Rússia bombardeia Kiev com o maior ataque com mísseis em semanas

A Ucrânia disse ter interceptado todos os 31 mísseis disparados contra a capital. Mas os destroços feriram pelo menos 13 pessoas e danificaram vários edifícios.

Rússia ataca a capital ucraniana na manhã de quinta-feira. Foto: Jornal da USP
Rússia ataca a capital ucraniana na manhã de quinta-feira. Foto: Jornal da USP

Internacional- Na quinta-feira pela manhã, Kiev foi alvo de um intenso bombardeio com mísseis russos, marcando o ataque mais severo à capital da Ucrânia em semanas. De acordo com autoridades locais, pelo menos 13 pessoas ficaram feridas e diversos prédios residenciais e instalações industriais foram danificados. A Força Aérea Ucraniana informou que seus sistemas de defesa aérea conseguiram interceptar todos os 31 mísseis russos direcionados a Kiev. Apesar disso, os destroços dos mísseis derrubados caíram em diferentes áreas da cidade, resultando em mais feridos e danos materiais. Até o momento, não foram relatadas mortes.

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Na manhã inicial do dia, uma série de explosões intensas sacudiram Kiev por volta das 5h, despertando os residentes enquanto os sistemas de defesa aérea entravam em ação. Muitos habitantes se apressaram para se refugiar nas estações de metrô, enquanto no céu, várias explosões alaranjadas iluminavam a cena, aparentemente decorrentes da interceptação de mísseis.

Os alertas de ataques aéreos cessaram às 6h10, conforme o sol emergia, revelando a extensão dos estragos.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, comunicou pelo Telegram que destroços de mísseis provocaram incêndios em pelo menos três edifícios residenciais e áreas de estacionamento, mobilizando equipes de emergência para prestar socorro às vítimas. Quatro indivíduos foram hospitalizados, conforme relato das autoridades militares locais.

Imagens pós-ataque, divulgadas por Oleksiy Kuleba, vice-chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, e pelas autoridades regionais, exibiram veículos em chamas diante de edifícios com fachadas enegrecidas pelo fogo, além de uma cratera ao lado de uma parede de um prédio rosa com todas as janelas estilhaçadas, e uma residência reduzida a escombros em meio a um terreno carbonizado.

No distrito de Podilskyi, conhecido por abrigar alvos industriais previamente atacados pela Rússia, uma densa nuvem de fumaça negra era visível nas primeiras horas do dia, sugerindo um impacto significativo. Klitschko mencionou um incêndio em uma subestação de energia na área.

“Esse terror continua dia e noite”, disse o presidente Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, numa publicação nas redes sociais que incluía um vídeo de bombeiros encharcando edifícios em chamas com água.

É raro que as autoridades ucranianas confirmem ataques a alvos estratégicos militares e industriais.

O ataque ocorreu em um momento crítico para as forças militares ucranianas, que enfrentam avanços das tropas russas por meio de ataques terrestres em diversos pontos ao longo da extensa linha de frente, que se estende por mais de 600 milhas.

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Enfrentando a escassez de pessoal e suprimentos militares, a Ucrânia tem enfrentado dificuldades para conter os ataques russos nas regiões leste e sul do país. Autoridades ucranianas anunciaram planos de lançar uma contra-ofensiva neste ano, porém analistas apontam que as forças armadas ainda não receberam o arsenal necessário para retomar a iniciativa no campo de batalha, devido à ajuda dos Estados Unidos que está retida no Congresso.

Na quarta-feira passada, Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do presidente Biden, realizou uma visita não divulgada a Kiev, com o intuito de reafirmar o compromisso contínuo da Casa Branca com a defesa da Ucrânia. Ele apelou aos legisladores republicanos para aprovarem o pacote de bilhões de dólares em ajuda que está paralisado.

"Já se passou muito tempo", afirmou Sullivan em uma coletiva de imprensa no gabinete presidencial da Ucrânia. "E eu sei disso - vocês também sabem."

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O ataque ocorrido em Kiev na quinta-feira passada refletiu uma tática empregada pela Rússia durante os bombardeios aéreos no final de dezembro, que visava neutralizar as defesas aéreas da Ucrânia por meio de múltiplos lançamentos de diferentes tipos de mísseis, incluindo os balísticos e os hipersônicos.

Apesar da capacidade da Rússia de produzir mais de 115 mísseis de longo alcance por mês, conforme relatos de autoridades ucranianas, houve uma diminuição nos ataques com mísseis em grande escala nos últimos meses.

O presidente Zelensky destacou na quinta-feira a urgente necessidade da Ucrânia em obter mais sistemas de defesa aérea por parte dos aliados ocidentais. Ele mencionou os recentes ataques com mísseis nas cidades de Kharkiv, Odesa e Kherson, que resultaram em muitas vítimas.

"Estamos contando com o apoio de nossos parceiros", declarou Zelensky. "Precisamos demonstrar que o terror sempre sai derrotado."

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