Foi iniciado investigação para examinar o comportamento do antigo responsável por Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Ex-presidente e ex-primeira dama. Imagem de VioMundo
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República iniciou um procedimento de investigação para apurar a conduta do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em relação ao alegado caso da tentativa do presidente inelegível Jair Bolsonaro (PL) de liberar joias Sauditas apreendidas sem declaração à Receita Federal.
Por unanimidade, a decisão foi tomada. Além disso,
procedimentos foram iniciados contra o ex-secretário da Receita Federal, Júlio
Vieira, e o ex-chefe de gabinete adjunto de documentação histórica, Marcelo
Vieira.
Agora, os envolvidos serão convocados para prestar
esclarecimentos ao comitê. Ao término do processo, eles podem enfrentar a
sanção de censura ética, que ficará registrada em seus históricos profissionais
no serviço público, embora não os impeça de assumir novas responsabilidades.
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Em entrevista ao blog "Conhecimento À Michel”, Bento
Albuquerque revelou que as joias em questão seriam presentes do governo da
Arábia Saudita para Bolsonaro e sua ex-primeira-dama, Michele Bolsonaro. Vale
ressaltar que Michele tem sido frequentemente vinculada a casos obscuros.
Segundo Bento, as joias seriam incorporadas ao acervo histórico da presidência.
Essa declaração levanta questionamentos sobre possíveis envolvimentos criminais
relacionados ao recebimento das joias.
Em declaração, o ex-ministro de Minas e Energia ressaltou
que é uma prática comum a troca de presentes em eventos internacionais entre
nações. Contudo, diante da ausência do ex-presidente e sua esposa no referido
evento, a comitiva trouxe consigo as caixas que teriam sido presenteadas pelo
governo Saudita. Essa afirmação suscita indagação sobre a possibilidade de
crime envolvendo o recebimento desses presentes e a necessidade de uma
investigação minuciosa sobre o assunto.
De acordo com informações reveladas pelo blog "Conhecimento
À Michel", há evidências de que o inelegível Bolsonaro atuou de forma
pessoal na tentativa de liberar as joias retidas pela Receita Federal. Durante
o mês de dezembro, o ex-presidente e o então chefe da Receita Federal, Júlio
César Vieira Gomes, tiveram uma conversa telefônica sobre a possível liberação
das joias, que foram presenteadas pelo governo da Arábia Saudita e apreendidas
na alfândega do Aeroporto de Guarulhos (SP). Essa revelação levanta a
possibilidade de crime e exige investigações aprofundadas para esclarecer o
ocorrido.
Fontes com informações privilegiadas confirmaram a existência da ligação telefônica, o que levanta fortes indícios de que o então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, esteve diretamente envolvido na tentativa de liberação das joias, cujo valor estimado é de R$ 16,5 milhões. A possibilidade de crime nesse caso torna-se mais evidente, demandando investigações rigorosas para elucidar os fatos e responsabilidades envolvidas.
Entenda o caso
Escândalo das joias apreendidas pela Receita Federal,
inicialmente tratadas como um presente da Arábia Saudita para a então
primeira-dama Michelle Bolsonaro, se torna o centro de uma trama que se
desenrola desde 2021. O caso, que veio à tona no início deste mês, ganha
destaque pelas suspeitas de ilegalidade na importação das peças ao Brasil.
Os itens, com valor estimado em R$ 16,5 milhões, foram
apreendidos em outubro de 2021 na volta de uma viagem de uma comitiva do
governo Bolsonaro à Arábia Saudita. Inicialmente, foram alegados como um
presente oficial do governo saudita à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro,
que negou ter conhecimento da cortesia.
Contudo, a revelação desse episódio levou o atual ministro
da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, a agir rapidamente. Ele enviou um
ofício à Polícia Federal (PF) na segunda-feira (06/03), solicitando a abertura
de uma investigação para apurar suspeitas de crime em uma série de tentativas
frustradas do governo Bolsonaro em reaver as joias.
Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama
Após a divulgação do suposto presente de joias, a
ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, negou ter conhecimento do caso e chegou a
fazer uma piada em suas redes sociais. Em sua primeira reação pública, Michelle
afirmou: "Quer dizer que 'eu tenho tudo isso' e não estava sabendo? Meu
Deus! Vocês vão longe mesmo, hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa
imprensa vexatória."
Diante das alegações de presentes avaliados em R$ 16,5 milhões,
Michelle Bolsonaro buscou descreditar as informações divulgadas pela imprensa,
enfatizando sua suposta falta de ciência sobre a situação. Porém, o episódio
continua levantando questionamentos e demandando uma investigação mais
aprofundada para esclarecer a veracidade dos fatos e o possível envolvimento de
outras partes nessa trama.
Jair Bolsonaro, ex-presidente
Num primeiro momento, o ex-presidente Jair Bolsonaro negou
ter conhecimento dos presentes recebidos. Porém, posteriormente, após a
divulgação de que um segundo pacote com joias também foi entregue a ele,
Bolsonaro confirmou que as peças, incluindo um relógio, caneta, abotoaduras,
anel e um tipo de rosário islâmico, foram incorporadas ao seu acervo pessoal.
Em entrevista à CNN, o ex-presidente reiterou que não houve
qualquer ilegalidade no caso e afirmou que seguiu as leis em relação aos
presentes sauditas.
Registros apontam que Jair Bolsonaro empenhou esforços para
liberar as peças apreendidas, buscando intervenção dos Ministérios das Relações
Exteriores, da Economia, de Minas e Energia, além de seu próprio gabinete presidencial.
As declarações do ex-presidente levantam questões sobre o
tratamento adequado de presentes oficiais e reforçam a necessidade de
investigação para esclarecer se houve ou não irregularidades no recebimento e
incorporação das joias ao acervo pessoal de Bolsonaro. A repercussão desse caso
segue em alta, e a sociedade aguarda por mais detalhes que possam lançar luz
sobre a controvérsia.
Marcos André Soeiro, militar que levava as
joias
As joias foram encontradas na mochila de Marcos André
Soeiro, na época assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento
Albuquerque. Segundo o relatório da Receita Federal sobre o incidente ocorrido
no aeroporto de Guarulhos, o militar da comitiva de Bolsonaro alegou não ter
nada a declarar ao passar pela alfândega. No entanto, ao ser solicitado por um
fiscal a colocar sua mochila no raio-x, foi observada a possível presença de
joias. A bagagem foi, então, submetida a uma revista minuciosa, e os agentes encontraram
um estojo contendo um par de brincos, um anel, um colar e um relógio com
diamantes da luxuosa marca suíça Chopard. Todos os objetos foram apreendidos.
O documento ainda informa que o militar comunicou o
ocorrido ao então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Esse
incidente acrescenta mais complexidade ao caso das joias apreendidas, e as
circunstâncias envolvendo o assessor do ministro atraem maior atenção e
questionamentos. A repercussão do episódio pode desencadear novas investigações
para esclarecer a procedência das joias e eventuais implicações legais
relacionadas ao seu transporte sem declaração à Receita Federal.
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Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e
Energia
Em uma tentativa inicial de liberar as peças, o ex-ministro
Bento Albuquerque alegou que se tratavam de um presente destinado à então
primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
De acordo com um ofício datado de 2021, emitido pelo
gabinete do ex-ministro, solicitava-se a liberação dos "presentes
retidos", justificando ser "necessário e imprescindível que seja dado
ao acervo o destino legal adequado".
No entanto, ao ser questionado pelo jornal Folha de
S.Paulo, Bento Albuquerque negou que sua equipe tenha tentado importar
presentes caros para Michelle Bolsonaro e reaver as peças para si. Ele alegou
que, quando foi chamado de volta pela imigração e pela alfândega em Guarulhos,
já havia passado por essas etapas e não tinha conhecimento do conteúdo das
joias. Segundo o ex-ministro, a equipe achava que se tratavam de presentes
convencionais, não de joias.
Posteriormente, a assessoria de Bento Albuquerque emitiu um
comunicado afirmando que as joias eram "presentes institucionais
destinados à representação brasileira integrada por Comitiva do Ministério de
Minas e Energia - portanto, ao Estado brasileiro". A nota mencionava que o
Ministério de Minas e Energia tomaria as medidas adequadas para o correto e
legal encaminhamento do acervo recebido.
O caso continua sendo objeto de investigação e discussão,
com a possibilidade de envolvimento de autoridades em situações controversas em
relação ao recebimento de presentes de alto valor sem a devida declaração à
Receita Federal.
Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria Especial
de Comunicação Social
Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria Especial de
Comunicação Social, entrou em cena após a revelação do caso das joias. Em um
documento divulgado nas redes sociais, ainda em 2021, o governo Bolsonaro
tentou justificar o incidente, alegando que as joias seriam analisadas para
incorporação "ao acervo privado do Presidente da República ou ao acervo
público da Presidência da República".
A declaração de Wajngarten busca esclarecer a situação
envolvendo as joias apreendidas pela Receita Federal e apresenta a perspectiva
do governo em relação à destinação das peças. A revelação desse documento
despertou maior interesse sobre a controvérsia das joias, levando a questões
sobre a legalidade e transparência do processo de análise e decisão do destino
final desses itens de alto valor.
Esse episódio adiciona mais um elemento intrigante ao escândalo das joias e amplia o escopo das investigações em curso, à medida que mais nomes importantes são vinculados ao caso. A repercussão desse caso na mídia e na opinião pública continua a crescer, requerendo maior transparência e esclarecimentos para que a sociedade possa compreender plenamente a situação e suas implicações.
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