resultados apurados ao longo da investigação em curso, a finalidade da viagem de Anderson Torres a Salvador nunca se circunscreveu à inspeção das obras de reforma do edifício da PF.

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Durante o decorrer das audiências na Comissão Parlamentar de Inquérito, Torres proferiu declarações pontuais, a saber:

        Considerou os eventos ocorridos em 8 de janeiro como "lamentáveis" e enfatizou sua atuação sempre pautada na abordagem "técnica";

        Desqualificou a minuta que supostamente delineava o golpe como "fantasiosa" e uma "aberração" destituída de "validade jurídica";

        Negou ter questionado a legitimidade dos resultados eleitorais e refutou a acusação de condescendência com grupos acampados simpáticos ao presidente Bolsonaro;

        Salientou a carência de efetivos policiais para conter os acontecimentos do 8 de janeiro.

Depoimento Testemunhal

Nesta terça-feira, o testemunho de Anderson Torres foi formalizado perante a comissão. A Comissão Parlamentar de Inquérito já deu luz verde à revelação de informações protegidas por sigilo concernentes ao depoente. No dia que marcou os acontecimentos qualificados como subversivos, Torres desempenhava o papel de secretário de Segurança Pública no Distrito Federal, porém encontrava-se fora do país, de viagem marcada para os Estados Unidos.

O ex-dirigente encontra-se sob escrutínio por parte do Supremo Tribunal Federal, em virtude da alegação de que teria omitido sua participação na organização do aparato de segurança durante o desenrolar dos eventos insurrecionais.

Torres chegou a experimentar um período de reclusão com duração aproximada de quatro meses, contudo, posteriormente, obteve a liberdade por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que contudo, impôs a exigência do uso de uma tornozeleira eletrônica.

O documento em questão descrevia a implementação de um estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), visando alterar o desfecho das eleições presidenciais de 2022, em que Lula (PT) saiu vitorioso perante Bolsonaro.

Perante os membros da câmara legislativa, Torres assegurou que o documento em discussão era um produto "fantasioso" e uma "aberração", carente de "validade jurídica".

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Opinião do Michel

A exposição de divergências substanciais entre a narrativa apresentada por Anderson Torres e os desdobramentos da investigação da Diretoria de Inteligência Policial da Polícia Federal, concernente à sua visita à superintendência da PF na Bahia prévia ao segundo turno, constitui um aspecto que exige minuciosa deliberação. A incongruência entre os depoimentos levanta questões essenciais sobre a veracidade das informações transmitidas, a motivação por trás das ações de Torres e, potencialmente, a natureza de seu envolvimento em circunstâncias de relevância nacional. Neste cenário, é imperativo que se estabeleça a completa verdade através de um processo justo, transparente e robusto, que possa dissipar quaisquer dúvidas e assegurar a confiança nas instituições e na integridade do processo eleitoral.

Preparação para o Depoimento de Anderson Torres

O meticuloso período de preparação que precedeu o depoimento de Anderson Torres perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, dedicada a apurar os eventos de 8 de janeiro, provoca uma série de considerações intrigantes. Enquanto é inerentemente legítimo que indivíduos acusados adotem medidas para defender sua inocência, a extensão e o escopo dessa preparação levantam questionamentos significativos sobre a posição de Torres nesse panorama. A abordagem adotada, que compreendeu um período aproximado de 20 dias, foi notavelmente abrangente, abordando tanto aspectos previamente abordados pela Polícia Federal quanto tópicos de natureza política. Isso sugere não apenas uma postura defensiva, mas possivelmente uma estratégia meticulosa para gerenciar as complexas implicações de sua participação nos eventos em questão. O escrutínio cuidadoso por parte dos legisladores se torna, portanto, imperativo para discernir entre fatos, intenções e possíveis elementos de dissimulação, a fim de conduzir uma investigação completa e justa.

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