A determinação do presidente argentino em estabelecer laços com o futuro líder da Casa Branca resultou em uma jornada de dois dias por diferentes espectros políticos nos Estados Unidos.
Política- O presidente
argentino, Javier Milei, encontrou-se com o secretário de Estado dos EUA,
Antony J. Blinken, em Buenos Aires na manhã de sexta-feira para discutir a
forma como está reformulando a política externa da Argentina em sintonia com os
Estados Unidos. Pouco depois, ambos partiram em aviões separados para
Washington. Enquanto Blinken retornava à Casa Branca para se reunir com o
presidente Biden, Milei seguia para a Conferência de Ação Política Conservadora
(CPAC), onde estava programado para discursar ao lado do ex-presidente
Donald J. Trump, abordando possíveis críticas à esquerda.
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O
movimentado roteiro de Milei, indo de sul a norte e da esquerda para a direita,
evidencia como o novo presidente argentino está tentando se adaptar às
complexidades políticas dos Estados Unidos em um ano eleitoral, reconhecendo a
importância do próximo governo para seu próprio êxito. Além de ser o principal
investidor estrangeiro na Argentina e o terceiro maior parceiro comercial, os
Estados Unidos exercem considerável influência sobre o Fundo Monetário
Internacional, ao qual a Argentina tem uma dívida de 40 bilhões de dólares.
A
situação financeira da Argentina está em estado crítico - o novo lema de Milei
é "Sem dinheiro" - e sua estratégia para enfrentar a crise financeira
pode depender da obtenção de mais recursos do FMI e de prazos mais longos para
pagamento. Ele está avançando com seus planos econômicos enquanto a inflação
anual do país ultrapassa os 250%, a mais alta do mundo por algumas medidas, e
os protestos e greves aumentam. Milei expressou o desejo de estabilizar a
economia argentina, algo que nenhum presidente conseguiu em décadas, e
mencionou a possibilidade de adotar o dólar americano como moeda nacional.
Desde que assumiu o cargo em dezembro, Milei tem mantido uma relação positiva
com o governo Biden, apesar de ser um ex-analista de televisão que apoiou as
alegações de fraude eleitoral de Trump em 2020. Ele tem criticado a China e a
Rússia, países estreitamente alinhados com os Estados Unidos e Israel, e
retirou a Argentina dos planos de ingresso nos BRICS, a aliança de nações em
desenvolvimento concebida para contrabalançar o poder dos EUA.
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No início da reunião com Blinken na sexta-feira, Milei
informou aos repórteres: “A Argentina optou por se alinhar novamente com o
Ocidente, com o progresso, com a democracia e, acima de tudo, com a liberdade”.
Após a reunião, ao ser questionado sobre os planos de
viagem do Sr. Milei, Blinken respondeu: “Isso é totalmente decisão dele”. Ele
acrescentou que “em nome do Presidente Biden, não poderia estar mais satisfeito
com a reunião que acabamos de ter”.
Os Estados Unidos têm muito a ganhar na Argentina,
especialmente nas vastas reservas de minerais estratégicos do país, como o
lítio, essencial para baterias de carros elétricos. Esse foi um dos tópicos
discutidos por Milei e Blinken na sexta-feira.
Entretanto, a amizade que Milei busca estabelecer com Biden
é complicada pela sua tentativa separada de promover sua imagem global como um
combatente contra a esquerda moderna, que ele acusa de disseminar o socialismo
e o ativismo pela justiça social no Ocidente.
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O discurso de Milei, criticando o socialismo e o feminismo
no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, este ano, tornou-se viral após ser
compartilhado pelo bilionário Elon Musk com milhões de seguidores.
Milei se opõe à "justiça social", argumentando
que ela envolve "tirar algo de alguém para ajudar outra pessoa",
afirmou Diana Mondino, ministra das Relações Exteriores da Argentina, durante
uma coletiva de imprensa com Blinken na sexta-feira. Ela destacou que, mesmo
que Milei e Biden não compartilhem todas as opiniões, ainda podem ter uma
relação cordial. "Vivemos em um mundo muito complexo", acrescentou.
Trump tem expressado seu apoio a Milei repetidamente,
esperando que ele "faça a Argentina grande novamente" em postagens
online. No entanto, os dois ainda não se encontraram pessoalmente.
Isso pode mudar no sábado, quando ambos serão os principais
palestrantes no dia de encerramento do CPAC, que se transformou em um festival
proeminente para apoiadores de Trump nos últimos anos. Outros palestrantes
incluem o analista Steve Bannon, o empresário Mike Lindell e os congressistas
de extrema direita Jim Jordan e Matt Gaetz.
É provável que Milei seja tratado como uma figura
proeminente entre os conservadores durante o evento. Seu status de celebridade
entre os conservadores já foi evidente esta semana, quando o senador
republicano Marco Rubio, da Flórida, visitou Buenos Aires. Milei presenteou
Rubio com uma caneca de café inscrita com "Sem dinheiro", e o senador
pediu que ele autografasse. Rubio então passou a caneca para um de seus
assessores, dizendo: "Não deixe sujar isso".
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