Conflito no Mar da China Meridional: Colisões e Táticas de Bloqueio Intensificam Tensões Entre China e Filipinas

Confrontos recorrentes entre navios da guarda costeira chinesa e filipina aumentam o risco de uma escalada militar na região, estratégica para o comércio global.

Navios da Guarda Chinesa colidiram com embarcações Filipinas. Foto: www.dn.pt

Brasília, 15 de setembro de 2024 — Em um dos confrontos mais agressivos dos últimos meses, navios da guarda costeira chinesa colidiram com embarcações filipinas e utilizaram canhões de água para afastá-las do disputado Sabina Shoal. A intensificação das tensões entre China e Filipinas eleva o risco de um embate mais severo na hidrovia estratégica do Mar da China Meridional.

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Os conflitos entre a China e as Filipinas no Mar da China Meridional atingiram novos patamares nas últimas semanas, com uma série de confrontos diretos entre as guardas costeiras dos dois países. Em um episódio recente, navios chineses colidiram com o Teresa Magbanua, uma das maiores embarcações da guarda costeira filipina, utilizando canhões de água e táticas intimidatórias para afastá-lo de Sabina Shoal, um atol rico em recursos que está no centro da disputa territorial.

A tripulação filipina, que registrou os incidentes em vídeo, também relatou danos estruturais significativos em seu navio, incluindo um buraco de três pés após o impacto. Este confronto foi um dos quatro ocorridos entre os países em apenas duas semanas, evidenciando uma escalada no uso de força não letal por parte da China, que inclui o uso de canhões de água e o bloqueio de rotas essenciais para as Filipinas.

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Sabina Shoal, localizado a 86 milhas da província filipina de Palawan, está dentro da zona econômica exclusiva das Filipinas, mas é reivindicado pela China como parte de sua estratégia para dominar o Mar da China Meridional. Pequim tem utilizado táticas de "zona cinzenta" — movimentos agressivos que param antes de desencadear uma guerra total — como bloqueios marítimos e disparos de canhões de água para consolidar seu controle sobre a região.

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Analistas alertam que o risco de uma escalada militar é cada vez mais real, especialmente com o aumento da presença militar dos Estados Unidos na região, em apoio ao seu aliado, as Filipinas. O presidente filipino, Ferdinand R. Marcos Jr., tem adotado uma postura mais firme contra a China em comparação com seu antecessor, reforçando a aliança com os EUA e permitindo que a imprensa documente as provocações chinesas.

As tensões no Mar da China Meridional não mostram sinais de arrefecimento. As Filipinas já afirmaram que o Teresa Magbanua retornará ao Sabina Shoal após passar por reparos, indicando sua intenção de continuar desafiando as incursões chinesas. Especialistas acreditam que, enquanto a China não atingir seu objetivo de controle total sobre a região, os confrontos continuarão.

"A estratégia abrangente da China é dominar o Mar da China Meridional. Não devemos esperar que a desescalada dure", afirmou Rommel Ong, professor da Escola de Governo Ateneo em Manila e almirante aposentado da Marinha filipina.

O cenário de crescente rivalidade entre China e Filipinas, com os Estados Unidos no pano de fundo, representa um dos maiores riscos geopolíticos da região, ameaçando não apenas a segurança local, mas também o comércio global que depende das rotas marítimas do Mar da China Meridional.

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