Tensões Escalam: Documento Vincula Bolsonaro a Campanha de Notícias Falsas, Advogado Abandona Defesa de Michelle Bolsonaro em Caso das Joias

Inquérito Examina a participação de Empresários na Conversa sobre um Levante em Caso de Vitória de Lula nas Eleições.

Ex-presidente e Michele Bolsonaro
Ex-presidente da república e Michele Bolsonaro. Foto: Folha - UOL

A investigação inicialmente focada na alegada conspiração de um golpe de Estado por parte de alguns dos empresários mais notáveis do país encontrou uma prova clara da envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro na disseminação de informações falsas e ataques às instituições.

O inquérito teve início em 2022, após o portal Metrópoles revelar discussões favoráveis a um levante caso Luiz Inácio Lula da Silva vencesse as eleições em um grupo frequentado por empresários de renome. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou a busca e apreensão de dispositivos móveis e outros itens de oito desses investidores.

Na última segunda-feira (21), o ministro decidiu manter dois desses empresários sob investigação: Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, e Luciano Hang, da Havan. As acusações contra os outros seis alvos foram descartadas.

O ministro concluiu que, apesar de terem divulgado e repassado informações incorretas, eles agiram dentro dos limites protegidos pela liberdade de expressão.

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Mensagem de Bolsonaro

Com relação a Nigri, a investigação será estendida por pelo menos mais 60 dias. A Polícia Federal suspeita que sua proximidade com Bolsonaro o tornava um intermediário na propagação de ataques contra as instituições em seus círculos.

A PF menciona uma mensagem específica em relação a isso. A mensagem vem do contato "PR Bolsonaro 8", que, segundo registros do STF, pertenceria a um dos números usados pelo ex-presidente. Essa mensagem foi encontrada no celular de Meyer Nigri e contém não apenas ataques contra membros do Supremo Tribunal, mas também informações falsas sobre urnas eletrônicas, pesquisas eleitorais e, por fim, a instrução: "Compartilhe ao máximo", destacada em letras maiúsculas.

Finalmente, ele menciona uma suposta manipulação, sem qualquer evidência substancial, e critica um instituto de pesquisa, alegando que ele exagerou os números a favor de Lula, que acabou vencendo a eleição, como todos sabem.

No texto atribuído a Bolsonaro, o ex-presidente critica a postura do ministro Luís Roberto Barroso, que defendeu o "processo eleitoral como seguro e confiável", e considera a defesa do voto eletrônico como uma "interferência".

Depois de emitir a ordem para disseminar notícias falsas e atacar Barroso, bem como outros ministros não identificados do STF e do TSE, Bolsonaro recebe uma resposta de Nigri. "Já compartilhei em vários grupos!" Como despedida, o empresário envia "abraços de Veneza" ao agora ex-presidente.

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Advogado Abandona Defesa de Michelle Bolsonaro no Caso das Joias

No domingo, a CNN informou que os advogados encarregados da representação legal de Jair Bolsonaro (PL) também assumiriam o caso envolvendo a ex-primeira-dama.

Daniel Bialski, advogado de Michelle Bolsonaro no caso das joias sauditas, emitiu um comunicado oficial nesta terça-feira (22) anunciando sua saída do caso. Bialski afirmou que a decisão foi tomada "em mútuo acordo".

"Quero informar que, em comum acordo com os interesses da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, estou deixando de ser seu advogado de defesa [...], uma vez que os advogados que atualmente representam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderão e irão representá-la de maneira competente a partir de agora", declarou na nota.

O novo advogado de Michelle Bolsonaro é Paulo da Cunha Bueno, o mesmo que representou o empresário Thiago Brennand, investigado por agressão e crimes sexuais.

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Opinião do Michel

É incrível como a história dos Bolsonaro tem tido altos e baixos notáveis. Lá em 2019, eles chegaram ao Palácio do Planalto sob a sombra das acusações de rachadinha. Lembro-me da imagem de Carlos, o filho Zero Dois, com um revólver na cintura, desfilando com o pai pela Esplanada dos Ministérios, em meio a uma multidão de camisas amarelas.

Agora, vemos a família Bolsonaro saindo do Brasil devido a um escândalo de roubo de joias valiosíssimas da Arábia Saudita. O plano de golpe, que estava acontecendo no final do ano passado, acabou não dando certo porque o Alto Comando do Exército não chegou a um acordo.

O que é curioso é como os generais bolsonaristas, que ajudaram Bolsonaro a chegar ao poder e a se manter lá, agora estão se afastando da perspectiva de um golpe que poderia não dar certo. No entanto, o escândalo das joias, que acabou ofuscando o caso da rachadinha, está se tornando cada vez mais intrigante.

A rachadinha, apesar de ser uma prática antiga, ganhou destaque porque um presidente nunca tinha sido acusado de usá-la para enriquecimento pessoal. Mas agora, as joias entram em cena, com um valor excepcional que levanta dúvidas sobre os motivos por trás desse presente da Arábia Saudita.

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Pense só: só o conjunto de joias destinado a Michelle Bolsonaro foi avaliado em mais de R$ 4 milhões, e tem mais peças na lista, incluindo um relógio todo coberto de diamantes, avaliado em R$ 1 milhão. A quantidade de diamantes é de impressionar, com mais de 3 mil só em um colar!

As joias masculinas também são de tirar o fôlego, com diamantes e rubis até nos mecanismos internos dos relógios. Em 2022, essas peças foram levadas aos Estados Unidos e vendidas. E a alegação de que o ajudante de ordens de Bolsonaro não sabia que era ilegal vendê-las é, no mínimo, questionável.

A Polícia Federal encontrou mensagens que sugerem que Bolsonaro estava ciente das tentativas de venda e resgate das joias. E o fato de ele ter admitido que autorizou a venda "dentro das quatro linhas" só torna essa história mais intrigante. As joias sauditas continuam sendo um mistério, e é importante que a investigação da Polícia Federal continue para esclarecer todos esses detalhes surpreendentes.

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