A proposta de anistia, defendida pela extrema-direita, será debatida hoje, e pode afetar manifestantes e financiadores dos ataques ao Congresso.
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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados deve votar, nesta terça-feira, a proposta de anistia aos participantes e financiadores dos ataques realizados em 8 de janeiro de 2023, em Brasília. O projeto de lei, que também contempla atos semelhantes ocorridos após o segundo turno das eleições de 2022, ganhou destaque como uma das principais pautas da direita no Congresso Nacional.
A deputada Caroline De Toni (PL-SC), presidente da CCJ e aliada de Jair Bolsonaro, colocou a proposta como item único na pauta da sessão de hoje, que deve ocorrer às 14h30. Caso a anistia seja aprovada, manifestantes que bloquearam estradas ou invadiram prédios públicos após o pleito eleitoral também serão beneficiados. O projeto, que já agregou mais de 100 propostas semelhantes, prevê perdão judicial para aqueles que participaram ou financiaram os atos antidemocráticos.
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Apesar do apoio da oposição, incluindo membros do Partido Liberal (PL) e aliados de Bolsonaro, o clima no Congresso é de tensão. O governo federal articula para barrar a aprovação, enquanto o partido União Brasil promete boicotar a sessão ao não dar quórum para a votação, uma estratégia para postergar o debate e impedir que a proposta avance. Caso a sessão tenha o número mínimo de parlamentares, o partido pode ainda pedir a retirada de pauta, alegando falta de clareza nas articulações políticas.
A votação na CCJ ocorre em meio aos julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF), que já condenou mais de 200 pessoas pelos atos de 8 de janeiro. A anistia proposta, no entanto, é vista com preocupação pelos partidos de centro e esquerda, que acusam a extrema-direita de tentar minimizar a gravidade dos crimes cometidos.
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A deputada Caroline De Toni defende que o papel da CCJ é meramente técnico, cabendo à comissão avaliar a constitucionalidade das propostas. "O debate sobre o mérito é para o plenário", destacou a parlamentar, afirmando que o projeto atende aos critérios constitucionais e deve ser debatido sem pressões políticas externas. A expectativa é que as discussões sejam intensas, com uma articulação forte tanto do governo quanto da oposição. Caso a proposta avance, será mais um passo no conturbado cenário político brasileiro pós-eleições de 2022, marcado por divisões acentuadas e disputas pelo controle do Legislativo.
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