Banco Central apresenta melhora nas relações com o governo após diminuição da taxa primária de juros.

Nesta quarta-feira (2), o Copom do Banco Central optou por diminuir a taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano.

Haddad e Campos Neto
Decisão pelo caminho mais acelerado não chegou a ser uma surpresa e era esperada por grande parte dos analistas. Divulgação/Banco Central do Brasil/Fonte: reprodução- O Globo

Decisão do Banco Central: Comitê de Política Monetária (Copom) opta por cortar a taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano nesta quarta-feira (2). Esse movimento é interpretado como um sinal positivo nas relações entre o Banco Central e o governo sob a administração de Lula.

Banco Central constata desinflação no Brasil e enfatiza a importância das medidas, como o arcabouço fiscal, sendo aprovadas pelo Congresso Nacional. A mensagem transmitida é de confiança no governo, apontando para um futuro de estabilidade fiscal no país.

Essa medida representa o primeiro corte da taxa primária de juros em três anos. A última redução ocorreu em agosto de 2020, durante o auge da pandemia de Covid-19, quando a taxa Selic foi ajustada de 2,5% para 2% ao ano.

O Banco Central comunicou que eventuais cortes nas próximas reuniões devem se manter em 0,5 ponto percentual, desde que o cenário desinflacionário perdure no país - conforme a intenção do governo de Lula. Esse pronunciamento evidencia a visão da instituição sobre os próximos meses.

Inflação

Banco Central utiliza a Selic para controlar a inflação oficial, medida pelo IPCA. Em junho, o índice apresentou uma queda de 0,08% e acumulou 3,16% nos últimos 12 meses, sendo influenciado, principalmente, pelos preços de alimentos e combustíveis. No ano passado, a inflação ultrapassou a meta estipulada pelo CMN. Para 2023, a meta é de 3,25% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O Relatório de Inflação de junho estimava o IPCA em 5% para o ano, mas uma nova projeção será divulgada no fim de setembro. As previsões do mercado são mais otimistas, com estimativa de encerrar o ano em 4,84%, reduzindo em relação ao mês anterior.

Crédito mais caro

A diminuição da taxa Selic tem um papel importante no estímulo à economia, visto que juros mais baixos tornam o crédito mais acessível, incentivando a produção e o consumo. No entanto, essa redução pode dificultar o controle da inflação. De acordo com o último Relatório de Inflação do Banco Central, a economia projetada para 2023 era de crescimento de 2%.

No mercado, as projeções são mais otimistas, principalmente após o crescimento de 1,9% no PIB no primeiro trimestre. De acordo com o boletim Focus, os analistas econômicos preveem uma expansão de 2,24% do PIB em 2023.

A taxa básica de juros, utilizada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Quando aumentada, o Banco Central busca conter o excesso de demanda que pressiona os preços, uma vez que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Por outro lado, ao reduzir a Selic, o Copom barateia o crédito e estimula a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para efetuar cortes na Selic, a autoridade monetária deve estar segura de que os preços estão sob controle e não há risco de aumento.

Continua após a publicidade

Relacionadas

 

· Haddad destaca desaquecimento econômico e solicita redução “razoável” da taxa Selic

· Relatório do Coaf indica que Jair Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões através de transações Pix em 2023.

· Distribuição de Lucro do FGTS: Caixa inicia divulgação em 27/07/2023; confira se você tem valores a receber e como baixar o aplicativo

 

 

PUBLICIDADE

Seção: Informação Útil - Entendendo a Taxa SELIC

A taxa SELIC é um dos principais instrumentos utilizados pelo Banco Central do Brasil para controle da política monetária. Essa taxa refere-se à taxa básica de juros da economia, e seu nome é uma abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia.

A SELIC é determinada pelo Comitê de Política Monetária (COPOM), que se reúne periodicamente para analisar a conjuntura econômica do país e definir a taxa de juros adequada para o momento.

A principal função da taxa SELIC é influenciar a economia através do controle da inflação. Quando o COPOM decide reduzir a SELIC, os juros praticados no mercado também tendem a cair. Isso estimula o consumo e os investimentos, tornando o crédito mais acessível para as empresas e os consumidores.

Por outro lado, quando a taxa SELIC é aumentada, o crédito fica mais caro, o que pode desestimular o consumo e os investimentos. Essa medida é adotada para conter a inflação, pois juros mais altos tornam o crédito menos atrativo e incentivam a poupança.

A SELIC também tem impacto em outros aspectos da economia, como o rendimento de investimentos em renda fixa, como títulos públicos e CDBs. Quando a taxa SELIC sobe, a rentabilidade desses investimentos tende a aumentar, tornando-os mais atrativos em relação a outras opções de investimento.

É importante ressaltar que a taxa SELIC é uma das diversas ferramentas utilizadas pelo Banco Central para controlar a economia e a inflação. Além disso, sua definição leva em consideração uma série de indicadores econômicos e projeções para o futuro.

Acompanhar as decisões do COPOM em relação à SELIC é fundamental para investidores, empresários e consumidores, pois essas decisões têm impacto direto no cenário econômico do país e podem influenciar nossas decisões financeiras.

Portanto, entender o papel da taxa SELIC e como ela pode afetar a economia é essencial para tomarmos decisões informadas em relação aos nossos investimentos, financiamentos e planejamento financeiro pessoal. Acompanhar as notícias e análises sobre a SELIC nos ajuda a compreender melhor as perspectivas econômicas e a nos preparar para os possíveis cenários futuros.

Como foi a votação?

Votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual os seguintes membros do Comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Gabriel Muricca Galípolo e Otávio Ribeiro Damaso. Votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual os seguintes membros: Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes.

No cenário de referência, a projeção da taxa de juros é baseada na pesquisa Focus, enquanto a taxa de câmbio parte de USD/BRL 4,75, seguindo a paridade do poder de compra (PPC). O preço do petróleo acompanha a curva futura nos próximos seis meses e depois aumenta em 2% ao ano. Adicionalmente, considera-se a hipótese da bandeira tarifária "verde" em dezembro de 2023, 2024 e 2025. O valor para o câmbio é obtido pelo procedimento padrão, que consiste em arredondar a cotação média da taxa de câmbio USD/BRL observada nos cinco dias úteis encerrados no último dia da semana anterior à reunião do Copom.

Opinião do Blog

Finalmente, o Banco Central tomou uma decisão importante e reduziu a taxa básica de juros (SELIC). Essa medida era aguardada ansiosamente pelos especialistas e pelo mercado em geral, e acredita-se que possa ter um impacto significativo na economia do país.

Com a SELIC mais baixa, o crédito tende a ficar mais acessível e barato, o que pode incentivar tanto o consumo quanto os investimentos. Além disso, a queda nos juros pode estimular a produção e o setor imobiliário, gerando mais empregos e aquecendo a atividade econômica.

No entanto, é importante ressaltar que essa redução da SELIC precisa ser acompanhada de outras políticas e medidas para garantir que os benefícios sejam efetivamente alcançados. É fundamental que o governo continue buscando formas de controlar a inflação e promover uma gestão fiscal responsável.

Embora a redução da SELIC seja um passo positivo, não podemos ignorar os desafios econômicos que o país enfrenta, como o alto nível de endividamento público, a desigualdade social e a necessidade de investimentos em infraestrutura.

Nesse contexto, é fundamental que o governo atue de forma coordenada e consistente, buscando o equilíbrio entre o estímulo à economia e a responsabilidade fiscal. Medidas para fomentar o empreendedorismo e a inovação também são essenciais para impulsionar o crescimento econômico de forma sustentável.

Afinal de contas, a redução da SELIC é um passo na direção certa, mas não podemos perder de vista os desafios e as oportunidades que ainda se apresentam. É preciso agir com cautela e determinação, priorizando o interesse do país e o bem-estar da população. A economia brasileira tem um enorme potencial, e cabe a todos nós trabalhar em conjunto para transformar esse potencial em realidade.

Postar um comentário

0 Comentários

'