Marco histórico: Supremo Tribunal aponta pela
primeira vez crime de tentativa de golpe, tipificado no código penal de 2021;
aliados de Bolsonaro no STF são abalados pela aplicação do conceito.
Supremo Tribunal Federal (STF) - Foto: Direita Online/ Reprodução
O STF Condenou os Primeiros Réus do 8 de Janeiro por
Tentativa de Golpe e Ataque ao Estado Democrático de Direito: Histórico Marca
Primeiras Sentenças por Estes Crimes no País, Incluídos no Código Penal de
2021. Penas Severas para Aécio Lúcio Costa Pereira e Matheus Lima de Carvalho
Lázaro, Ambos com 17 Anos de Reclusão, e Thiago de Assis Mathar, com 14 Anos.
Multas também Aplicadas.
Alexandre de Moraes, Relator, em Oposição a Kassio Nunes
Marques e André Mendonça, Fortes Apoiadores de Bolsonaro. Juízes Sustentam que
Costa Pereira, o Primeiro Condenado, Incriminou-se com Evidências Suficientes
para a Sentença. Antigo Funcionário da Sabesp e Residente em Diadema, Chegou a
Brasília com outros Simpatizantes de Jair Bolsonaro na Véspera dos Ataques à
Praça dos Três Poderes. Em 8 de Janeiro, Gravou Vídeos no Senado, Resultando em
Prisão em Flagrante pela Polícia Legislativa.
Ontem, durante o segundo dia do julgamento dos acusados
pela invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo, o
ministro Gilmar Mendes declarou: 'Nós poderíamos estar em algum lugar contando
a história da nossa derrocada, mas nós estamos aqui, graças a todo um sistema
institucional, contando como a democracia sobreviveu'. Todos os ministros
defenderam a condenação de Costa Pereira, mas divergiram sobre os crimes e as
penas. Moraes e Nunes Marques, que votaram anteontem, propuseram extremos na
dosimetria. O relator propôs 17 anos, enquanto o revisor sugeriu 2 anos e meio.
Ontem, prevaleceu o entendimento de Moraes, seguido por Edson Fachin, Luiz Fux,
Dias Toffoli, Cármem Lúcia, Gilmar Mendes e Rosa Weber.
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responde às argumentações do acusado e reitera o papel do STF na análise
dos eventos de 8/1.
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Nunes Marques propôs a condenação parcial por crimes de
deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado pela violência,
considerando-os menos graves. Ele também recomendou a absolvição das acusações
de associação criminosa, golpe de estado e abolição violenta do estado
democrático de direito, que acarretariam penas mais severas. Nomeado por
Bolsonaro, o posicionamento de Nunes Marques foi claro ao afirmar que o
episódio do 8 de janeiro não representou um 'risco à democracia'.
O ministro Cristiano Zannin concordou com Moraes, votando
pela condenação de Costa Pereira por todos os crimes, mas discordou quanto à
medida da pena. Zannin sugeriu uma pena de 15 anos. Ele destacou que o réu não
se juntou à multidão tumultuada que, através de violência física e danos ao
patrimônio, buscava o fechamento das instituições constitucionais e a deposição
do governo democraticamente eleito.
Em sua decisão, Mendonça defendeu a absolvição de Costa
Pereira da acusação de golpe de estado. Ele alegou que os indivíduos envolvidos
não buscaram derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mendonça, também
indicado ao STF por Bolsonaro, sugeriu a segunda pena mais baixa de 8 anos para
o cientista da computação. Luís Roberto Barroso se opôs à ideia de uma 'dupla
condenação' por golpe de estado e abolição violenta do estado de direito,
argumentando que isso seria uma punição dupla pelo mesmo crime. Costa Pereira
permanece detido e recebeu permissão para acompanhar o julgamento no presídio.
Seu advogado, Sebastião Coelho da Silva, afirmou que a conduta de seu cliente
deveria ter sido detalhadamente descrita na denúncia.
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Matheus Lázaro, de Apucarana (PR), também foi
condenado por maioria a uma pena de 17 anos. Ele foi preso pela Polícia Militar
próximo ao Palácio do Buritis, sede do governo do Distrito Federal, e admitiu
ter invadido o congresso com uma faca, de acordo com os agentes. Segundo
Moraes, a denúncia contra Lázaro era a mais embasada em provas de
responsabilidade, incluindo confissão, vídeo e fotos que confirmaram seu
envolvimento. O relator enfatizou a gravidade da ação de Lázaro, salientando
que ele é ex-militar do exército. Moraes propôs a pena de 17 anos e uma multa
de R$ 30 milhões, a ser paga de forma solidária. O voto de Moraes foi
completamente apoiado por Edson Fachin, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármem Lúcia,
Gilmar Mendes e Rosa Weber.
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"O réu julgado recentemente, Thiago de Assis Mathar,
residente em São José do Rio Preto (SP), recebeu uma sentença de 14 anos
de prisão pelos mesmos delitos imputados a Costa Pereira. Estes crimes incluem
abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, dano
qualificado pela violência e grave ameaça, deterioração de patrimônio tombado e
associação criminosa. No dia dos ataques em Brasília, Mathar foi detido pela
Polícia Militar dentro do Palácio do Planalto. Em sua declaração, o
subprocurador-geral da República, Carlo Frederico Santos, assegurou que existem
evidências de que o réu 'se associou criminalmente aos demais indivíduos,
estando armado, com o objetivo de atentar contra o estado democrático de
direito, depor um governo eleito e danificar bens públicos e patrimônios
protegidos'."
Os ministros André Mendonça e Alexandre de Moraes se
envolveram em um acalorado debate ontem, centrado no ministro da justiça,
Flávio Dino. Mendonça insinuou a possível implicação de Dino nos eventos de 8
de janeiro, uma afirmação que Moraes classificou como 'absurda'. Moraes
declarou, 'Vossa excelência está sugerindo que o governo conspirou contra si
próprio. Tenha bom senso'. Além disso, Moraes confrontou o advogado do réu,
chamando sua abordagem de 'patética e medíocre', acusando-o de apresentar um discurso
de ódio com o objetivo de compartilhá-lo nas redes sociais, possivelmente
visando uma candidatura a vereador. Moraes criticou a falta de análise
substancial do advogado, afirmando que sua presença no STF parecia destinada a
atacar a instituição. Ele também apontou a confusão do advogado, que
erroneamente citou "O pequeno Príncipe" ao invés de "O
príncipe" de Maquiavel. Durante a argumentação do advogado, este atribuiu
a frase 'os fins justificam os meios' ao livro "O pequeno Príncipe".
Moraes ironizou essa referência, sugerindo que o advogado não tinha lido
nenhuma das obras e provavelmente baseou a citação em 'pesquisas no Google'.
Opinião do Michel
A notícia que traz o Supremo Tribunal identificando uma
tentativa de golpe durante o julgamento dos réus do 8/1 é um marco histórico
para o nosso país. Vemos a aplicação das leis, especialmente aquelas incluídas
no código penal em 2021, sinalizando que a democracia está sendo defendida e
protegida.
Os condenados, Aécio Lúcio Costa Pereira, Matheus Lima de
Carvalho Lázaro e Thiago de Assis Mathar, enfrentam penas significativas,
refletindo a gravidade dos crimes pelos quais foram julgados. A justiça foi
feita, e a mensagem é clara: qualquer tentativa de ataque à democracia e ao
estado de direito será punida.
O embate entre os ministros, notadamente André Mendonça e
Alexandre de Moraes, ilustra a diversidade de opiniões e interpretações
presentes em nossa sociedade. Contudo, a unanimidade na condenação dos réus
sinaliza que, quando se trata de preservar nossa democracia, estamos unidos.
É fundamental que a justiça continue agindo com
imparcialidade e firmeza, mantendo nossa nação no caminho da ordem e da
legalidade. Este é um momento crucial para o nosso país, e a defesa da
democracia deve ser inabalável. A vigilância e a responsabilidade de cada
cidadão são alicerces fundamentais para fortalecer nossa sociedade e manter a
estabilidade democrática.
Que este seja um ponto de partida para um futuro onde a democracia seja protegida e a justiça prevaleça, sempre. Estamos juntos nessa jornada, em prol de um Brasil mais justo e equitativo.
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