Disparada no preço do petróleo e aumento no índice de volatilidade impactam bolsas internacionais, enquanto o Brasil mantém sinais de recuperação.
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A primeira sessão de outubro começou de forma turbulenta nos mercados financeiros, fortemente influenciada pelos eventos geopolíticos no Oriente Médio. Na véspera do ano-novo judaico, a notícia de que o Irã lançou cerca de 180 mísseis contra Israel, em retaliação a ofensivas israelenses no Líbano, acendeu os alertas globais, levando a uma escalada das tensões na região.
Embora a maioria dos mísseis tenha sido interceptada pelo sistema de defesa israelense, a resposta do país foi imediata. Segundo o porta-voz das Forças Armadas de Israel, Daniel Hagari, o país pretende "operar em força máxima", indicando que as ofensivas devem continuar nos próximos dias. Esse aumento nas tensões afetou os mercados além da questão humanitária, com os investidores reagindo à maior aversão ao risco.
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Nos Estados Unidos, o índice VIX, também conhecido como "índice do medo", disparou mais de 20%, enquanto as bolsas de Wall Street fecharam no vermelho. Dados do setor industrial norte-americano mostraram uma leve desaceleração, com o índice de emprego industrial do ISM vindo abaixo das expectativas, o que reforçou a pressão negativa nos mercados. A abertura de empregos no setor industrial caiu de 47,1 para 43,9 pontos, sinalizando fraqueza no mercado de trabalho.
Impactos no Brasil
No Brasil, o cenário foi mais positivo, com destaque para a entrada de capital estrangeiro tanto na renda fixa quanto na bolsa. O real se valorizou, fechando abaixo de R$ 5,45 em relação ao dólar, refletindo a perspectiva otimista do mercado internacional sobre o crescimento econômico e a melhora do crédito no país.
A Petrobras foi um dos destaques da sessão, com suas ações subindo fortemente em resposta à alta do petróleo no mercado internacional, que disparou 5% no pico do dia devido às tensões no Oriente Médio. Esse movimento ajudou a impulsionar o índice Ibovespa, que encerrou com alta de 0,5%, apesar da preocupação persistente com o risco fiscal brasileiro.
Cenário Externo
Na zona do euro, a inflação preliminar de setembro surpreendeu positivamente, desacelerando de 2,2% para 1,8%, ficando abaixo da meta pela primeira vez desde 2021. Isso, somado ao enfraquecimento da atividade econômica, reforça a expectativa de que o Banco Central Europeu possa reduzir os juros em sua próxima decisão.
Para o restante da semana, a atenção continua voltada para os desdobramentos do conflito geopolítico e seus impactos nos mercados globais. Nos Estados Unidos, o relatório de empregos do setor privado ADP de setembro será divulgado, e no Brasil, os dados de produção industrial de agosto devem indicar uma queda marginal de 0,1% em relação ao mês anterior, mas com tendência de recuperação até o final do ano.
Perspectivas
O agravamento da situação no Oriente Médio deve continuar influenciando o mercado, especialmente nas commodities, como o petróleo, que já apresenta alta significativa. No Brasil, o desafio segue sendo a sustentabilidade fiscal, apesar da perspectiva de crescimento econômico mais robusto no curto prazo. O cenário exige cautela, mas os sinais de recuperação, como o crescimento da produção industrial, mostram que o país pode se beneficiar da entrada de capital estrangeiro e de um ambiente global favorável a commodities.
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