Desdobramentos Chocantes: Hacker Delgatti Afirma Ter Recebido Pagamento de R$ 40 Mil de Zambelli em Nova Revelação à PF
Ariovaldo Moreira (foto) disse não saber se Delgatti fará delação premiada à PF. Imagem: reprodução/UOL TAB
Nesta quarta-feira (16), durante seu testemunho à
Polícia Federal, Walter Delgatti, o hacker em questão, reiterou sua declaração
de que obteve uma quantia financeira proveniente da deputada Carla Zambelli (PL-SP),
com o propósito de acessar ilegalmente sistemas pertencentes ao poder
Judiciário. Ele mencionou que o montante em questão totalizou R$ 40 mil.
De acordo com as declarações do advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, concedidas à imprensa após o interrogatório na capital federal, o hacker entregou evidências que estavam ligadas aos pagamentos efetuados pela deputada, reforçando essa informação.
Inscreva-se no Google
News
Google News
"Ele apresenta evidências de ter sido remunerado pela
Carla Zambelli. De acordo com Walter, o montante se aproxima de R$ 40 mil,
sendo cerca de R$ 14 mil por meio de transferência bancária e o restante em
dinheiro físico. O propósito era acessar ilegalmente sistemas do Judiciário",
declarou o advogado.
Em agosto, Delgatti foi detido em uma ação conduzida pela
Polícia Federal, que estava em curso para examinar a suposta tentativa de
acesso não autorizado aos sistemas judiciais. No momento da operação, agentes
policiais realizaram buscas e recolheram materiais em locais ligados a
Zambelli.
Adicionalmente, o advogado também indicou que durante o
testemunho dado na quarta-feira, Delgatti trouxe à tona novas evidências e
mencionou a participação de mais indivíduos no incidente envolvendo a invasão
dos sistemas judiciários.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Relacionadas
- À Beira do Desfecho: O Relógio Tiquetaqueia para uma Possível Prisão de Bolsonaro
- Indivíduos expulsos do setor de inteligência mantiveram contato em chats de WhatsApp e foram informados sobre o governo de Lula.
- Ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, é detido em inquérito relativo a alegações de influência indevida nas eleições do ano de 2022.
- Narrativas Conflitantes Emergem das Indagações Sobre a Presença de Torres na Superintendência da PF na Bahia Precedendo o Segundo Turno Eleitoral
PUBLICIDADE
"Além disso, Walter mencionou o envolvimento de outras
pessoas que estiveram ligadas à invasão", revelou Moreira, o advogado.
A defesa de Zambelli divulgou uma declaração na qual a
parlamentar enfatiza sua recusa a aceitar quaisquer acusações relacionadas a
condutas impróprias e desonestas. A nota também nega firmemente ter efetuado
qualquer pagamento ao hacker mencionado.
Possibilidade de Delação Premiada
Em relação à possibilidade de uma colaboração premiada por
parte de Delgatti, o advogado foi indagado sobre a suposta negociação com a
Polícia Federal.
"Neste estágio, não está ocorrendo com a PF",
afirmou Moreira.
Os repórteres, então, indagaram se Delgatti estaria
discutindo um acordo de colaboração com alguma outra entidade, como a
Procuradoria-Geral da República (PGR).
"Lamentavelmente, não estou em posição de fornecer tal
resposta", declarou.
Hackeiro Araraquarense Retorna ao Foco das
Investigação
Apelidado de "hacker de Araraquara" devido à sua
atividade de acessar mensagens de figuras ligadas à Operação Lava Jato,
Delgatti reentrou nos holofotes da Polícia Federal em janeiro deste ano. Desta
vez, sob suspeita de ter invadido os sistemas do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) para inserir um mandado de prisão falso destinado ao ministro
Alexandre de Moraes, que também é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE).
Intrigante Desenvolvimento nas Alegações de Delgatti:
PUBLICIDADE
No comunicado em questão, havia até mesmo a expressão
"faça o L" – um dos lemas da mais recente campanha eleitoral do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesse contexto, ele alegou
que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi a autora do documento
fraudulento.
Durante o mês de junho, Delgatti partilhou com
a Polícia Federal que:
- No mês de setembro de 2022, às vésperas da eleição, ele
encontrou-se com Zambelli em um posto de gasolina e ela solicitou que ele
invadisse sistemas da Justiça brasileira ou a urna eletrônica. Ele afirmou que
a intenção dela era destacar a fragilidade desses sistemas.
- Ele tentou invadir a urna, porém o código fonte não
estava conectado a uma rede, impossibilitando sua ação.
- Ele informou a Zambelli que sua tentativa não teve êxito,
e ela então o instigou a acessar o celular e e-mail do ministro Alexandre de
Moraes em busca de conversas comprometedoras. Delgatti disse que já havia
acessado o e-mail de Moraes em 2019 e não encontrou nada suspeito.
- Ele logrou acessar o sistema do CNJ, e foi ele quem
sugeriu a ideia de emitir um mandado de prisão contra Moraes, como se fosse
emitido por Moraes mesmo. Ele contou à PF que, ao compartilhar isso com
Zambelli, ela redigiu um texto, mas o texto tinha erros de português. Após
fazer as correções, ele emitiu o mandado, incorporando o bloqueio de bens no
mesmo valor da multa imposta ao PL.
- Zambelli o acompanhou até uma reunião com Bolsonaro na
residência oficial do presidente da República, o Palácio da Alvorada, durante o
mês de agosto do ano de 2022.
PUBLICIDADE
Opinião do Michel
Olá a todos. Hoje, quero trazer à nossa reflexão algo que
nos mostra o quão delicada a política pode se tornar quando ultrapassa
fronteiras éticas. Já ouviram falar sobre o hacker Walter Delgatti e a parlamentar
Carla Zambelli? A história deles, que parece saída de um filme, é, na verdade,
uma realidade preocupante que toca diretamente a nossa política.
Vamos lá. Delgatti afirma que se encontrou com Zambelli em
setembro de 2022, logo antes da eleição, em um posto de gasolina. E sabe qual
foi o pedido? Que ele invadisse a urna eletrônica ou qualquer sistema da
Justiça brasileira. A intenção dela? Mostrar a fragilidade desses sistemas.
Isso é simplesmente chocante. Estamos falando de uma parlamentar, alguém em
posição de responsabilidade, incentivando a invasão de sistemas para fins
políticos. Isso vai além de qualquer senso de ética.
Mas isso não é tudo. Delgatti tentou invadir a urna
eletrônica, mas o código fonte não estava conectado a uma rede, então não
conseguiu. Ele contou a Zambelli que não teve sucesso. Adivinhem o que ela fez?
Pediu que ele invadisse o celular e e-mail do ministro Alexandre de Moraes, em
busca de conversas comprometedoras. Delgatti, que já tinha acessado o e-mail de
Moraes em 2019 sem encontrar nada, voltou a tentar.
O que torna isso ainda mais inacreditável é o fato de
Delgatti ter conseguido acesso ao sistema do CNJ. E, pasmem, foi ele quem teve
a ideia de emitir um mandado de prisão falso contra Moraes, como se fosse
emitido por ele mesmo. Ele contou isso a Zambelli, que redigiu um texto – com
erros de português! – e, após ajustes, o mandado foi emitido, com o bloqueio de
bens no mesmo valor da multa aplicada ao PL.
E tem mais. Delgatti afirma que, em agosto de 2022, foi
levado por Zambelli para um encontro com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, a
residência oficial do presidente da República. Isso nos faz questionar o grau
de envolvimento e influência que a política pode ter nações para além de
limites éticos.
O que fica claro aqui é que não podemos permitir que interesses políticos se sobreponham à ética, à integridade das nossas instituições e à própria democracia. Temos a responsabilidade de exigir transparência, prestação de contas e respeito às regras que regem nosso país. A política não pode ser usada como instrumento para ações obscuras, manipulações e subversões. A nossa democracia merece muito mais do que isso.
0 Comentários