Ciro Nogueira, representante do Piauí no Senado, exerceu quatro mandatos como deputado federal. Durante o governo Bolsonaro, ocupou a posição de ministro-chefe da Casa Civil e atualmente lidera o Partido Progressista (PP).
Ciro Nogueira e Lula em Outdoors de campanha política. Foto: Revista Veja |
Política- Em setembro de 2023, o
líder do PP, o senador Ciro Nogueira do Piauí, recebeu uma mensagem de
representantes do Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
expressou o desejo de se comunicar com ele, buscando a incorporação do partido
ao governo. Embora tenham sido aliados no passado, a relação ficou tensa quando
o senador assumiu a chefia da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Ciro declinou da oportunidade de falar com Lula, brincando com interlocutores
sobre a irresistibilidade do ex-presidente em uma conversa de três minutos.
Entretanto, em 20 de dezembro, durante a promulgação da reforma tributária no
plenário da Câmara, Lula viu o senador, interrompeu sua caminhada e o abraçou
calorosamente, reatando a amizade com sorrisos.
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O
senador afirmou que era inviável para o PP "fazer o L", no entanto, o
partido acabou integrando o governo. O deputado André Fufuca (MA),
aliado leal do líder partidário, foi nomeado ministro do esporte, consolidando
a presença do grupo na administração do PT. Além disso, o PP colocou Carlos
Vieira como presidente da Caixa. Essa situação evidencia a transição do senador
de uma posição de influente chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro, controlando
o orçamento secreto, para uma oposição a Lula que mantém espaço na base aliada.
Com o PP no governo e o presidente do partido adotando discurso opositor, os
parlamentares têm a liberdade de negociar com o Planalto conforme as
articulações avançam. Essa abordagem permite que solicitem cargos e verbas
sempre que Lula buscar aprovação para algo, mantendo uma distância estratégica
para não associar sua imagem diretamente ao governo. Isso representa uma
posição confortável para a legenda, redesenhando o papel tradicional do
centrão, que historicamente foi alinhado aos governos em gestões anteriores.
O
ex-ministro de Bolsonaro mantém uma posição influente em Brasília. Ele lidera o
PP, que ocupa a presidência da Câmara e a liderança da minoria no Senado,
desempenhando um papel crucial na articulação para a sucessão das duas casas
legislativas no próximo ano. Além disso, conquistou influência no governo de
São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, ao integrar a cúpula de
articulação política da gestão Tarcísio Freitas, do partido republicano. Nos
bastidores, o senador é chamado de "presidente administrativo do
país". Ele apoiou e votou a favor da aprovação da reforma tributária no
Senado, e também não se opôs às indicações de Flávio Dino para o Supremo
Tribunal Federal e de Paulo Gonet para a Procuradoria-Geral da República,
embora não tenha revelado seu voto.
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Quando participa do X (antigo Twitter) ou concede
entrevistas, a prática é criticar o governo, o PT, e mencionar menos o Lula. O
senador expressa uma relação positiva com Lula, destacando que é além de
aspectos políticos, uma questão de confiança mútua. Reconhece a cativante
personalidade de Lula, mas reitera a lealdade ao presidente Bolsonaro, mesmo
após um abraço com Lula que gerou preocupação. O senador agradeceu aos
interlocutores pela ausência de imagens desse momento até o momento. Ele é
frequentemente instado a reafirmar sua aliança com Bolsonaro e, no dia seguinte
ao abraço, explicou que foi um gesto entre duas pessoas civilizadas,
descartando qualquer possibilidade de se aproximar do petista, enfatizando
"chance zero". No mesmo dia, ele compartilhou mais um episódio do
"Cirocast" nas redes, com comentários críticos à gestão petista.
Em 4 de janeiro, o legislador compartilhou um vídeo nas
plataformas de mídia social, reafirmando seu compromisso com Jair Messias
Bolsonaro até o final de sua carreira política. Segundo o líder do PP, Lula,
felizmente, repete o mesmo equívoco de Bolsonaro ao se comunicar com seu
próprio público. A exceção foi o discurso natalino do petista, elogiado pelo
senador por sua qualidade de escrita e formulação. O senador não hesita em
elogiar aspectos do governo, como a escolha de Ricardo Lewandowski para o Ministério
da Justiça e as boas intenções do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em
relação à condução da política econômica. No entanto, também expressa críticas,
mencionando a frustração dos eleitores que esperavam benefícios imediatos no
primeiro ano de governo, a ausência de grandes projetos iniciados e concluídos,
e a negligência em relação à segurança pública. Estas são as observações do
senador Ciro Nogueira.
À medida que a eleição para a liderança do Congresso se
aproxima, o senador Ciro Nogueira colabora com o atual presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP-AL), na busca por um sucessor na casa. Atualmente, o
nome mais destacado é o de Elmar Nascimento (União Brasil-BA).
Entretanto, o deputado baiano enfrenta conflitos intensos com o PT e encontra
obstáculos para angariar o apoio do governo nessa disputa. Como alternativa,
tanto para Lira quanto para Ciro Nogueira, o plano B para a presidência da
Câmara agora inclui o deputado Marcos Pereira (SP), líder do
Republicanos e vice-presidente da casa. Para consolidar essa articulação, o PP
planeja formalizar uma aliança com o Republicanos, abrindo possibilidades para
colaborações nas eleições municipais e na próxima eleição presidencial. Este
bloco também pode atrair o União Brasil, formando assim uma superfederação.
Nesse cenário, seria lançada a candidatura do senador Davi Alcolumbre, do União
Brasil, à presidência do Senado, com o apoio de Ciro Nogueira, concluindo o
acordo.
Em 8 de janeiro, os líderes desses três partidos optaram
por não participar do evento convocado por Lula para marcar o aniversário dos
ataques golpistas na Praça dos Três Poderes. Essa decisão foi uma mensagem
clara ao petista, indicando que as articulações políticas em Brasília serão
lideradas pelo grupo, sem adesão automática aos planos do Planalto e mantendo
alinhamento com a questão antidemocrática. Ciro Nogueira expande sua esfera de
influência para o território paulista, estabelecendo um gabinete virtual no
Palácio dos Bandeirantes com acesso direto a Tarcísio. A jogada mais recente
envolveu a filiação do secretário da Casa Civil do Estado, Arthur Lima, ao PP.
Sob a orientação do senador, Lima passou a compartilhar a responsabilidade de
negociar emendas e cargos com Gilberto Kassab, presidente do PSD e secretário
de governo na gestão paulista.
Ambos competem pela adesão de prefeitos sem filiação do
PSDB em São Paulo, sendo que, até o momento, Kassab lidera com 329 prefeituras.
Ciro Nogueira estabeleceu a meta de atrair 80 prefeitos nas eleições de outubro
no Estado. Além disso, ele alimenta o desejo de filiar Tarcísio ao PP, apoiando
a possível candidatura do governador à presidência em 2026, considerando a
inelegibilidade de Bolsonaro. Contudo, essa missão se mostra desafiadora devido
às críticas à atuação de Tarcísio de Freitas como governador de São Paulo,
especialmente em relação à segurança na capital. O senador chega a mencionar a
possibilidade de ser candidato a vice na chapa, caso Tarcísio Freitas concorra
à presidência.
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Ciro indicou que ter um vice originário do Nordeste é uma estratégia considerada vantajosa para reduzir a disparidade com o PT na região. Seu mandato como senador encerra-se em 2027. Os outros dois senadores do estado, Marcelo Castro do MDB e Wellington Dias do PT, estão alinhados com Lula. O governador Rafael Fonteles, do PT, é visto como uma promessa dentro da nova geração petista e integra a base do presidente. Embora Ciro Nogueira tenha compartilhado alianças com todos eles no passado, sua posição atual é isolada, concentrando-se em uma abordagem política independente com prefeitos. A ausência do apoio de Lula torna mais desafiador obter eleições favoráveis no Piauí. No entanto, isso pode ser resolvido com uma conversa breve.
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