Brigas, gritaria e acusações marcam o segundo debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo, em um cenário que ilustra o conceito de anomia.
Candidatos à prefeitura de São Paulo. Fonte: Metrópoles |
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O debate transmitido pela RedeTV! e Uol nesta terça-feira (17) foi mais um exemplo da crescente desintegração das normas sociais na política brasileira. O encontro, que deveria ser um espaço para a apresentação de propostas dos candidatos à Prefeitura de São Paulo, acabou marcado por brigas, gritos e acusações pessoais. Menos de dois dias após a cadeirada entre José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (PRTB) no debate anterior, os ânimos voltaram a se exaltar, revelando um ambiente onde o respeito às regras e a civilidade estão cada vez mais frágeis.
Esse cenário é uma clara manifestação da anomia, conceito elaborado por Émile Durkheim para descrever períodos de desordem social, nos quais as normas que regulam o comportamento dos indivíduos se enfraquecem ou desaparecem. No debate desta terça-feira, a tensão foi evidente desde o início, com Marçal relembrando o incidente do último domingo e acusando Datena de ser um "agressor", comportamento que classificou como "análogo a um orangotango". Datena, por sua vez, tentou justificar sua ação afirmando que agiu em defesa de sua família.
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A falta de solidariedade entre os candidatos e a substituição do debate de ideias por ataques pessoais tornaram-se uma constante. A discussão entre Ricardo Nunes (MDB) e Marçal, que resultou em gritaria e interrupções, exemplifica o colapso das normas sociais que Durkheim identificou como características da anomia. Para evitar novas agressões físicas, a organização do evento chegou a parafusar as cadeiras no chão, um reflexo claro da falência das regras mais básicas de convivência.
Durkheim argumentava que, em momentos de rápidas mudanças sociais e enfraquecimento das estruturas normativas, os indivíduos perdem o senso de pertencimento a um coletivo regulado. O resultado é a anomia, que pode ser observada no atual cenário político, onde o diálogo racional e o respeito às regras são substituídos por agressões e o individualismo exacerbado. Mais do que um simples debate eleitoral, o evento desta terça-feira tornou-se um reflexo da crise de coesão social que atinge a sociedade contemporânea.
As acusações se multiplicaram ao longo dos blocos, com Marina Helena (Novo) acusando Tabata Amaral (PSB) de usar um jatinho particular para visitar o namorado, e Pablo Marçal voltando a questionar Ricardo Nunes sobre casos de violência doméstica e condenações por furto. Em meio a tantos ataques, as propostas para a cidade de São Paulo ficaram em segundo plano.
Ao final, o debate evidenciou que a política atual, dominada por confrontos pessoais e desprezo pelas normas básicas de respeito, caminha para um estado de desintegração social. O conceito de anomia, proposto por Durkheim, parece se manifestar no coração do debate eleitoral, onde a fronteira entre o ser social e o estado selvagem se torna cada vez mais tênue.
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