Por muitos anos, o Brasil enfrenta o desafio da segurança de seus cidadãos sem alcançar resultados positivos, mantendo-se preso em um ciclo interminável de ineficiência.
Guerra sem Trincheira Fonte: Folha |
Política- A polícia adentra as
comunidades carentes ou favelas, e antes mesmo de se aproximarem, os olheiros
ou guaritas, por meio de suas eficazes redes de comunicação, alertam sobre a
chegada das forças militares. No desfecho, a população de boa-fé sofre com
tiroteios indiscriminados, vítimas inocentes, invasões de residências sem a
devida apresentação de mandados judiciais, e posteriormente, as autoridades se
retiram como se todos os problemas estivessem resolvidos.
Após o caos instaurado, as áreas menos privilegiadas,
negligenciadas pelo poder público, voltam a ser dominadas por grupos de
traficantes e milicianos, que exercem autoridade e influência, alegando
fornecer proteção e recorrendo à extorsão para gerenciar a vida cotidiana dos
residentes.
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Assim, assistimos ao aprimoramento e à consolidação
crescente desses grupos criminosos, que expandem significativamente seu poder
econômico, extensão territorial e, para sermos diretos, seu envolvimento na
política. A cada dia que passa, essas organizações acumulam riquezas e exercem
maior influência sobre o cenário político, obtendo um número crescente de votos
sob seu domínio.
A consequência dessa explosiva mistura se manifestou
recentemente em diversas regiões do Brasil. Um total de 21 metralhadoras de
alto calibre foi roubado de um quartel militar em Barueri, na região
metropolitana de São Paulo, e acabou nas mãos de criminosos em outros estados.
Na Bahia, o número de vítimas fatais de operações policiais malsucedidas tem
aumentado nos últimos meses, criando um cenário semelhante a um confronto do
Velho Oeste entre as autoridades e os bandidos. Até o momento, mais de setenta
pessoas perderam a vida em Salvador. Na semana passada, após a morte de um
miliciano, o Rio de Janeiro testemunhou cenas de violência, incluindo o
incêndio de 35 ônibus como ato de represália.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, cujas
atribuições não incluem a segurança pública, expressou de maneira direta:
"Faço um apelo ao governador do Estado e ao Ministério da Justiça para que
intervenham e evitem a recorrência de eventos semelhantes".
Assista ao vídeo: Quando o Guarita dorme
O ministro Flávio Dino anunciou o envio de um contingente
adicional da Força Nacional para o Rio de Janeiro, em parceria com o governador
Cláudio Castro (PL). Embora seja uma medida lamentavelmente necessária, ela é
apenas um paliativo e provavelmente não resolverá os problemas a médio e longo
prazo. O Brasil requer um plano substancial que se afaste da antiga abordagem
de enviar reforços quando a situação já está fora de controle. Em 2022, de
acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 36.259 brasileiros
perderam a vida devido a armas de fogo. O país enfrenta uma luta particular e
se depara com organizações criminosas cada vez mais poderosas e segmentadas em
estruturas hierárquicas que, em muitos casos, funcionam de maneira mais eficaz
do que as instituições estatais.
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Opinião do Michel
Caro leitor,
Ao analisarmos a complexa questão da segurança no Brasil,
somos confrontados com uma realidade dolorosa e desafiadora. Anos de esforços
aparentemente infrutíferos nos deixam presos em um ciclo de ineficiência, onde
as comunidades mais vulneráveis sofrem as consequências.
A abordagem atual de enviar forças policiais para as
favelas e comunidades carentes é uma resposta reativa a um problema profundo e
enraizado. A presença de olheiros e guaritas, alertando a chegada das
autoridades, é um sinal da complexidade desse cenário. A população inocente é
frequentemente vítima de tiroteios indiscriminados, invasões de residências e
falta de devido processo legal. Essas ações apenas perpetuam o ciclo de
violência.
Observamos um crescimento do poder das organizações
criminosas, que têm uma influência crescente, inclusive na política. Essas
organizações prosperam em um ambiente de desigualdade e falta de oportunidades.
A situação se torna ainda mais alarmante quando esses grupos conseguem obter
influência política.
A recente onda de violência, como o roubo de metralhadoras
de alto calibre e as operações policiais malsucedidas na Bahia, reflete a
urgência de abordar esse problema de forma mais estruturada. O incêndio de
ônibus como ato de represália no Rio de Janeiro é uma demonstração do desespero
que toma conta das comunidades afetadas.
O apelo do prefeito Eduardo Paes e o envio de mais tropas
da Força Nacional pelo ministro Flávio Dino são medidas necessárias, mas devem
ser parte de um plano mais amplo e eficaz. Precisamos de soluções de longo
prazo que abordem as causas subjacentes da violência, como desigualdade social
e falta de oportunidades.
O Brasil enfrenta um desafio complexo, mas com cooperação,
investimento em educação e políticas de segurança mais abrangentes, podemos
trabalhar para criar um ambiente mais seguro e justo para todos os brasileiros.
Atenciosamente,
Michel
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