Conselho de Ética da Câmara aprova cassação de Chiquinho Brazão por envolvimento no assassinato de Marielle Franco

Deputado foi acusado pelo ex-PM Ronnie Lessa de ser mandante do crime junto com seu irmão Domingos Brazão; decisão precisa ser ratificada pelo plenário da Câmara.

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Deputado Chiquinho Brazão, mandante do assassinato de Marielle Franco.Crédito...Jornal /CAM News

Brasília, 28 de agosto de 2024 — O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 15 votos a 1, a cassação do mandato do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). A decisão foi tomada com base na acusação de envolvimento de Brazão no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ). A relatora do caso, deputada Jack Rocha (PT-ES), argumentou que o parlamentar cometeu "irregularidades graves" incompatíveis com o decoro parlamentar, seguindo o parecer favorável à cassação.

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Segundo Rocha, as evidências indicam fortemente o envolvimento de Brazão no crime, pelo qual está preso desde março, junto com seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. O ex-policial militar Ronnie Lessa, que confessou o crime e fez um acordo de delação premiada com a justiça, apontou os irmãos Brazão como os mandantes do assassinato de Marielle Franco.

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Ronnie Lessa revelou que o verdadeiro alvo do crime era o PSOL e não especificamente a vereadora. O ex-PM também destacou a influência dos irmãos Brazão na troca de delegados em áreas dominadas pela família, visando proteger seus interesses. Lessa atribuiu a decisão de matar Marielle ao conselheiro Domingos Brazão. Em seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal, Lessa pediu para falar sem a presença dos envolvidos, incluindo os irmãos Brazão e o ex-delegado de Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa.

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O  Lessa afirmou que aceitou matar Marielle Franco por ganância, mencionando que os valores prometidos pelos irmãos Brazão pelo crime chegavam a R$ 25 milhões. Ele relatou que esteve com os irmãos após o assassinato, quando o clima já estava tenso pela repercussão do caso. Lessa acusou o delegado Rivaldo Barbosa de controlar as investigações na Polícia Civil para proteger os envolvidos. “Temos um pacto de silêncio que foi quebrado. Não estamos lidando com pessoas comuns, são pessoas de alta periculosidade, assim como eu fui”, afirmou Lessa em seu depoimento.


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A  A única voz dissidente no Conselho de Ética foi a do deputado Gutemberg Reis (MDB-RJ), enquanto Paulo Magalhães (PSD-BA) se absteve da votação. Com a aprovação do Conselho, a cassação do mandato de Chiquinho Brazão ainda precisa ser ratificada pelo plenário da Câmara, que exige o voto favorável de pelo menos 257 dos 513 deputados para ser efetivada. Brazão ainda poderá recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, mas o futuro político do deputado permanece incerto diante das graves acusações.
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