Mercados Globais Reagem a Dados Econômicos e Tensão no Oriente Médio

Atividade econômica dos EUA surpreende, inflação na Europa diminui e tensões no Oriente Médio impulsionam o petróleo, afetando mercados globais e a economia brasileira.

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Gabriel Galípolo e Fernando Haddad. Foto: Agência Brasil - EBC 

Brasília, 7 de outubro de 2024 — A última semana foi marcada por fortes movimentações nos mercados globais, com destaque para os dados econômicos positivos nos Estados Unidos e a crescente tensão no Oriente Médio. Esses fatores impactaram diretamente o dólar, o preço do petróleo e as bolsas globais, incluindo o Brasil, onde a elevação do rating soberano foi ofuscada pelas incertezas fiscais e pela pressão cambial.

     

    A economia dos Estados Unidos apresentou sinais de resiliência na última semana, surpreendendo analistas com dados do mercado de trabalho em setembro e o índice de serviços do ISM, ambos acima das expectativas. Esses números reforçaram as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que indicou uma abordagem mais moderada para os cortes de juros futuros. O mercado agora prevê reduções de 25 pontos base nas reuniões de novembro e dezembro, fortalecendo o dólar frente a outras moedas.

    Na Europa, a inflação mais baixa impulsionou as expectativas de que o Banco Central Europeu possa reduzir os juros na reunião de outubro. Apesar disso, o grande destaque global foi o aumento das tensões no Oriente Médio. A possível participação do Irã no conflito fez com que o preço do petróleo se recuperasse após uma semana de queda. Com a aversão ao risco em alta, os mercados acionários globais apresentaram leves recuos, com exceção da China, que continua sentindo os efeitos de pacotes de estímulo econômico.

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    No Brasil, o principal evento foi a elevação do rating soberano pela agência Moody's, agora com perspectiva positiva. Entretanto, o impacto foi limitado devido às persistentes incertezas em torno das contas públicas e à influência do cenário externo, especialmente as tensões geopolíticas e o ritmo mais lento de corte de juros nos Estados Unidos, que pressionaram o câmbio, os juros e o índice Bovespa.

    Agenda da Semana:

    Para os próximos dias, o foco estará nos dados de inflação de setembro nos Estados Unidos. Na quinta-feira, será divulgado o Índice de Preços ao Consumidor (CPI), e na sexta-feira, o Índice de Preços ao Produtor (PPI). As expectativas apontam para uma alta mensal de 0,1% no CPI e 0,2% no núcleo do PPI. Esses números são vistos como cruciais para medir o ritmo de convergência da inflação à meta do Fed.

    No Brasil, o destaque será a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, esperado para quarta-feira. Após uma deflação de 0,02% em agosto, projeta-se uma alta de 0,48%, puxada pelos grupos de habitação e alimentação, com influência de impactos climáticos, como a seca. Além disso, o IBGE divulgará dados de atividade econômica referentes a agosto, com destaque para o setor de comércio, no qual se espera uma alta de 0,4% no conceito ampliado e uma queda de 0,5% no conceito restrito. 

    O setor de serviços, de maior peso na economia brasileira, também terá seus dados divulgados na sexta-feira. A projeção é de um crescimento modesto de 0,2%, com destaque para os serviços prestados às famílias. Apesar da modéstia desses números, a economia brasileira continua mostrando sinais de crescimento consistente em termos anuais. 

    Na esfera política, em Brasília, ocorre nesta semana a sabatina de Gabriel Galípolo no Senado, indicado para assumir a presidência do Banco Central em janeiro. Embora não se esperem grandes surpresas no curto prazo, o evento é considerado importante para o futuro da política monetária do país. Com uma agenda econômica movimentada e tensões geopolíticas em escalada, os mercados globais estão em alerta. No Brasil, enquanto a atividade econômica mostra sinais de resiliência, o cenário fiscal e externo continua a representar desafios para a estabilidade financeira.




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