Influência de Celebridades em Apostas Agrava Endividamento de Famílias Brasileiras

Estudo do Banco Central aponta que beneficiários do Bolsa Família gastaram mais de R$ 3 bilhões em apostas no mês de agosto; governo discute regulação urgente.

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Gusttavo Lima e Deolane Bezerra: dupla é alvo de operação que investiga lavagem de dinheiro. | REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Brasília, 25 de setembro de 2024 — A crescente influência de celebridades como Deolane Bezerra e Gustavo Lima sobre o público mais vulnerável tem levado beneficiários do Bolsa Família a gastar bilhões em apostas online. O cenário alarmante foi detalhado em um estudo do Banco Central, que aponta um impacto direto no aumento do endividamento das famílias mais pobres, enquanto o governo federal debate medidas de regulamentação do setor.

     

    O impacto das apostas online no orçamento de famílias brasileiras de baixa renda tem gerado preocupações no governo e entre especialistas. Um estudo do Banco Central, encomendado pelo senador Omar Aziz, revelou que os beneficiários do Bolsa Família gastaram via PIX mais de R$ 3 bilhões em apostas durante o mês de agosto. Esse valor representa 20% do montante repassado pelo programa social no mesmo período, com cerca de 5 milhões de beneficiários participando de apostas, uma média de R$ 100 por pessoa.

    Esses números acendem um alerta para o aumento do endividamento dessas famílias, especialmente as mais pobres, que buscam, através das apostas, uma saída para melhorar sua condição financeira. A situação é agravada pela promoção constante de apostas por influenciadores digitais populares, como a advogada Deolane Bezerra e o cantor Gustavo Lima, que têm milhões de seguidores nas redes sociais.

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    Durante um evento em São Paulo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, chamou a atenção para o crescimento acelerado das transações via PIX para sites de apostas, que tiveram um aumento de mais de 200% desde o início do ano. "A gente começa a ter a percepção que já está tendo um efeito direto na inadimplência", afirmou Campos Neto, alertando sobre a escalada do endividamento das famílias.

    Diante desse cenário, o governo Lula discute a regulamentação do setor de apostas online. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, se reuniu recentemente com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e representantes dos ministérios da Fazenda e Justiça para tratar da criação de regras mais rígidas. Entre as propostas está o fim imediato do uso de cartões de crédito para apostas, uma medida já prevista para janeiro, mas que pode ser antecipada devido à urgência da situação.

    Alckmin também debateu a criação de um grupo de trabalho interministerial com foco no tratamento do vício em jogos de apostas, que será liderado pelo Ministério da Saúde. "Estamos diante de uma doença que precisa de atenção urgente", declarou o senador Omar Aziz, que defende o bloqueio dos sites de apostas no Brasil até que a regulamentação seja finalizada.

    A Confederação Nacional do Comércio (CNC) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a inconstitucionalidade da lei que regulamenta as apostas esportivas online, aprovada no final de 2023. A ação solicita uma medida cautelar para suspender a eficácia da lei, o que pode atrasar ainda mais o processo de regulação.

    Em Nova York, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente Lula também comentou o assunto, expressando preocupação com a expansão das apostas dentro dos lares brasileiros. "O jogo está dentro da casa das famílias. Nós estamos percebendo o endividamento das pessoas mais pobres tentando ganhar dinheiro com apostas. Esse é um problema que teremos que regular", afirmou o presidente.

    Com o crescimento desenfreado das apostas e a popularização dessa prática entre as camadas mais pobres da sociedade, o Brasil enfrenta um desafio urgente para conter o aumento do endividamento e tratar a compulsão por jogos como uma questão de saúde pública.



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