Super Quarta: Decisões de Juros no Brasil e EUA Marcam Momento Crucial para Mercados Globais

Brasil deve elevar a Selic para 10,75%, enquanto o Fed se prepara para iniciar cortes de juros em meio a incertezas econômicas globais.

Presidente e diretores do Banco Central do Brasil.Crédito...Foto: Poder360

Brasília, 18 de setembro de 2024 — Nesta quarta-feira (18), mercados financeiros aguardam ansiosamente a "Super Quarta", quando o Banco Central do Brasil deve elevar a Selic em 0,25%, enquanto o Federal Reserve, nos Estados Unidos, deve anunciar o início de um ciclo de cortes de juros. A expectativa é de alta volatilidade no cenário econômico global, impactado pela inflação e crise fiscal.

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O mundo financeiro está voltado para a aguardada "Super Quarta", quando tanto o Banco Central do Brasil quanto o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos tomarão decisões cruciais sobre suas políticas monetárias. No Brasil, a expectativa é de uma nova alta de 0,25% na taxa Selic, que levará os juros para 10,75%. Enquanto isso, o Fed deve iniciar um ciclo de cortes de juros, com uma redução de 0,25%, levando a taxa norte-americana para o intervalo de 5% a 5,25%.

A decisão do Banco Central do Brasil já está amplamente precificada pelos mercados, que esperam essa elevação como resposta a uma inflação persistente, risco fiscal crescente e desvalorização cambial. "O balanço de riscos se agravou desde a última reunião do Copom, e a alta na Selic já era esperada diante das pressões inflacionárias e fiscais que o país enfrenta", afirmou um economista.

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A inflação corrente no Brasil continua elevada, e a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano está em 4,4%. No entanto, analistas alertam que novos choques podem levar a um estouro do teto da meta de inflação, o que justifica a postura mais rígida do Banco Central.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve também deve anunciar hoje o início de seu ciclo de flexibilização monetária. O corte de juros esperado é de 0,25%, mas ainda há incerteza sobre o ritmo e a magnitude das próximas reduções. A inflação nos EUA, embora em desaceleração, ainda preocupa os mercados, que esperam um pouso suave da economia.

Jerome Powell, presidente do Fed, enfrentará a difícil tarefa de equilibrar a necessidade de controlar a inflação sem causar uma recessão. "O mercado de trabalho desacelerou, mas não colapsou, e o risco de uma recessão imediata parece baixo, o que sugere que o Fed adotará uma abordagem cautelosa", disse um analista de Wall Street.

A expectativa para as decisões de hoje já gera alta volatilidade nos mercados. No Brasil, o real vem se valorizando frente ao dólar, mas analistas preveem que o fortalecimento da moeda norte-americana pode se intensificar dependendo da magnitude dos cortes de juros nos EUA.

Além disso, o mercado local também está de olho em Gabriel Galípolo, recém-indicado para presidir o Banco Central do Brasil. Suas decisões e posicionamento serão cruciais para a condução da política monetária em um cenário de riscos fiscais e pressões inflacionárias.

Com a Super Quarta ainda em curso, o que está claro é que tanto Brasil quanto Estados Unidos enfrentam desafios econômicos complexos, e as decisões de hoje marcarão o início de novos ciclos em suas políticas monetárias. O futuro da economia global depende não só das medidas adotadas, mas também da comunicação clara e eficaz entre as autoridades monetárias e os mercados.