Caneta para emagrecimento aumenta risco de pancreatite em 9 vezes

Nova pesquisa associa a utilização de semaglutida e liraglutida na busca pela redução de peso ao crescimento de problemas no sistema gastrointestinal

Jojo Todynho e a caneta do emagrecimento
Jojo Todynho e a caneta do emagrecimento - Foto: A Redação

Saúde- Ganhando popularidade como uma solução fácil para emagrecimento, os chamados dispositivos de perda de peso, como Ozempia, Vegovy, Rybelsus e Saxenda, estão vinculados a uma maior chance de desenvolvimento de sérios problemas no sistema gastrointestinal. Essa é a conclusão do primeiro estudo epidemiológico abrangente sobre os efeitos associados a essas substâncias inicialmente desenvolvidas para tratar diabetes.

Conforme indicado pelo estudo, pessoas que consomem medicamentos contendo semaglutida ou liraglutida apresentam um risco 9,09 vezes maior de desenvolver pancreatite em comparação com aqueles que utilizam bupropiona-naltrexona, geralmente disponível em forma de comprimidos e prescrito para várias condições de saúde, incluindo perda de peso. A pesquisa, divulgada recentemente na revista Journal of the American Medical Association (Jama), também revelou que as conhecidas canetas de emagrecimento estão associadas a um risco 4,22 vezes maior de paralisia gástrica.

Apesar de pesquisas prévias terem destacado algumas dessas complicações em indivíduos com diabetes, este foi o primeiro estudo extenso a investigar eventos adversos gastrointestinais em não diabéticos que utilizam esses fármacos especificamente para redução de peso. Mahyar Etminan, autor principal do estudo e professor da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, ressalta diante dessas conclusões que aqueles interessados em tomar tais medicamentos devem avaliar minuciosamente os riscos em relação aos benefícios.

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Rodrigo Moreira, diretor do departamento de Diabetes Mellitus da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica que a semaglutida e a liraglutida pertencem à classe de medicamentos conhecida como análogos do GLP-1, um hormônio produzido naturalmente pelo corpo. "Cada vez que comemos, o intestino libera o GLP-1, que chega ao cérebro e indica que o estômago está saciado. Portanto, é o hormônio que proporciona sensação de saciedade e reduz a fome. Além disso, atua no estômago, desacelerando seu esvaziamento, e tem papel no intestino", esclarece.

O especialista menciona que essas composições também exercem influência sobre o pâncreas, otimizando suas funções, especialmente a secreção de insulina. Essa é a razão pela qual os análogos do GLP-1 foram pesquisados inicialmente para o tratamento da diabetes e, posteriormente, para a abordagem da obesidade. Os pesquisadores avaliaram sua eficácia em indivíduos que não possuem diabetes. Posteriormente, esses fármacos ganharam popularidade para a redução de peso, após serem devidamente estudados e aprovados como medicamentos para o combate à obesidade.

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Contudo, devido ao tamanho limitado das amostras e aos períodos de acompanhamento curtos, os ensaios clínicos não foram planejados para avaliar complicações gastrointestinais graves, aponta a pesquisa divulgada recentemente na revista JAMA. Para abordar essa questão, os pesquisadores da Colúmbia Britânica examinaram registros de pedidos de seguro de saúde de aproximadamente 16 milhões de pacientes nos EUA. Dentro desse grupo, foram analisados 4.144 usuários de liraglutida, 613 de semaglutida e 654 de bupropiona-naltrexona, levando em consideração a incidência de problemas gastrointestinais e o tipo de medicação utilizado.

Caneta para emagrecimento

A pesquisa revelou que os riscos de efeitos indesejados eram substancialmente mais elevados para aqueles que usavam semaglutida e liraglutida. A equipe identificou um aumento de 9,09 vezes no risco de pancreatite, uma inflamação do pâncreas que pode resultar em dores abdominais intensas e, em certos casos, necessidade de hospitalização e cirurgia. No caso da obstrução intestinal, os sintomas comuns incluem cólicas, inchaço abdominal, náuseas e vômitos. Por outro lado, a gastroparesia, também conhecida como paralisia gástrica, restringe o fluxo de alimentos do estômago para o intestino delgado.

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Opinião do Michel

Prezado leitor,

A recente pesquisa que associa o uso de semaglutida e liraglutida para perda de peso ao aumento do risco de problemas gastrointestinais traz à luz uma questão crítica na busca pelo emagrecimento. Os dados apresentados, indicando um significativo aumento no risco de pancreatite e paralisia gástrica, são alarmantes e merecem uma consideração cuidadosa.

Diante dessas descobertas, é imperativo que aqueles que estão considerando o uso dessas substâncias para emagrecimento ponderem com atenção os potenciais benefícios e riscos envolvidos. A informação é poder, e tomar decisões conscientes sobre nossa saúde é um direito e uma responsabilidade.

Além disso, essa pesquisa destaca a importância de estudos de longo prazo e com amostras significativas para avaliar os efeitos de medicamentos antes de sua ampla adoção. A saúde não deve ser comprometida em busca de uma solução rápida para a perda de peso.

Vale lembrar que, antes de iniciar qualquer regime de medicação para emagrecimento, é fundamental buscar orientação profissional de um médico ou especialista em saúde. A decisão deve ser embasada em uma avaliação completa de seu histórico médico e necessidades individuais.

A saúde é um bem valioso e deve ser tratada com a máxima seriedade.

 

Atenciosamente,

 

Michel

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