Ministro da Economia aborda ameaças ao Mercosul
em palestra na Fundação Getúlio Vargas
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad- Foto:E-Investidor/ Reprodução- Estadão
Política- Na tarde de
segunda-feira, 25 de setembro, o ministro da Economia brasileiro, Fernando
Hadadd, proferiu uma palestra na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, na qual
manifestou sua preocupação em relação à continuidade e estabilidade do Mercosul,
o bloco de integração regional que compreende Argentina, Brasil, Paraguai e
Uruguai, com a suspensão da Venezuela.
O ministro destacou a potencial ameaça ao Mercosul com a
possível eleição de Javier Milei, candidato de extrema-direita e atual líder
nas pesquisas de opinião para a presidência da Argentina. Milei, conhecido por
sua plataforma ultraliberal, advoga por medidas drásticas no campo econômico,
incluindo o fim do Banco Central argentino.
Milei obteve a maior votação nas eleições primárias argentinas
em agosto, mantendo-se como favorito nas pesquisas de intenção de voto até o
momento. Suas visões econômicas têm levantado preocupações entre líderes
políticos, economistas e representantes do Mercosul, pois ele também se
posicionou contra a continuidade e relevância do bloco de integração regional.
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O Mercosul é um bloco comercial e político que busca
promover a integração econômica e cooperação política entre seus membros. Uma
eventual mudança na liderança argentina e a possível alteração na postura em
relação ao Mercosul podem ter implicações significativas para as relações
comerciais e políticas entre os países membros.
Hadadd ressaltou que a incerteza em torno das políticas que
Milei poderia adotar como presidente da Argentina gera uma preocupação legítima
sobre o futuro do Mercosul e a necessidade de estar preparado para ajustes e
negociações diante de possíveis mudanças na dinâmica do bloco.
Essas considerações lançam um olhar crítico sobre a
estabilidade do Mercosul e o papel da Argentina como membro-chave, destacando a
importância de monitorar de perto o cenário político argentino à medida que as
eleições se aproximam.
Acordo com União Europeia Pode Ser Fundamental
para Estabilidade na América do Sul, Afirma Ministro Haddad
Em meio às preocupações com a possível eleição de um
candidato de extrema-direita na Argentina e seus potenciais impactos sobre o
Mercosul, o ministro da Economia, Fernando Haddad, ressaltou a importância de
concretizar o acordo entre o bloco sul-americano e a União Europeia, que está
atualmente em fase de negociação.
Haddad argumentou que um acordo com a União Europeia
poderia servir como contraponto a possíveis medidas que poderiam desestabilizar
a região. Ele destacou que, embora haja desafios no processo, acredita que o
acordo comercial possa ser assinado ainda em 2023.
O ministro enfatizou que o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) está pessoalmente engajado na tarefa de concluir o acordo e
que, apesar de resistências na Europa, particularmente da França, em relação à
abertura do mercado europeu para produtos brasileiros, acredita que há um
desejo mútuo de avançar nessa parceria dadas as limitadas alternativas
disponíveis.
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Fernando Haddad Destaca a Relevância de
Estreitar Relações com os Estados Unidos na Área Ambiental e Tecnológica
Além da prioridade de fortalecer os laços com a União
Europeia, o ministro da Economia, Fernando Haddad, sublinha a importância para
o Brasil de aprofundar sua relação com os Estados Unidos. Especialmente, há um
interesse no avanço de tecnologias que possam mitigar os efeitos ambientais na
geração de energia.
"Um acordo de cooperação com os Estados Unidos seria a
culminação de uma política multilateral de grande relevância", afirmou o
ministro.
Haddad ressaltou que participará nesta segunda-feira de um
encontro com 25 empresários norte-americanos, organizado pela Câmara de
Comércio Americana, para discutir justamente esses temas relevantes que buscam
impulsionar a cooperação bilateral, sobretudo no que tange à inovação e
soluções para minimizar os impactos ambientais relacionados à geração de
energia.
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Ministro Haddad Enaltece Avanços na Proteção
Ambiental
Fernando Haddad ressalta que a revitalização das políticas
ambientais tem impulsionado a inserção do Brasil no cenário internacional.
"O trabalho do Ministério do Meio Ambiente, que já resultou em uma redução
de 40% no desmatamento da Amazônia em oito meses, nos tem auxiliado",
destacou.
Ele observa que esses progressos são alcançados apesar dos
órgãos de repressão a delitos ambientais ainda estarem se recuperando do
desmantelamento ocorrido no governo anterior. "Faltam as ferramentas
essenciais para combater isso. As agências de fiscalização ainda estão
significativamente debilitadas e não foram totalmente recuperadas".
Haddad não apenas enfatiza a necessidade de preservar os
recursos naturais, mas também acredita que um modelo de produção menos
prejudicial ao meio ambiente deve ser o cerne das políticas de crescimento
econômico.
"Buscamos a Reindustrialização Sustentável com Atração
de Investimentos Globais", Afirma Ministro
O ministro enfatiza a meta de revitalizar a indústria,
baseando-se em uma fonte energética ambientalmente responsável. Ele ressalta a
necessidade de chamar a atenção internacional para esse processo de
reindustrialização.
Essa transformação, segundo ele, tem o potencial de atrair
financiamentos de diversas regiões do globo. "Temos a capacidade de atrair
investimentos para a produção de produtos sustentáveis, fabricados no Brasil.
Com energia limpa e uma abundância de recursos como terras raras, podemos tanto
exportar minerais como lítio e hidrogênio, quanto manufaturar produtos com
baixa emissão de carbono aqui mesmo no Brasil", exemplificou.
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Opinião do Michel
Prezado leitor,
A recente palestra do ministro da Economia, Fernando
Haddad, na Fundação Getúlio Vargas, traz à luz um cenário preocupante que
merece nossa atenção. O possível ascenso de Javier Milei, um candidato de
extrema-direita, na Argentina, representa uma ameaça palpável para a
estabilidade do Mercosul e, por extensão, para a economia de toda a América do
Sul.
A visão ultraliberal e as posturas radicais de Milei na
esfera econômica, incluindo o desmantelamento proposto do Banco Central
argentino, são um alerta para todos nós. Sua possível eleição pode sinalizar
uma mudança drástica nas relações comerciais e políticas entre os membros do
Mercosul, trazendo incertezas e desafios que precisaremos enfrentar.
Diante dessa conjuntura, é vital concretizar o acordo entre
o bloco sul-americano e a União Europeia, como ressaltado pelo ministro Haddad.
Esse pacto pode se tornar um contraponto crucial, oferecendo estabilidade e
abrindo novas oportunidades comerciais em um momento em que a região enfrenta
turbulências políticas.
Além disso, a busca por estreitar laços com os Estados
Unidos, especialmente na área ambiental e tecnológica, é uma estratégia
acertada. Em um mundo onde a sustentabilidade é imperativa, a cooperação
internacional para mitigar impactos ambientais é vital para nosso futuro.
Haddad também realçou avanços na proteção ambiental,
destacando que precisamos centrar nossas políticas de desenvolvimento econômico
em modelos de produção menos prejudiciais ao meio ambiente. Isso reflete a
necessidade urgente de uma abordagem sustentável para garantir um futuro mais
seguro e próspero para todos.
Em resumo, estamos diante de desafios críticos que exigem
liderança, cooperação e uma visão pragmática. Devemos acompanhar de perto o
desenrolar dos eventos políticos na Argentina e, ao mesmo tempo, fortalecer
nossas parcerias internacionais para garantir um caminho estável e sustentável
para nossa economia e para o Mercosul.
Atenciosamente,
Michel
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