Atentados no Irã deixam mais de 100 mortos durante marcha em cortejo à sepultura de general falecido

Autoridades iranianas categorizam o incidente como um ataque terrorista, asseguram que irão responsabilizar os culpados, mas evitam atribuir diretamente a autoria a alguma organização ou nação específica no atentado.

Iranianos que acompanhavam cortejo em homenagem ao general Qassem Soleimani, nesta terça-feira (7), em Kerman, no Irã sofrem ataque terrorista
Iranianos que acompanhavam cortejo em homenagem ao general Qassem Soleimani, nesta quarta-feira (3), em Kerman, no Irã sofrem ataque terrorista— Foto: Mehdi Bolourian / Fars Agência de Notícias / 

Internacional- Ontem, 103 pessoas perderam a vida e outras 170 ficaram feridas em Kerman, Irã, devido a duas explosões durante uma procissão próxima ao túmulo do falecido general Qassim Soleimani. O governo iraniano trata o ocorrido como um ataque terrorista, mas até o momento, nenhum grupo extremista reivindicou a autoria. Especialistas descartam qualquer conexão com a guerra em Gaza ou o assassinato de Saleh al-Arouri, líder do Hamas, ocorrido no Líbano.

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O principal suspeito atualmente é o Estado Islâmico. Em setembro, a agência de notícias Fares divulgou a prisão de um agente importante, vinculado ao Grupo Sunita, responsável por realizar operações terroristas no Irã, na cidade de Kerman. Em 2017, cinco membros do EI atacaram o prédio do parlamento iraniano em Teerã e o mausoléu de Ruhollah Khomeini, resultando na morte de 17 civis e no ferimento de 43 pessoas. O governo de Teerã afirmou ter frustrado outros planos de ataques do EI no país. No incidente recente, autoridades iranianas afirmam que duas bombas foram colocadas em sacolas ao longo de uma estrada que conduz ao cemitério de Kerman.

Conforme informações da agência Tasnin, vinculada à Guarda Revolucionária, os explosivos foram acionados remotamente, resultando em fragmentos de corpos espalhados pelo solo. A primeira explosão aconteceu aproximadamente a 700 metros do túmulo de Soleimani. A segunda bomba, detonada 15 minutos depois a uma distância de 300 metros, foi a mais devastadora, pois ceifou a vida de várias pessoas que tentavam prestar socorro aos feridos da explosão inicial.

Especialistas indicam que as explosões duplas são uma tática frequente entre grupos terroristas atuantes no Afeganistão, Iraque e Líbano, visando causar danos adicionais a quem presta socorro após a primeira explosão. O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, condenou veementemente o atentado, afirmando que os responsáveis pelo ato covarde serão em breve identificados e punidos pelas eficazes forças de segurança. Raisi assegurou que as ações dos inimigos do país não abalarão a sólida determinação do Irã.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, emitiu uma declaração responsabilizando os inimigos maliciosos e criminosos do país pelo ataque, sem, no entanto, mencionar explicitamente nenhum grupo ou nação como responsável. Khamenei assegurou que os responsáveis pelo ataque de ontem receberão uma resposta vigorosa por parte do Irã. Kerman é a cidade natal de Soleimani, cujo corpo, junto com 1.024 outros considerados mártires, está sepultado no cemitério local. O funeral do general, em 2020, atraiu mais de um milhão de pessoas. Anualmente, na data de seu assassinato, muitos iranianos realizam procissões e cerimônias em sua memória.

O local do Ataque em Kerman

Entre os grupos apoiados e financiados pelo general Soleimani estão o Hamas, que controla a faixa de Gaza, e o Hezbollah, no Líbano. Algumas pessoas no Irã expressaram, por meio das redes sociais, críticas ao governo e às autoridades de segurança por não terem conseguido proteger um evento tão significativo. Durante o funeral do general, um tumulto no mesmo local resultou em pânico, causando a morte de 60 pessoas.

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