Netanyahu defenderá ataques em discurso na ONU, enquanto brasileiros sofrem no Líbano

Primeiro-ministro de Israel reafirma ofensiva contra Hezbollah; dois adolescentes brasileiros estão entre as vítimas de bombardeios no Líbano

Pai e filha mortos no Oriente Médio


Brasília, 27 de setembro de 2024 — Durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reiterou a necessidade de continuar a ofensiva militar contra o Hezbollah no Líbano, ignorando apelos internacionais por uma trégua. No cenário do conflito, dois adolescentes brasileiros perderam a vida em bombardeios na região do Vale do Beqaa, aumentando a pressão sobre o governo brasileiro para resgatar seus cidadãos no país.

     

    Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fará o seu discurso na Assembleia Geral da ONU em Nova York, onde defenderá a continuidade dos ataques aéreos no Líbano e na Faixa de Gaza. Netanyahu destacou que o governo israelense não aceitará a proposta de cessar-fogo, articulada pelos Estados Unidos e pela França, até que o grupo extremista Hezbollah interrompa seus ataques. “Usaremos força total para garantir a segurança de nosso povo”, declarou o premiê, em resposta aos apelos da comunidade internacional por uma trégua.

    Enquanto o conflito continua a escalar, o impacto é sentido de forma trágica por famílias ao redor do mundo. A adolescente brasileira Myrna Raef, de 16 anos, foi uma das vítimas fatais de um bombardeio no Vale do Beqaa, no sul do Líbano. Natural de Santa Catarina, Myrna vivia no Líbano desde os 1 ano de idade. Na quinta-feira, ela e seu pai retornaram à antiga casa para buscar pertences da família, quando o imóvel foi atingido por mísseis. "Ela foi buscar roupas e material escolar, mas infelizmente, foi a última vez", lamentou um familiar.

    Outro brasileiro, Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, também perdeu a vida na mesma região durante um bombardeio, junto com seu pai, que tinha nacionalidade paraguaia. Ali, que havia morado em Foz do Iguaçu, no Paraná, recentemente se refugiara no Líbano com sua família após a explosão em Beirute. Uma amiga de sua família, Zara Farah, descreveu o cenário devastador: “Não há mais lugar seguro. É um esforço diário para sobreviver."


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    O governo brasileiro, através do Itamaraty, avalia a possibilidade de uma operação de resgate de brasileiros no Líbano, similar à realizada na Faixa de Gaza no ano passado. A situação é crítica, especialmente para famílias como a de Hussain Zen, que perdeu nove parentes em bombardeios recentes. Zen relatou que as tentativas de deixar o país têm sido frustradas devido ao fechamento de rotas e ao perigo constante: “Não conseguimos sair. As passagens são canceladas, e a cada novo ataque, mais vidas são perdidas."

    Em entrevista à Globo News, Alice Jacques Fatore, que vive perto de Beirute e tem um filho autista, cobrou das autoridades brasileiras maior agilidade no processo de repatriação. “A Colômbia já começou a evacuar seus cidadãos, e o Brasil, com a maior diáspora libanesa do mundo, precisa agir rápido. Não podemos esperar mais.”

    Diante da escalada do conflito, cresce a pressão sobre a comunidade internacional para uma solução diplomática que poupe mais vidas inocentes, enquanto o Líbano enfrenta um cenário devastador.



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