IPCA-15 surpreende e pressiona inflação acima da meta em outubro

Inflação de outubro supera expectativas do mercado e aponta desafios econômicos, enquanto governo reforça compromisso com disciplina fiscal.


Brasília, 25 de outubro de 2024 — O IPCA-15 de outubro apresentou uma elevação de 0,54%, ultrapassando a previsão do mercado de 0,51% e impulsionando a inflação acumulada dos últimos 12 meses para 4,47%. O cenário inflacionário desestabiliza a economia e coloca o Banco Central em alerta para medidas de controle.

     

    O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, surpreendeu negativamente em outubro ao registrar um aumento de 0,54%. Esse número ficou acima das expectativas do mercado, que previa um avanço de 0,51%. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses subiu para 4,47%, ultrapassando o teto da meta anual estabelecida pelo governo.

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    A elevação do índice foi motivada por uma combinação de fatores sazonais e choques pontuais que impactaram a média dos últimos três meses, desestabilizando a boa dinâmica inflacionária observada até então. Analistas de mercado temem que o Brasil encerre 2024 com a inflação acima do limite, situação que também preocupa para o próximo ano. O cenário se reflete no mercado financeiro, com a pressão sobre os ativos domésticos ao longo do dia.





    Em resposta, o Banco Central já sinalizou a possibilidade de um aumento de 0,50% na taxa Selic em novembro. Enquanto isso, uma intervenção coordenada entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, trouxe alguma tranquilidade ao mercado. Haddad reafirmou o compromisso com a disciplina fiscal e a manutenção do arcabouço fiscal vigente, sem reformas estruturais no curto prazo. Campos Neto, por sua vez, destacou que o Banco Central seguirá uma postura técnica e independente, com o objetivo de controlar a inflação e alcançar a meta.


    Essas declarações tiveram um efeito positivo sobre o mercado, resultando na valorização do real, que fechou em R$5,66 contra o dólar, e na recuperação da bolsa de valores brasileira, com o Ibovespa retomando o patamar dos 130 mil pontos. No mercado internacional, o dólar e os juros nos Estados Unidos também mostraram correções, favorecendo a estabilização das moedas emergentes.

    Entretanto, a decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre a bandeira tarifária para a energia elétrica segue como um ponto crítico na política de controle inflacionário. Analistas afirmam que uma definição desfavorável poderia impactar diretamente o IPCA e dificultar o cumprimento da meta, ampliando o desafio para a política econômica do governo.

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