Potências econômicas desencadeiam fundo épico de 2 bilhões para combater devastação em nações frágeis.

A declaração ocorreu durante o início da conferência, marcando um acontecimento sem precedentes. A meta consiste em prover recursos para que nações menos desenvolvidas se ajustem aos efeitos do aquecimento global.

Lula na COP 28
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, fala durante a abertura formal da COP 28. Foto: Globo/G1

Um conjunto de países economicamente avançados revelou o aporte de mais de R$ 400 milhões, quase atingindo a marca de R$ 2 bilhões, para ativar o Fundo Climático de Perdas e Danos. Este fundo será responsável por financiar iniciativas de adaptação em nações menos favorecidas diante dos impactos do aquecimento global. O pronunciamento ocorreu em Dubai, durante o primeiro dia da COP28, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que teve início ontem e seguirá até 12 de dezembro.

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Todos os países em progresso terão a oportunidade de receber apoio financeiro do fundo, o Brasil incluído. Contudo, está estabelecido um limite inferior para os menos desenvolvidos e as pequenas ilhas, que enfrentam a possibilidade de desaparecimento devido às rápidas transformações climáticas. Embora as nações em desenvolvimento tenham argumentado a necessidade de pelo menos R$ 400 bilhões, foi acordado que o fundo receberá um aporte mínimo de R$ 100 bilhões anualmente até 2030.

Dentro do grupo de países em ascensão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, destaca-se como uma das principais vozes exigindo recursos para sustentar essas adaptações e a preservação de ecossistemas. Na atual Conferência das Partes (COP), o Brasil pretende apresentar uma proposta inovadora para criar um novo fundo destinado à proteção de florestas. Uma distinção crucial em relação aos modelos existentes, como o fundo Amazônia, é que os repasses serão calculados com base nos hectares preservados, não no volume de carbono deixado de ser emitido na atmosfera.

Para contribuir com o fundo de perdas e danos, os Emirados Árabes Unidos, como país anfitrião da COP28, planejam alocar 100 milhões cada. O Reino Unido declarou um apoio de 60 milhões de libras para o fundo e mais 20 milhões para o mecanismo de financiamento. A União Europeia comprometerá 225 milhões de euros, equivalente a aproximadamente 1,2 bilhão de reais. Os Estados Unidos comunicaram um investimento de 17 milhões de dólares para o fundo, enquanto o Japão reservará 49 milhões de reais.

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O propósito do fundo é financiar iniciativas de adaptação em áreas globalmente mais suscetíveis, tais como sistemas de alerta para inundações, contenção de encostas e melhorias em drenagem urbana. Existe um consenso de que as nações economicamente desenvolvidas devem fornecer esses recursos, considerando sua significativa contribuição às emissões de gases de efeito estufa durante o desenvolvimento de seus países. Conforme a decisão, o fundo será temporariamente alocado no Banco Mundial por um período de quatro anos. Anteriormente, os países beneficiários eram contrários a essa alocação, mas acabaram cedendo para viabilizar o acordo.

A revelação de uma resolução no início do evento marca um acontecimento sem precedentes na história das COPES. De acordo com o principal negociador do Itamaraty, o embaixador André Corrêa do Lago, o presidente do Banco Mundial, Ajai Banga, indicou recentemente a intenção de incorporar um número significativo de representantes do G77, uma coalizão de países em desenvolvimento, no Conselho do Fundo. Este Conselho contará ainda com um secretariado independente.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) está programado para apresentar hoje cinco editais do Programa Mais Inovação Brasil, totalizando R$ 20,85 bilhões. Este programa é uma iniciativa conjunta entre o MCTI, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A meta é viabilizar financiamento para projetos nas áreas de transição energética, bioeconomia, infraestrutura e mobilidade. O anúncio será feito pela Ministra Luciana Santos, do MCTI, durante a COP28, com o lançamento acontecendo no estande da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

 

Opinião do Michel

 

Caro leitor,

À medida que a COP28 se desenrola, testemunhamos uma convergência inédita de potências econômicas comprometidas em mitigar os impactos devastadores do aquecimento global. O anúncio de um fundo significativo, ultrapassando a marca de R$ 2 bilhões, sinaliza um compromisso sério com a adaptação das nações mais vulneráveis.

A iniciativa é notável não apenas pela quantia substancial envolvida, mas também pela abordagem inovadora de calcular os repasses com base nos hectares preservados, rompendo com modelos tradicionais. Este é um passo significativo na direção certa, reconhecendo a importância da conservação de ecossistemas para enfrentar as mudanças climáticas.

A presença marcante do Brasil, liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na busca por recursos destinados à preservação de florestas é um destaque positivo. A proposta de criar um novo fundo, diferenciando-se do fundo Amazônia, mostra um esforço em adaptar as estratégias às necessidades específicas do país.

Contudo, é essencial permanecermos cautelosos e atentos às ações concretas decorrentes desses compromissos. As promessas financeiras devem ser seguidas por implementações eficazes e transparentes para garantir resultados tangíveis na luta contra as mudanças climáticas.

Neste cenário, a revelação de uma resolução no início do evento, com a intenção de incluir representantes do G77 no Conselho do Fundo, é um sinal positivo de inclusão e colaboração global.

No entanto, é crucial que, enquanto celebramos esses avanços, continuemos a pressionar por mais ações concretas e compromissos duradouros. A história das COPES nos ensina que palavras e promessas, embora valiosas, precisam ser respaldadas por ações corajosas para enfrentar o desafio climático que todos compartilhamos.

 

Atenciosamente,

Michelbanner

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