O Tribunal Internacional de Justiça determinou que Israel precisa evitar qualquer ação genocida por parte de suas forças. Posteriormente, a agência da ONU que presta auxílio aos palestinos anunciou uma investigação sobre alegações de envolvimento de alguns de seus funcionários no ataque a Israel em 7 de outubro.
Remko De Waal/Agência France-Presse — Getty Images |
Internacional- Nesta
sexta-feira (26), o Tribunal Internacional de Justiça de Haia afirmou que
Israel deve adotar medidas para prevenir atos de genocídio por suas forças em
Gaza e facilitar a entrada de mais ajuda na região. No entanto, o tribunal não
solicitou a suspensão imediata da campanha militar israelense. Esta decisão,
referente a um caso movido pela África do Sul acusando Israel de genocídio
contra os palestinos em Gaza, representa um passo inicial. Embora o tribunal
não tenha poder de execução, a atenção internacional sobre a guerra de Israel
contra o Hamas aumenta a pressão sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
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A
resposta inicial entre os palestinos foi variada, com o Ministério das Relações
Exteriores palestino afirmando que o tribunal "decidiu em prol da
humanidade e do direito internacional", enquanto algumas pessoas
criticaram os juízes por não terem exigido o término imediato da guerra.
Israel
rejeitou veementemente as alegações de genocídio, e na sexta-feira, seus
líderes atacaram o tribunal. Netanyahu considerou "ultrajante" que os
juízes considerassem o caso, e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, cujas
palavras foram observadas pelos juízes ao discutir se as autoridades
israelenses incitaram ao genocídio, afirmou que seu país não necessitava
"receber lições sobre moralidade".
Durante
uma audiência movimentada no início deste mês, advogados sul-africanos
argumentaram que Israel buscava "criar condições de morte" em Gaza,
exigindo uma suspensão de emergência da campanha militar por parte do tribunal.
Os
representantes legais de Israel sustentaram que as forças armadas do país
trabalharam para preservar vidas civis em Gaza. Israel afirmou também ter
concedido um prazo de duas semanas aos civis para evacuarem o norte de Gaza
antes da invasão no final de outubro. Após congelar a entrega de ajuda no
início da guerra, posteriormente permitiu o fornecimento diário de assistência.
Na
decisão provisória, composta por 29 páginas, o tribunal estipulou que Israel
deve tomar medidas para assegurar que seus soldados e cidadãos estejam em
conformidade com a Convenção da ONU sobre Genocídio, exigindo um relatório
dentro de um mês para demonstrar o cumprimento das instruções.
Embora
por anos não se esperasse que o tribunal emitisse uma decisão sobre a acusação
mais abrangente de genocídio.
Palestinos fugindo de Khan Younis na quinta-feira.Ibraheem Abu Mustafa/Reuters |
A
agência de assistência da ONU aos palestinos, UNRWA, está investigando
alegações de envolvimento de vários de seus trabalhadores no ataque liderado
pelo Hamas a Israel em 7 de outubro. Essas acusações levaram os Estados Unidos
a suspender temporariamente a ajuda à agência.
Autoridades
de saúde em Gaza relatam que mais de 25 mil pessoas foram mortas desde o início
da operação militar israelense em 7 de outubro para combater o Hamas. A
ofensiva foi desencadeada em resposta a um ataque liderado pelo Hamas, no qual
as autoridades israelitas afirmam que cerca de 1.200 pessoas foram mortas, e
aproximadamente 240 foram levadas como reféns para Gaza.
Na
quinta-feira, os militares israelenses ordenaram a evacuação de dezenas de
milhares de palestinos que já haviam sido deslocados e estavam abrigados em um
centro da ONU em Khan Younis, no sul de Gaza. A ofensiva terrestre israelense
intensificou-se no sul de Gaza, para onde mais de um milhão de pessoas buscaram
refúgio.
A
Casa Branca está enviando William J. Burns, diretor da CIA, à Europa para se
reunir com autoridades de Israel, Egito e Qatar, buscando avançar nas
negociações sobre a libertação de reféns em Gaza e um cessar-fogo mais
prolongado. Autoridades dos EUA afirmaram que há uma disposição por parte de
Israel para concordar com uma pausa mais duradoura nos combates como parte de
qualquer nova libertação de reféns.
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A agência da ONU que auxilia os palestinos, UNRWA, anunciou
na sexta-feira a demissão de vários funcionários acusados de envolvimento nos
ataques terroristas liderados pelo Hamas em 7 de outubro, iniciando uma
investigação sobre as alegações.
O Departamento de Estado dos EUA informou que
"interrompeu temporariamente o financiamento adicional" à UNRWA,
citando a acusação que envolve 12 funcionários da agência.
O secretário de Estado dos EUA, Antony J. Blinken,
solicitou "uma investigação completa e rápida" ao secretário-geral da
ONU, António Guterres, e comunicou que os Estados Unidos estão buscando mais
informações de Israel, que fez a alegação inicial.
Philippe Lazzarini, chefe da UNRWA, afirmou em comunicado
que demitiu imediatamente os trabalhadores para "proteger a capacidade da
Agência de prestar assistência humanitária". Ele assegurou que qualquer
envolvimento resultará em responsabilização, incluindo processo criminal, sem
especificar quantos funcionários foram acusados.
Lazzarini expressou consternação pelas alegações,
destacando que mais de 2 milhões de pessoas em Gaza dependem da assistência
vital fornecida pela Agência desde o início da guerra.
A UNRWA, conhecida como Agência de Assistência e Obras das
Nações Unidas, representa um dos maiores empregadores em Gaza, contando com
cerca de 13 mil funcionários responsáveis pelas operações de educação, saúde e
assistência alimentar no enclave. Durante o conflito, desempenhou um papel
crucial na supervisão da distribuição de alimentos e ajuda médica em Gaza.
Palestinos lamentam as pessoas mortas num ataque ao campo de refugiados de Al-Maghazi, em Gaza, em dezembro.Mahmud Hams/Agência France-Presse — Getty Images |
Autoridades da ONU têm alertado continuamente sobre o risco
de fome entre os residentes comuns de Gaza, enfatizando um aumento nas doenças
infecciosas à medida que o clima se torna mais frio.
Josep Borrell Fontelles, principal diplomata da UE e
vice-presidente da Comissão Europeia, expressou grande preocupação com a
alegação de envolvimento de funcionários da ONU nos ataques terroristas. Ele
declarou que a Comissão está em contato com a UNRWA e espera medidas imediatas
contra o pessoal envolvido.
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Autoridades israelenses criticaram na sexta-feira a decisão
do Tribunal Internacional de Justiça que busca impedir atos genocidas em sua
ofensiva contra o Hamas em Gaza, embora também tenham manifestado alívio por o
tribunal não ter ordenado a suspensão de sua campanha militar.
Temendo um cessar-fogo imediato em Gaza, as autoridades
israelenses expressaram alívio pela decisão do tribunal, que pediu que Israel
garantisse que seus soldados e líderes aderissem à convenção da ONU sobre
genocídio, mas não exigiu o fim da guerra.
Israel rejeitou firmemente a acusação de genocídio contra
os palestinos em Gaza. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu criticou a
decisão do tribunal, chamando-a de ultrajante, mas destacou que a ordem
confirmou o direito de Israel de se defender após os ataques liderados pelo
Hamas em 7 de outubro que levaram ao conflito em Gaza.
O ex-procurador-geral adjunto israelense, Raz Nizri,
mencionou que Israel já estava adotando a maioria das ações ordenadas pelo
tribunal, como garantir o fornecimento de ajuda humanitária a Gaza e punir
declarações que incitem ao genocídio.
Apesar da reação negativa de autoridades israelenses, o
tribunal não emitiu uma ordem de cessar-fogo, o que foi considerado importante.
O ministro das finanças israelense Bezalel Smotrich e o ministro da Defesa Yoav
Gallant rejeitaram as críticas do tribunal, afirmando que Israel não precisa
receber "sermões sobre moralidade".
A decisão do tribunal expressou preocupação com o destino
dos reféns e apelou à sua libertação imediata. A campanha militar israelense em
Gaza resultou em mais de 25 mil mortes, segundo autoridades de saúde
palestinas, levando a maioria dos mais de dois milhões de residentes de Gaza a
fugirem de suas casas para escapar dos ataques.
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