Abertura da 79ª Assembleia Geral da ONU: Líderes Mundiais Cobram Reformas Urgentes

Em meio a um recorde de conflitos armados, Lula e Biden fazem discursos contundentes; Brasil defende ampliação do Conselho de Segurança.

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Brasília, 25 de setembro de 2024 — A 79ª Assembleia Geral da ONU foi inaugurada ontem, em Nova York, em um clima de tensão e crítica à ineficácia da organização diante do aumento dos conflitos armados. O presidente Lula da Silva defendeu uma reforma estrutural da ONU, enquanto Joe Biden prometeu continuar apoiando a Ucrânia até o fim da guerra contra a Rússia.

     

    A 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas teve início nesta terça-feira, em Nova York, reunindo líderes de todo o mundo em um cenário de crescentes conflitos armados e tensões geopolíticas. No primeiro dia do evento, os discursos foram marcados por duras críticas à paralisia da ONU em lidar com disputas internacionais, em especial, as guerras na Faixa de Gaza, Líbano e Ucrânia.

    De acordo com o Peace Research Institute Oslo (PRIO), o ano passado marcou o recorde de conflitos armados desde a criação da ONU, com 59 guerras envolvendo 34 países. O número mais alto registrado desde 1946. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, mantendo a tradição histórica, foi o primeiro a discursar e voltou a levantar a bandeira da reforma do Conselho de Segurança da ONU.

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    Lula argumentou que as Nações Unidas estão "esvaziadas e paralisadas" diante das crescentes ameaças globais e defendeu uma "ampla revisão" da carta da ONU. O presidente reiterou a necessidade de expandir o Conselho de Segurança, atualmente composto por 15 membros, dos quais cinco são permanentes com poder de veto: Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França. "A exclusão da América Latina e da África de assentos permanentes no Conselho de Segurança é um eco inaceitável de práticas de dominação colonial", afirmou Lula.

    O discurso brasileiro foi seguido pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que fez seu último pronunciamento na Assembleia Geral antes do fim de seu mandato em 2025. Biden estabeleceu paralelos entre os conflitos atuais, como os da Ucrânia e Gaza, e guerras que marcaram sua entrada na política, como o Vietnã. O líder americano prometeu manter o apoio à Ucrânia até o fim da guerra contra a Rússia, reforçando o compromisso dos Estados Unidos com o fim da invasão liderada por Vladimir Putin.

    O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, também fez declarações importantes, negando a intenção de Israel de invadir o Líbano, apesar da escalada de ataques contra o Hezbollah. O grupo libanês, por sua vez, confirmou a morte de um de seus principais comandantes, Ibrahim Qubaisi, e retaliou com o lançamento de 300 foguetes contra Israel, o maior ataque desde o início da guerra com o Hamas.

    O presidente do Irã, Mazoud Pezeshkian, também discursou, condenando os ataques israelenses e afirmando que "o terrorismo de Estado de Israel no Líbano não pode ficar sem resposta."

    Enquanto a ONU foi fundada com o propósito de evitar novos conflitos globais após a Segunda Guerra Mundial, críticos apontam que o Conselho de Segurança tem sido historicamente ineficaz em prevenir genocídios e em intervir em conflitos regionais. Mesmo assim, a Assembleia Geral permanece sendo o principal fórum para a diplomacia global, ainda que sua relevância esteja sendo questionada em tempos de crise.

    A 79ª Assembleia Geral continua nos próximos dias, com novos discursos e possíveis encaminhamentos sobre os conflitos e a desejada reforma das Nações Unidas.



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