Fed reduz taxa de juros enquanto o Copom eleva Selic: desafios e estratégias dos Bancos Centrais

Estados Unidos e Brasil tomam direções opostas em suas políticas monetárias, visando equilibrar a inflação e o mercado de trabalho.

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Jerome Powell e Roberto Campos neto. 

Fonte: Seu dinheiro



Brasília, 18 de setembro de 2024 — Em uma semana marcada por decisões estratégicas nos dois maiores bancos centrais das Américas, o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos optou por cortar drasticamente suas taxas de juros, enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) do Brasil decidiu aumentar a taxa Selic. Ambas as decisões refletem as particularidades econômicas de cada país, bem como as estratégias distintas para enfrentar os desafios inflacionários e proteger o mercado de trabalho.

     

    Estados Unidos: corte de meio ponto percentual pelo Fed

    O Federal Reserve dos Estados Unidos anunciou, na quarta-feira, um corte de meio ponto percentual em sua taxa de juros, reduzindo-a para 4,9%. Essa ação visa, principalmente, sustentar a recuperação do mercado de trabalho, mesmo com a inflação já em trajetória descendente.

    Jerome Powell, presidente do Fed, expressou otimismo durante sua coletiva de imprensa. “Nossa abordagem paciente ao longo do último ano rendeu frutos, mas agora os riscos de desemprego cresceram”, declarou. A decisão de cortar as taxas reflete a preocupação em evitar que a desaceleração econômica cause maiores danos ao mercado de trabalho.

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    As autoridades do Fed preveem que novos cortes ocorrerão até o fim do ano, com a expectativa de que a taxa de juros atinja 4,4% em dezembro, buscando um equilíbrio entre o controle inflacionário e a preservação de empregos.

    Brasil: Copom eleva Selic para 10,75% ao ano

    Na contramão da decisão americana, o Banco Central do Brasil elevou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, levando-a a 10,75% ao ano. A medida foi tomada diante de um cenário de inflação persistente, além de um mercado de trabalho aquecido, que tem pressionado os preços, principalmente no setor de serviços.

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    Copom eleva o juros da Selic.Crédito...Foto: SERJUSMIG

    O Copom destacou a resiliência da atividade econômica brasileira e as pressões inflacionárias como principais fatores para a elevação da Selic. “O cenário externo permanece desafiador, com incertezas quanto ao ritmo da desaceleração global e seu impacto sobre economias emergentes”, afirmou o Comitê em nota oficial. As projeções para a inflação em 2024 e 2025 estão em torno de 4,4% e 4,0%, respectivamente.

    Estratégias opostas em resposta a contextos distintos

    Enquanto o Fed enxerga sinais claros de desaceleração inflacionária, permitindo cortes na taxa de juros para evitar um aumento expressivo no desemprego, o Banco Central brasileiro enfrenta um cenário de inflação mais resistente, o que exige uma postura mais conservadora e contracionista.

    Especialistas apontam que, embora ambas as economias enfrentem desafios semelhantes, como a necessidade de controlar a inflação sem prejudicar o emprego, as condições específicas de cada país determinam as diferentes abordagens monetárias. Nos Estados Unidos, o Fed aposta em um “pouso suave” da economia, evitando a recessão, enquanto no Brasil, o Copom segue cauteloso diante de uma inflação acima da meta.

    Perspectivas globais e impacto nos mercados

    As decisões dos dois bancos centrais refletem um ambiente de incerteza global. Economias emergentes, como o Brasil, continuam suscetíveis às políticas monetárias dos países desenvolvidos. A elevação da Selic no Brasil, por exemplo, também visa conter a desvalorização cambial, fator importante para controlar a inflação de bens importados.

    Os próximos meses serão cruciais para observar os efeitos das políticas monetárias adotadas, especialmente com as previsões de novos cortes de juros nos Estados Unidos e possíveis ajustes futuros na Selic no Brasil.

    Para os consumidores, a queda das taxas de juros nos EUA pode trazer algum alívio no financiamento de imóveis, enquanto no Brasil, o aumento da Selic tende a encarecer o crédito, impactando diretamente o consumo e o crescimento econômico.




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