Relatório do Coaf indica que Jair Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões através de transações Pix em 2023.

Um relatório emitido pelo órgão responsável pela prevenção à lavagem de dinheiro menciona que as transações incomuns podem estar vinculadas à iniciativa de arrecadação de fundos promovida por apoiadores do ex-presidente.

Jair Bolsonaro com os filhos
O ex-presidente Jair Bolsonaro, agora inelegível, com os filhos Flávio, Carlos, Eduardo e Renan. Foto: Reprodução Jair Bolsonaro/Twitter 

De acordo com um relatório produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que é o órgão do governo federal responsável por combater a lavagem de dinheiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu uma quantia de R$ 17,2 milhões através de transações via Pix em sua conta pessoal durante os primeiros seis meses deste ano.

Os dados apresentados pelo Coaf indicam que, entre 1º de janeiro e 4 de julho, o ex-presidente recebeu mais de 769 mil transações via Pix, totalizando um montante de R$ 17.196.005,80. Esse valor representa praticamente toda a movimentação financeira de Bolsonaro no período, que foi de R$ 18.498.532,66.

Segundo o relatório do órgão de combate à lavagem de dinheiro, as transações apresentaram características atípicas e poderiam estar relacionadas à campanha de doações organizada por apoiadores de Bolsonaro. A finalidade dessa campanha seria arrecadar fundos para pagar as multas que foram impostas ao ex-presidente ao longo dos últimos anos.

No período, a quantidade de transações via Pix recebidas em circunstâncias incomuns e incompatíveis chamou a atenção. O relatório sugere que esses registros possivelmente estão relacionados a uma notícia divulgada na mídia no início de julho sobre uma campanha.

A divulgação do conteúdo do relatório foi feita pelo jornal "Folha de S.Paulo" e posteriormente confirmada pela fonte "Conhecimento À Michel". O documento foi enviado pelo Coaf à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que está investigando os atos criminosos e golpistas ocorridos no Congresso Nacional em 8 de janeiro.banner

De acordo com o relatório do Coaf, é apresentado o montante total transferido via Pix para a conta bancária do ex-presidente, assim como uma lista dos principais remetentes e destinatários dos pagamentos feitos através dessa conta. É importante ressaltar que os detalhes são disponibilizados apenas para os depósitos que excederam o valor de R$ 5 mil.

Dentre os remetentes mencionados, destaca-se o Partido Liberal, do qual Bolsonaro possui o título de presidente honorário, que transferiu um total de R$ 47,8 mil em dois lançamentos. Além disso, a lista inclui também militares, empresários, estudantes, pecuaristas, agricultores, advogados e empresas. De acordo com o Coaf, 19 contas realizaram pagamentos variando de R$ 5 mil a R$ 20 mil.

Bolsonaro critica TSE e expressa confiança em retornar à presidência como "missão".

Na terça-feira (25), durante um evento realizado pelo Partido Liberal (PL), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez críticas novamente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmando que "foi condenado por suas qualidades", em vez de seus defeitos e erros políticos.

Bolsonaro expressou sua crença em um país que pune os políticos não por suas falhas, mas por suas virtudes. Ele ressaltou que foi penalizado pelo TSE por conta de suas virtudes. Em seu discurso inicial, o ex-presidente minimizou os ataques que fez ao sistema eleitoral durante as eleições presidenciais de 2022, argumentando que tudo o que fez foram críticas.

VÍDEO – Bolsonaro ataca TSE e cita volta à Presidência como "missão"Fonte: Reprodução CNN

Três empresas realizaram transferências para a conta pessoal do ex-presidente, totalizando o montante de R$ 24,6 mil. Uma delas efetuou 62 depósitos, totalizando R$ 9.647,43 na conta de Bolsonaro.

O relatório também revela que, neste ano, o ex-presidente efetuou um pagamento de R$ 3,6 mil para Walderice Santos da Conceição, conhecida como Wal do Açaí. O Ministério Público Federal a aponta como funcionária fantasma durante o período em que Bolsonaro era deputado federal pelo Rio de Janeiro.

Além disso, o relatório do Coaf mostra que houve dez lançamentos para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, totalizando R$ 56.073,10. Também foram registrados pagamentos a militares e à lotérica pertencente ao irmão do ex-presidente.

Vaquinha para Bolsonaro

Ex-presidente gosta da mala cheia, Imagem de Joshua Woroniecki por Pixabay

Foi organizada uma campanha de arrecadação de fundos para ajudar o ex-presidente a pagar as multas que lhe foram impostas, bem como possíveis novas punições devido ao não cumprimento do uso obrigatório de máscaras em locais públicos durante o pico da pandemia do novo coronavírus.

Conforme informações da Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo, Bolsonaro possui sete dívidas em aberto com o município, totalizando o valor atual de R$ 1.062.416,65. Essas sete multas foram aplicadas, sendo duas em 2021 e outras cinco no ano anterior.

Durante a iniciativa de angariar fundos, os apoiadores do ex-presidente alegavam que Bolsonaro estava sendo alvo de "perseguição judicial" e necessitava de auxílio para quitar "inúmeras multas em processos injustos".

No final de junho, Bolsonaro declarou que já havia obtido recursos suficientes para liquidar todas as multas decorrentes de processos judiciais e também eventuais penalidades futuras.

“Foi algo espontâneo da população. O Pix nasceu no nosso governo. Já foi arrecadado o suficiente para pagar as atuais multas e a expectativa de outras multas. O valor vamos mostrar mais pra frente. Agradeço a contribuição. A massa contribuíam com valores entre R$ 2 e R$ 22. Foi voluntário”, afirmou à época.

A Justiça em São Paulo determinou o bloqueio de mais de quinhentos mil reais nas contas bancárias do ex-presidente, devido à falta de pagamento das multas relacionadas ao não cumprimento do uso de máscaras durante a pandemia.

Durante um evento realizado na sede do Partido Liberal em Brasília, no meio de junho, Bolsonaro abordou a medida judicial e mencionou a disponibilidade de recursos para se manter. Ele afirmou que, por enquanto, possuía um fundo, mas que em breve poderia ficar sem recursos. Além disso, ele mencionou a possibilidade de receber um pagamento extra do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para evitar que seu salário fosse retido. Bolsonaro assegurou que não entraria em desespero por causa dessa situação e enfatizou que sabia quem estava ao seu lado, apoiando o futuro do país.

Posição da defesa

O advogado Fábio Wajngarten, responsável pela defesa do ex-presidente, destacou que o próprio relatório do Coaf atribui as transações incomuns às transferências realizadas via Pix para Bolsonaro. Ele questionou a origem e justificativa do vazamento dessas informações.

Nas suas redes sociais, o advogado condenou os "vazamentos". Segundo ele, é inaceitável que ocorram vazamentos de quebras de sigilos financeiros de investigados no inquérito de 8/1 ou de qualquer outra investigação confidencial. Ele ressaltou a necessidade de identificar quem está acessando os registros sigilosos e tomar medidas judiciais cabíveis, afirmando que quem realizou o vazamento será sujeito a medidas criminais.

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Os filhos de Bolsonaro reagem à divulgação da notícia de que o ex-presidente recebeu mais de R$ 17 milhões através de transações Pix

Flávio e Carlos Bolsonaro criticam a divulgação dos dados do relatório do COAF, alegando que isso equivale a um "ataque à reputação" e fazem uma comparação entre o Brasil e a Venezuela.

Os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL), utilizaram suas redes sociais para reagir à divulgação do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). De acordo com o relatório, em 2023, o ex-presidente arrecadou R$ 17,1 milhões por meio de transferências Pix.

Flávio Bolsonaro classificou a publicação dos dados do documento como um "assassinato de reputação" sem precedentes, direcionado ao que ele considera ser o melhor presidente que o Brasil já teve. Ele ressaltou que, apesar das investigações minuciosas, nada de irregular foi encontrado, e enfatizou que não existem precedentes na história do país de vazamentos, quebras de sigilo ou exposições infundadas de ex-presidentes. Para ele, a situação reflete um tratamento diferenciado quando se trata de Bolsonaro.

Ambos os filhos de Bolsonaro expressaram preocupação com a situação política do país, afirmando que o Brasil está caminhando para se tornar uma Venezuela, sugerindo que o país está seguindo um rumo que eles consideram prejudicial e que lembra o contexto político venezuelano.

Conforme o relatório do Coaf, revelou-se que o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu um montante significativo de R$ 17,1 milhões por meio de 769 mil transações, durante o período entre 1º de janeiro e 4 de julho deste ano. Essa soma corresponde a praticamente toda a movimentação financeira registrada nas contas de Bolsonaro ao longo de 2023, totalizando R$ 18.498.532.

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Além disso, o documento do Coaf aponta que parte desses recursos foi direcionada para aplicações financeiras, detalhando assim o uso feito pelo ex-presidente dos valores recebidos através das transações.

No mês de junho, seguidores do ex-presidente Bolsonaro conduziram uma campanha de arrecadação de fundos através de transferências via Pix pelas redes sociais. O propósito dessa vaquinha era angariar dinheiro para quitar multas judiciais que o ex-presidente enfrentava. Os apoiadores alegavam que Bolsonaro estava sendo vítima de "assédio judicial" e precisava de auxílio para pagar "diversas multas em processos absurdos". Essa mobilização foi marcada por aliados de Bolsonaro compartilhando comprovantes de depósitos nas redes sociais, cujos valores variavam de R$ 10 a R$ 1 mil.

Embora a vaquinha tenha sido realizada publicamente, o ex-presidente evitou discutir abertamente o montante arrecadado. No dia 26 de junho, ele apenas mencionou que já havia conseguido o suficiente para quitar suas condenações judiciais. Bolsonaro enfatizou que as contribuições dos doadores foram voluntárias, variando entre R$ 2 e R$ 22, e prometeu divulgar os valores mais detalhadamente em algum momento posterior.

O vereador Carlos retomou a narrativa defendida por aliados do ex-presidente Bolsonaro, alegando que a gestão política do Brasil sob o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode se assemelhar à da Venezuela, caracterizada por uma democracia comunista relativa. Ele expressou a preocupação de que, na democracia de viés comunista, todas as medidas são válidas, e chegou a afirmar que o Brasil já está vivenciando uma realidade similar à da Venezuela.

A mesma ideia foi respaldada pelo senador Flávio Bolsonaro. Ele enfatizou que quem acredita que o Brasil está se dirigindo rapidamente em direção a uma situação semelhante à da Venezuela, Cuba e Nicarágua, está enganado. Nesse contexto, os filhos de Bolsonaro manifestaram uma apreensão quanto ao futuro político do Brasil e a possibilidade de rumar para um modelo de governo similar ao de países latino-americanos com regimes políticos distintos do que defendem.

Relatório do Coaf indica que Bolsonaro movimentou R$ 800 mil em viagem aos Estados Unidos.

De acordo com um relatório divulgado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), entidade responsável pela repressão à lavagem de dinheiro, foi identificado que o ex-presidente Jair Bolsonaro realizou uma movimentação financeira no valor de R$ 800 mil em uma transferência para os Estados Unidos no final de 2022. Na ocasião, Bolsonaro deixou o Brasil e viajou para Orlando, onde desfrutou de suas férias na residência de um ex-lutador de MMA.

Segundo informações do relatório do Coaf, obtido pelo Conhecimento À Michel, a transferência em questão é apontada como o principal débito na conta de Bolsonaro em um banco estatal. A transação foi registrada em 27 de dezembro de 2022. Logo após três dias, o então presidente embarcou para os Estados Unidos.

Coaf identifica transação internacional suspeita de Mauro Cid

Além da investigação sobre a movimentação financeira de Bolsonaro, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) rastreou uma remessa considerada "atípica" no valor de R$ 367.374 enviada para os Estados Unidos em janeiro de 2023 pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. Naquela data, o militar estava em Orlando, acompanhando o ex-mandatário.

"Trecho do documento aponta indícios de lavagem de dinheiro na movimentação financeira elevada, sugerindo possíveis tentativas de burla fiscal ou ocultação de patrimônio", conforme informado.

O advogado Bernardo Fenelon, responsável pela defesa de Cid, emitiu uma nota afirmando que todas as movimentações financeiras do tenente-coronel Mauro Cid, inclusive as transferências internacionais, são legítimas e já foram devidamente esclarecidas à Polícia Federal.

Gastos nos EUA

De acordo com informações disponíveis no Portal da Transparência, a viagem do ex-presidente Bolsonaro aos Estados Unidos acarretou uma média diária de despesa de R$ 7,1 mil relacionada aos assessores.

Essa verba é designada para cobrir os custos de hospedagem e alimentação dos servidores durante a viagem. Conforme reportagem do jornal “O GLOBO” em fevereiro, esse montante supera o valor que outros ex-presidentes normalmente gastam anualmente com despesas similares e se aproxima do orçamento anual alocado para alguns ex-mandatários pelos cofres públicos.

Mondiad.com


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