Hacker e Forças Armadas: Ministério da Defesa tomará medidas após Polícia Federal afirmar que inquérito está confidencial

José Múcio solicitou à instituição que fornecesse o testemunho de Walter Delgatti Neto e as investigações relacionadas ao incidente.

Flávio Dino e José Múcio
Flávio Dino e José Múcio. Imagem: Reprodução/Hora do Povo

O Ministério da Defesa anunciou hoje, quarta-feira (23), que planeja contatar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com o intuito de requerer o acesso às informações contidas no depoimento do hacker Walter Delgatti Neto, bem como a qualquer investigação conduzida pela Polícia Federal relacionada ao caso. Essa ação surge em resposta à declaração da Polícia Federal de que as investigações estão em andamento sob sigilo, após uma solicitação do ministro José Múcio Monteiro.

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Múcio anunciou sua intenção de contatar a Polícia Federal com o propósito de requisitar o acesso às informações contidas no depoimento do hacker prestado à instituição. Contudo, em um comunicado recebido na noite de terça-feira (22), a Polícia Federal, liderada pelo diretor-geral Andrei Rodrigues, declarou que a investigação está em curso sob sigilo e orientou que o pedido fosse direcionado a Moraes, o qual é o relator do caso no Supremo Tribunal Federal.

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Durante sua participação na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, Delgatti Neto declarou que visitou o edifício do Ministério da Defesa em cinco ocasiões, utilizando uma máscara de proteção contra a Covid-19. Ele afirmou que essas visitas foram ordenadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o propósito de executar um plano de disseminar informações incorretas sobre o sistema eleitoral brasileiro à população.

Múncio se Reúne com Flávio Dino

Após solicitar a assistência da Polícia Federal (PF) na apuração de possíveis encontros entre hackers e membros das Forças Armadas, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, realizou um encontro nesta quarta-feira (23) com o ministro Flávio Dino, responsável pela pasta da Justiça e Segurança Pública. Mais tarde, está previsto um encontro com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, para discutir essa questão.

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Múcio solicitou a intervenção da Polícia Federal para examinar as possíveis visitas do hacker Walter Delgatti Neto às instalações do ministério, devido à ausência de registros sobre os encontros que ele alega ter tido com os militares. Durante seu depoimento perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de Janeiro, o hacker declarou ter ido ao edifício em cinco ocasiões, afirmando que a ordem partiu do ex-presidente Jair Bolsonaro e que o propósito era executar um plano de disseminação de informações incorretas sobre o sistema eleitoral brasileiro para o público.

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Ao chegar ao ministério, Dino abordou a reunião com Múcio, destacando: "Estamos continuamente promovendo esse diálogo com as instituições militares, uma vez que existe uma colaboração fundamental entre a segurança pública e as Forças Armadas. Neste momento, estamos em busca de uma reavaliação da relação entre o poder civil e as instituições militares, dado que os acontecimentos recentes tiveram implicações significativas", declarou o responsável pelo setor de Justiça.

"Portanto, é crucial manter essa abordagem de dois aspectos. Em um deles, concentramos nossos esforços no reajuste e na realocação. No outro, investigamos o que deu errado no passado. Portanto, nossos encontros com o Ministério da Defesa são habituais, fazem parte da rotina semanal", acrescentou.

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Quando questionado sobre se as ações de vandalismo em 8 de janeiro afetam a imagem das Forças Armadas e se os militares estão cientes da gravidade das acusações, Dino respondeu afirmativamente. "Acredito que seja evidente que o que ocorreu no passado não é apropriado. Se compararmos a prática concreta da relação entre o poder civil e as instituições militares no passado com o cenário atual, notamos uma diferença marcante. Portanto, a minha resposta é sim, acredito que há uma compreensão quanto à relevância deste novo momento nas Forças Armadas", explicou.

Às 16h, Múcio realizará um encontro com o líder da PF para abordar esse assunto. A divulgação dos nomes das pessoas que estiveram no Ministério da Defesa está sujeita à aprovação do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que está supervisionando o caso. Até o momento, não houve uma determinação nesse sentido.

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Opinião de Michel

Caro leitor,

A notícia que aborda as interações entre hackers, militares e o Ministério da Defesa é um exemplo claro de como as complexidades da política, segurança e tecnologia estão interligadas em nossa sociedade contemporânea.

Primeiro, é importante reconhecer a seriedade dessas alegações. Um hacker afirmando que suas ações foram instigadas por altos escalões do governo, com o propósito de disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral, é uma acusação grave. No entanto, é crucial lembrar que essas alegações ainda estão sob investigação e que a Polícia Federal está conduzindo o inquérito sob sigilo.

O esforço do Ministério da Defesa para obter acesso às informações relacionadas ao depoimento do hacker e às investigações é compreensível. É necessário que todas as partes interessadas tenham acesso a todos os fatos relevantes para garantir uma investigação justa e transparente.

A reunião entre o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o ministro Flávio Dino da Justiça e Segurança Pública, seguida por um encontro com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, demonstra a busca por um diálogo e entendimento entre as instituições em um momento crucial.

Além disso, a reflexão de Flávio Dino sobre a evolução das relações entre o poder civil e as instituições militares no Brasil é perspicaz. As transformações no cenário político recente certamente afetaram essa dinâmica, e é fundamental avaliar como a colaboração entre segurança pública e Forças Armadas pode ser otimizada.

Por fim, a necessidade de aprovação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, para a divulgação dos nomes das pessoas que estiveram no Ministério da Defesa destaca a importância do sistema de checks and balances em nossa democracia. A supervisão judicial em casos sensíveis como esse garante a integridade do processo.

À medida que mais informações surgirem e as investigações avançarem, continuaremos acompanhando essa história, lembrando sempre da importância da transparência, da justiça e do respeito às instituições democráticas.

 

Atenciosamente,

Michel

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