Kamala Harris, Trump e a Batalha pelo Futuro da Democracia Americana

Convergências e Divergências Econômicas Entre Democratas e Republicanos Expõem o Verdadeiro Debate: A Preservação da Democracia.

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Kamala Harris na Convenção Democrata — Foto: Jornal The New York Times| Erik Schaffin

Opinião — A candidatura de Kamala Harris à presidência dos Estados Unidos coloca em evidência não apenas a polarização política, mas também as questões fundamentais que moldarão o futuro do país. Em seu discurso recente na convenção Democrata, Harris não evitou temas sensíveis como a economia, reconhecendo os desafios impostos pelo aumento do custo de vida e pela inflação, que são questões centrais para os eleitores Republicanos.

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Historicamente, o Partido Democrata foi associado a políticas mais socialistas, enquanto os Republicanos defendiam o livre comércio. No entanto, a era Trump transformou radicalmente esse cenário, com políticas agressivamente protecionistas que marcaram sua administração. Essa mudança obscureceu as diferenças econômicas entre os partidos, tornando-as quase indistinguíveis. Trump não só confrontou a China, mas também gerou atritos com parceiros comerciais tradicionais como a Europa e o Canadá, sob a bandeira do "Make America Great Again" (MAGA).

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Ao mesmo tempo, as políticas econômicas de Joe Biden, particularmente o investimento em uma economia verde para combater a inflação, têm enfrentado críticas, principalmente pelo impacto potencial no crescimento econômico e no custo de vida. Embora a inflação esteja caindo, o custo de vida permanece alto, alimentando preocupações sobre a eficácia das medidas de Biden. Economistas alertam que o foco em sustentabilidade pode, paradoxalmente, inflacionar ainda mais a economia.

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Mas, em meio a essas discussões econômicas, o verdadeiro cerne da eleição não é sobre a economia, mas sobre a própria democracia. O legado autoritário de Trump, evidenciado pela insurreição no Capitólio em 6 de janeiro de 2021, representa uma ameaça clara à ordem democrática não apenas nos Estados Unidos, mas globalmente. Esse evento deixou claro que a luta não é apenas por políticas econômicas, mas pela preservação das instituições democráticas que sustentam o país.

Assim, enquanto Harris apresenta soluções econômicas, a verdadeira questão em jogo é se a América continuará a ser um farol de democracia. A eleição de 2024 não é apenas uma escolha entre duas visões econômicas, mas um referendo sobre o futuro da democracia americana e sua influência no mundo.