Advogado relata que Delgatti afirmou à PF ter recebido pagamento de R$ 40 mil de Zambelli para acessar ilegalmente sistemas do Judiciário.

Desdobramentos Chocantes: Hacker Delgatti Afirma Ter Recebido Pagamento de R$ 40 Mil de Zambelli em Nova Revelação à PF

Ariovaldo Moreira e Walter Delgatti
Ariovaldo Moreira (foto) disse não saber se Delgatti fará delação premiada à PF. Imagem: reprodução/UOL TAB

Nesta quarta-feira (16), durante seu testemunho à Polícia Federal, Walter Delgatti, o hacker em questão, reiterou sua declaração de que obteve uma quantia financeira proveniente da deputada Carla Zambelli (PL-SP), com o propósito de acessar ilegalmente sistemas pertencentes ao poder Judiciário. Ele mencionou que o montante em questão totalizou R$ 40 mil.

De acordo com as declarações do advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, concedidas à imprensa após o interrogatório na capital federal, o hacker entregou evidências que estavam ligadas aos pagamentos efetuados pela deputada, reforçando essa informação.

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"Ele apresenta evidências de ter sido remunerado pela Carla Zambelli. De acordo com Walter, o montante se aproxima de R$ 40 mil, sendo cerca de R$ 14 mil por meio de transferência bancária e o restante em dinheiro físico. O propósito era acessar ilegalmente sistemas do Judiciário", declarou o advogado.

Em agosto, Delgatti foi detido em uma ação conduzida pela Polícia Federal, que estava em curso para examinar a suposta tentativa de acesso não autorizado aos sistemas judiciais. No momento da operação, agentes policiais realizaram buscas e recolheram materiais em locais ligados a Zambelli.

Adicionalmente, o advogado também indicou que durante o testemunho dado na quarta-feira, Delgatti trouxe à tona novas evidências e mencionou a participação de mais indivíduos no incidente envolvendo a invasão dos sistemas judiciários.

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"Além disso, Walter mencionou o envolvimento de outras pessoas que estiveram ligadas à invasão", revelou Moreira, o advogado.

A defesa de Zambelli divulgou uma declaração na qual a parlamentar enfatiza sua recusa a aceitar quaisquer acusações relacionadas a condutas impróprias e desonestas. A nota também nega firmemente ter efetuado qualquer pagamento ao hacker mencionado.

Possibilidade de Delação Premiada

Em relação à possibilidade de uma colaboração premiada por parte de Delgatti, o advogado foi indagado sobre a suposta negociação com a Polícia Federal.

"Neste estágio, não está ocorrendo com a PF", afirmou Moreira.

Os repórteres, então, indagaram se Delgatti estaria discutindo um acordo de colaboração com alguma outra entidade, como a Procuradoria-Geral da República (PGR).

"Lamentavelmente, não estou em posição de fornecer tal resposta", declarou.

Hackeiro Araraquarense Retorna ao Foco das Investigação

Apelidado de "hacker de Araraquara" devido à sua atividade de acessar mensagens de figuras ligadas à Operação Lava Jato, Delgatti reentrou nos holofotes da Polícia Federal em janeiro deste ano. Desta vez, sob suspeita de ter invadido os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para inserir um mandado de prisão falso destinado ao ministro Alexandre de Moraes, que também é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Intrigante Desenvolvimento nas Alegações de Delgatti:

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No comunicado em questão, havia até mesmo a expressão "faça o L" – um dos lemas da mais recente campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesse contexto, ele alegou que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi a autora do documento fraudulento.

Durante o mês de junho, Delgatti partilhou com a Polícia Federal que:

- No mês de setembro de 2022, às vésperas da eleição, ele encontrou-se com Zambelli em um posto de gasolina e ela solicitou que ele invadisse sistemas da Justiça brasileira ou a urna eletrônica. Ele afirmou que a intenção dela era destacar a fragilidade desses sistemas.

- Ele tentou invadir a urna, porém o código fonte não estava conectado a uma rede, impossibilitando sua ação.

- Ele informou a Zambelli que sua tentativa não teve êxito, e ela então o instigou a acessar o celular e e-mail do ministro Alexandre de Moraes em busca de conversas comprometedoras. Delgatti disse que já havia acessado o e-mail de Moraes em 2019 e não encontrou nada suspeito.

- Ele logrou acessar o sistema do CNJ, e foi ele quem sugeriu a ideia de emitir um mandado de prisão contra Moraes, como se fosse emitido por Moraes mesmo. Ele contou à PF que, ao compartilhar isso com Zambelli, ela redigiu um texto, mas o texto tinha erros de português. Após fazer as correções, ele emitiu o mandado, incorporando o bloqueio de bens no mesmo valor da multa imposta ao PL.

- Zambelli o acompanhou até uma reunião com Bolsonaro na residência oficial do presidente da República, o Palácio da Alvorada, durante o mês de agosto do ano de 2022.

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Opinião do Michel

Olá a todos. Hoje, quero trazer à nossa reflexão algo que nos mostra o quão delicada a política pode se tornar quando ultrapassa fronteiras éticas. Já ouviram falar sobre o hacker Walter Delgatti e a parlamentar Carla Zambelli? A história deles, que parece saída de um filme, é, na verdade, uma realidade preocupante que toca diretamente a nossa política.

Vamos lá. Delgatti afirma que se encontrou com Zambelli em setembro de 2022, logo antes da eleição, em um posto de gasolina. E sabe qual foi o pedido? Que ele invadisse a urna eletrônica ou qualquer sistema da Justiça brasileira. A intenção dela? Mostrar a fragilidade desses sistemas. Isso é simplesmente chocante. Estamos falando de uma parlamentar, alguém em posição de responsabilidade, incentivando a invasão de sistemas para fins políticos. Isso vai além de qualquer senso de ética.

Mas isso não é tudo. Delgatti tentou invadir a urna eletrônica, mas o código fonte não estava conectado a uma rede, então não conseguiu. Ele contou a Zambelli que não teve sucesso. Adivinhem o que ela fez? Pediu que ele invadisse o celular e e-mail do ministro Alexandre de Moraes, em busca de conversas comprometedoras. Delgatti, que já tinha acessado o e-mail de Moraes em 2019 sem encontrar nada, voltou a tentar.

O que torna isso ainda mais inacreditável é o fato de Delgatti ter conseguido acesso ao sistema do CNJ. E, pasmem, foi ele quem teve a ideia de emitir um mandado de prisão falso contra Moraes, como se fosse emitido por ele mesmo. Ele contou isso a Zambelli, que redigiu um texto – com erros de português! – e, após ajustes, o mandado foi emitido, com o bloqueio de bens no mesmo valor da multa aplicada ao PL.

E tem mais. Delgatti afirma que, em agosto de 2022, foi levado por Zambelli para um encontro com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, a residência oficial do presidente da República. Isso nos faz questionar o grau de envolvimento e influência que a política pode ter nações para além de limites éticos.

O que fica claro aqui é que não podemos permitir que interesses políticos se sobreponham à ética, à integridade das nossas instituições e à própria democracia. Temos a responsabilidade de exigir transparência, prestação de contas e respeito às regras que regem nosso país. A política não pode ser usada como instrumento para ações obscuras, manipulações e subversões. A nossa democracia merece muito mais do que isso.

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