O projeto deve passar por votação e receber aprovação até sexta-feira; caso contrário, as modificações não terão efeito nas próximas eleições.
Davi Alcolumbre - Foto: Senado Federal |
Política- O Senado está prestes a
rejeitar uma minireforma eleitoral que teria impacto nas eleições de 2024. A
proposta foi aprovada rapidamente pela Câmara no último mês, visando passar por
análise e sanção presidencial antes do prazo final na sexta-feira. Qualquer
alteração aprovada após esse prazo não valerá para o próximo pleito.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG),
comunicou ao CAM/News que o projeto foi encaminhado à Comissão de Constituição
e Justiça (CCJ), sendo de responsabilidade do colegiado determinar
quando o tema será discutido. Em ocasiões anteriores, Pacheco já manifestou
publicamente que não aceleraria a tramitação do projeto para que as alterações
entrassem em vigor em 2024. "É de grande importância que possamos
apresentar à sociedade um código eleitoral abrangente, claro e com boas regras
para o processo eleitoral", afirmou o presidente do Senado.
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presidencial
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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) tem
agendadas reuniões para hoje e amanhã. Na reunião de hoje, será realizada outra
audiência pública sobre a reforma tributária. Para amanhã, está planejada uma
sessão para tomada de decisões. No entanto, o projeto da minireforma eleitoral
não está incluído na agenda do colegiado. Até o momento, o relator do projeto
não foi formalmente designado. O senador Marcelo Castro (MDB-PI), que é
relator de outro projeto que modifica o código eleitoral, está encarregado do
assunto. Castro acredita que o prazo para aprovação da proposta é restrito e
mostra-se pessimista quanto à sua aprovação já para as eleições de 2024.
Esta semana é crucial para a minireforma eleitoral, pois,
de acordo com o princípio da anualidade, qualquer alteração na legislação
eleitoral só será válida se for formalizada até um ano antes das eleições.
Considerando que o primeiro turno das eleições municipais de 2024 ocorrerá em 6
de outubro, qualquer modificação deve ser realizada até sexta-feira. Em resumo,
caso o Congresso aprove a minireforma eleitoral em debate, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) teria que sancioná-la até sexta-feira para que as
novas regras sejam aplicadas no próximo ano.
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Quanta influência deveria ter o Congresso sobre
as decisões presidenciais?
A maioria dos brasileiros acredita que a Câmara e o Senado
não devem possuir um "grande poder" para alterar propostas
legislativas vindas da presidência da República. Essa percepção é resultado de
uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasilis. De acordo com o levantamento,
39% dos entrevistados pensam que o Congresso deveria ter "pouco
poder" para modificar o que o presidente aprovar, enquanto outros 11%
afirmam que o Congresso não deveria ter poder algum nesse aspecto, totalizando
50% dos pesquisados nessa linha de pensamento. Por outro lado, 49% dos
entrevistados acreditam que o Congresso deveria possuir "muito
poder", evidenciando a persistente polarização no cenário político. Vale
ressaltar que 2% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder.
A pesquisa revela que 60% dos participantes concordam que é
benéfico para o país quando ambos os lados comprometem-se para aprovar leis,
enquanto 39% acreditam que é negativo quando o presidente precisa fazer
concessões aos deputados e senadores. Em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF),
46% veem de forma favorável o poder da Corte de revisar, ajustar ou anular
leis, pois muitas vezes essas leis contradizem a Constituição.
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Opinião do Michel
Caro leitor,
Na atual conjuntura, a minireforma eleitoral emerge como um
ponto de discordância entre os brasileiros, trazendo à tona a questão sobre o
equilíbrio de poderes. Há uma clara divisão na sociedade, refletida na
pesquisa, sobre o papel do Congresso na modificação das propostas do executivo.
Para grande parte dos cidadãos, o poder legislativo não
deve ter a prerrogativa de modificar as propostas provenientes do executivo.
Isso aponta para uma desconfiança e uma visão de que a atuação do Congresso, ao
alterar essas propostas, poderia desestabilizar o processo democrático ao
favorecer interesses particulares.
Essa semana, com prazos determinados pela legislação
eleitoral, torna-se crucial para a aprovação da minireforma. Contudo, a
incerteza paira no ar, com o Senado adotando uma postura que sugere um
desalinhamento com as mudanças propostas. A opinião pública, de forma
expressiva, parece crer que mudanças em leis eleitorais deveriam ser mais
cautelosas e não feitas em um processo apressado.
A polarização que observamos nesse cenário reflete a
complexidade e a diversidade de ideias no Brasil. Enquanto uma parcela
considerável acredita que é benéfico para o país quando ambos os lados cedem
para aprovar leis, outra parte expressiva acredita que o presidente não deveria
ceder às pressões do Congresso. A discordância quanto ao papel do STF na
revisão das leis também contribui para essa diversidade de pontos de vista.
No final, o desafio reside em encontrar um equilíbrio que
promova uma democracia saudável, onde a participação ativa do Congresso seja
construtiva e benéfica, mas que não ultrapasse os limites que possam
comprometer a governabilidade e a estabilidade política do país. Este é um
debate vital para nossa democracia e sua resolução moldará nosso futuro político.
Atenciosamente,
Michel
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