Chavismo triunfa em referendo sobre incorporação de área da Guiana

 A comissão eleitoral indicou um sucesso superior a 95% para a escolha da anexação de Essequibo, uma região onde foi encontrada uma das maiores reservas de petróleo per capita globalmente.

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Foto: Reprodução O Globo

Internacional- A CNE da Venezuela, sob o controle do governo chavista, anunciou uma vitória esmagadora no plebiscito consultivo que determinava a anexação de Essequibo, representando 70% do território da Guiana. De acordo com as autoridades eleitorais, a aprovação para o "sim" em todas as 5 perguntas ultrapassou os 95%.

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O presidente do CNE, Elvis Amoroso, celebrou de forma clara e expressiva a vitória do "SIM" por Essequibo. De acordo com ele, mais de 10 milhões de pessoas participaram, em um eleitorado de mais de 20 milhões. Apesar das alegações de baixa participação pela oposição, Amoroso afirmou que a cifra foi histórica.

Em seu discurso, Nicolás Maduro, o presidente da Venezuela, declarou que o resultado representa o início de uma nova fase no processo de anexação do território guianense. Ele afirmou que o povo decidiu em resposta à insolência da Guiana e da ExxonMobil, uma empresa petrolífera americana. Vale ressaltar que a consulta não vinculativa não aborda a autodeterminação, uma vez que essa região de 160 mil quilômetros quadrados é administrada pela Guiana, e seus 125 mil habitantes não participaram do plebiscito.

Território disputado entre Venezuela e Guiana


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Partidos e figuras políticas da oposição observaram uma reduzida adesão nas eleições desde o meio da tarde, compartilhando imagens em redes sociais de centros eleitorais vazios ou com pouca presença de eleitores. Cenas de baixa participação também foram divulgadas pela imprensa local e registradas pela agência EFE, que, às 15h de Brasília, indicava uma participação de 12%.

Grupo Atlântico Sul
Fonte: Grupo Atlântico Sul

As disputas territoriais estão centradas nas reservas de petróleo da Guiana. A identificação de petróleo bruto no país em 2015 pela ExxonMobil, empresa americana, provocou uma transformação econômica significativa. A antiga colônia britânica possui aproximadamente 11 bilhões de barris de reservas comprovadas de petróleo bruto, equivalendo a cerca de 0,6% do total mundial.

Essequibo se destaca como o território com a maior reserva per capita global. Até 2028, a nação pode alcançar uma produção diária de 1,2 milhão de barris, colocando a Guiana como o principal produtor per capita do mundo. A economia guianense está entre as de crescimento mais acelerado globalmente, porém, há preocupações quanto à capacidade de explorar plenamente o potencial petrolífero. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o país registrou um crescimento de 62% no ano passado e projeta um aumento superior a 37% neste ano.

A revelação coincidiu com a deterioração da indústria de petróleo na Venezuela, mergulhada em episódios de corrupção e administração inadequada.

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