O ministro israelense das Relações Exteriores declarou que Lula não seria recebido no país enquanto não retirasse seus comentários que equiparavam as ações de Israel na guerra contra o Hamas ao Holocausto.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, na Cúpula da União Africana em Adis Abeba, Etiópia, no sábado.Ricardo Stuckert/Agence France-Presse, via Presidência Brasileira |
Política- O presidente
brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ordenou o retorno do embaixador
brasileiro em Israel na segunda-feira, enquanto as tensões entre os países se
intensificavam devido aos comentários incisivos de Lula contra a guerra de
Israel contra o Hamas. Lula chamou o embaixador, Frederico Meyer, de volta ao
Brasil "para consultas", de acordo com um comunicado do Ministério
das Relações Exteriores. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel
Katz, repreendeu Meyer na segunda-feira pelos comentários nos quais Lula
comparou as ações de Israel na guerra ao Holocausto.
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“O
que está a acontecer na Faixa de Gaza com o povo palestiniano não tem paralelo
noutros momentos históricos”, disse Lula aos jornalistas durante a 37ª Cimeira
da União Africana em Adis Abeba, capital da Etiópia, no domingo. Mas,
acrescentou, “existia quando Hitler decidiu matar os judeus”.
Na
segunda-feira, Katz afirmou que Lula não seria recebido em Israel até que
retirasse seus comentários. Citando a "gravidade" das declarações
feitas por autoridades israelenses, o ministro das Relações Exteriores do
Brasil, Mauro Vieira, também convocou o embaixador israelense para uma reunião
no Rio de Janeiro no mesmo dia, conforme comunicado oficial. A retirada do
enviado por Lula não implica em uma ruptura permanente nas relações
diplomáticas, já que a Embaixada do Brasil em Israel continuará operando. No
entanto, a discordância destaca uma crescente divisão entre Israel e países que
têm sido hesitantes em apoiar sua ação militar em Gaza, principalmente a África
do Sul e o Brasil.
Lula,
presidente do Brasil, provocou a indignação das autoridades israelenses no
domingo ao equiparar as ações de Israel na guerra contra o Hamas ao Holocausto,
no qual seis milhões de judeus foram sistematicamente mortos pelos nazistas
durante a Segunda Guerra Mundial na Europa. Durante a 37ª Cúpula da União
Africana em Adis Abeba, Etiópia, Lula disse aos jornalistas que "o que
está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não tem paralelo em
outros momentos históricos", mas acrescentou que "existia quando
Hitler decidiu matar os judeus".
Em
seu discurso de abertura da cúpula no sábado, ele condenou tanto os ataques do
Hamas contra civis israelenses quanto "a resposta desproporcional de
Israel". Autoridades israelenses relatam que mais de 28 mil palestinos
foram mortos na invasão de Gaza por Israel, após o ataque liderado pelo Hamas
em 7 de outubro contra Israel, que resultou na morte de mais de 1.200 pessoas,
segundo autoridades israelenses. As declarações de Lula indignaram as
autoridades israelenses. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel
Katz, classificou os comentários como "vergonhosos e flagrantes" em
um comunicado nas redes sociais em hebraico. Ele anunciou que o embaixador do
Brasil seria convocado ao seu gabinete na segunda-feira para uma
"repreensão", enfatizando que "ninguém prejudicará o direito de
Israel de se defender".
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu,
expressou sentimentos semelhantes em sua própria postagem nas redes sociais.
Ele acusou o presidente do Brasil de "trivializar o Holocausto e tentar
prejudicar o povo judeu e o direito de Israel de se defender",
acrescentando que "comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é
ultrapassar uma linha vermelha". Netanyahu também afirmou em uma
declaração separada que Lula "desonrou a memória dos seis milhões de
judeus assassinados pelos nazistas e demonizou o Estado judeu como o mais
virulento anti-semita".
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Dani Dayan, presidente do Yad Vashem, o memorial do
Holocausto de Israel, também criticou os comentários de Lula, declarando em
comunicado que era "extremamente decepcionante que o líder brasileiro, de
um país de grande importância, recorresse à distorção do Holocausto e à
disseminação do antissemitismo de forma tão evidente".
O Hamas, por sua vez, elogiou os comentários do presidente
brasileiro em uma declaração nas redes sociais e expressou gratidão pela
comparação entre o Holocausto e os atuais combates em Gaza.
O presidente do Brasil, inicialmente, condenou o ataque
liderado pelo Hamas em 7 de outubro, mas desde então tem criticado a resposta
de Israel. Em novembro, ao receber um voo com cerca de 30 pessoas que saíram de
Gaza através do Egito com a assistência do governo brasileiro, ele denunciou o
impacto da guerra sobre os civis, afirmando: "Nunca vi uma violência tão
brutal e desumana contra pessoas inocentes".
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