Ministro Dias Toffoli, do STF,
Invalida Evidências do Acordo de Delação Premiada entre a Força-Tarefa e a
Odebrecht, Critica Detenção de Lula como um dos Principais Equívocos
Judiciários na História Nacional e Solicita que AGU, Ministério da Justiça, PGR
e TCU Investiguem Ações de Procuradores
Dias Toffoli e Sergio Moro— Foto: Agência Brasil/ Reprodução |
Política- Polícia Federal e a Advocacia-Geral da União (AGU)
conduzirão uma investigação minuciosa na Operação Lava Jato no estado do
Paraná. Essas ações derivam da decisão proferida pelo Ministro Dias Toffoli, do
Supremo Tribunal Federal (STF), que invalidou evidências relacionadas ao
acordo de colaboração entre a força-tarefa e a Odebrecht. No documento, o
magistrado sublinhou que a detenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi
considerada como um dos mais significativos equívocos judiciais na história do
Brasil.
Toffoli ordena que instituições como a Advocacia-Geral da
União (AGU), o Ministério da Justiça, a Procuradoria-Geral da República (PGR)
e o Tribunal de Contas da União (TCU) examinem possíveis irregularidades
no comportamento dos procuradores envolvidos na Operação Lava Jato. Logo após,
o ministro Flávio Dino anunciou que despachará a Polícia Federal (PF)
para cumprir a determinação do juiz de investigar a 'conduta criminosa de
servidores públicos'.
Por sua vez, a AGU anunciou a formação de uma equipe
especial para também investigar a conduta imprópria de funcionários públicos e
buscar a compensação de danos decorrentes das decisões proferidas pelo Juízo da
décima terceira Vara Federal de Curitiba nos processos envolvendo o
ex-presidente Lula. Essa vara estava sob a direção do então juiz Sergio Moro,
que atualmente é senador pelo Paraná e que ratificou o acordo de colaboração
com a Odebrecht. Enquanto isso, a Controladoria-Geral da União (CGU),
uma entidade que se envolve em acordos desse tipo, embora não tenha participado
dos trâmites com a empresa, declarou que está avaliando o possível impacto das
anulações nos acordos em que esteve envolvida.
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A determinação de Toffoli foi uma resposta a uma
solicitação feita pela equipe de defesa do ex-presidente Lula. Os advogados
apontaram que os procedimentos legais não foram devidamente seguidos na
condução dos casos pela 13ª Vara Federal de Curitiba, alegando que seus
responsáveis agiram com tendenciosidade, interesses pessoais e motivação
política, visando prejudicar o político para fins eleitorais. Na análise de
Toffoli, as informações apresentadas no processo evidenciam irregularidades
cometidas pela Operação Lava Jato, que, como enfatizado, mirou empresas e
figuras públicas, causando danos ao estado.
"Devido à gravidade das situações alarmantes
documentadas neste processo, juntamente com várias outras decisões proferidas
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que também foram divulgadas e
amplamente conhecidas, seria até mesmo possível concluir que a prisão do
reclamante, Luiz Inácio Lula da Silva, poderia ser considerada como um dos
maiores erros judiciários já ocorridos na história do Brasil", afirmou
Toffoli. O ex-presidente do Brasil foi detido em abril de 2018 e passou um ano
e sete meses preso em Curitiba.
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Segundo o juiz, os procuradores e outros participantes do
caso estavam envolvidos em um plano de poder que, nos anos subsequentes,
resultaria em uma série de iniciativas que desencadeariam ataques à democracia
e às instituições. Ele enfatizou que a situação foi ainda mais grave do que se
pensava inicialmente, descrevendo-a como uma conspiração concebida como parte
de um projeto de poder de certos funcionários públicos em sua busca pelo
controle do Estado, utilizando métodos e ações que contrariavam a lei.
"Eu afirmo sem hesitação: esta foi a verdadeira origem
dos ataques à democracia e às instituições que já eram vislumbrados nas ações e
declarações desses agentes contra as instituições e até mesmo contra o Supremo
Tribunal Federal. Esse embrião destrutivo foi gestado por autoridades que
abusaram de suas funções, colaborando em conjunto para prejudicar instituições,
autoridades, empresas e alvos específicos", acrescentou o magistrado em
sua decisão.
FBI
Entre as evidências invalidadas por Toffoli, estão
informações provenientes dos sistemas Drousys e My Web Day, que supostamente
foram utilizados pela Odebrecht para gerenciar pagamentos ilícitos a
funcionários públicos. O ministro ordenou que o Ministério Público Federal (MPF)
no Paraná, a 13ª Vara Federal de Curitiba e a Polícia Federal (PF) entreguem
todo o material sob sua posse, incluindo mensagens obtidas pelos investigadores
durante a Operação Spoofing.
O que chamou a atenção do magistrado foram trechos de
mensagens que indicam que procuradores se encontraram com representantes do
Federal Bureau of Investigation (FBI) dos Estados Unidos para obter
informações sobre como acessar os sistemas Drousys e My Web Day. Estes
encontros teriam ocorrido sem a autorização do Ministério da Justiça, que é a
entidade responsável por conduzir cooperações internacionais.
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Opinião do Michel
Bom, pessoal, vamos falar sobre essa decisão do Ministro
Dias Toffoli, do STF, que está dando o que falar. Olha, ainda estamos vendo os
efeitos disso tudo, mas dá pra perceber que é algo que vai balançar o mundo
jurídico.
Essas provas da Odebrecht e os informantes ligados à
empresa eram tipo o pilar de muitos processos, investigações e decisões
judiciais da Lava Jato. Agora, com essa decisão, pode ser que uma fila de
dominós comece a cair, afetando outros casos.
O que o Ministro Toffoli fez foi meio que abrir uma caixa
de Pandora. Ele disse que essas provas não valem mais nada, e isso levanta a
questão sobre todos os outros acordos de leniência feitos durante a Lava Jato.
Muitos desses acordos também usaram informações dessas provas que agora foram
descartadas, e alguns deles foram feitos porque as autoridades pressionaram.
Então, é bem provável que isso crie um efeito dominó, forçando a revisão de
todos esses acordos.
E não podemos esquecer da questão da soberania. Essa história de compartilhar provas com os Estados Unidos e a Suíça, e ainda mandar dinheiro pra lá, sem seguir as regras certinhas, parece um tanto complicado, né? É como se tivessem pulado um monte de etapas importantes. Enfim, essa história toda está longe de acabar, e vai dar muito pano pra manga nos debates jurídicos.
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