Parlamentar apoiador de Bolsonaro aponta dedo para colega e é reprimido na Comissão Parlamentar de Inquérito de 8 de janeiro.

Brunini apontou o dedo em direção ao deputado Duarte Júnior, que falava na sessão do colegiado, durante depoimento de ex-diretor da Abin, para aparecer em vídeo

Parlamentar, Abilio Brunini, se comporta igual a uma criança em CPI. Imagem: Reprodução/TV Brasília

Brasília - O deputado do partido PL de Mato Grosso, Abilio Brunini, conhecido por seu apoio a Bolsonaro, recebeu uma repreensão do presidente da Comissão

Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) realizada em 8 de janeiro, Arthur Maia, representante da União Brasil pela Bahia. A reprimenda aconteceu durante a sessão realizada na terça-feira, 1°, após Abilio apontar o dedo em direção ao deputado Duarte Júnior do partido PSB do Maranhão. Maia declarou que Abilio "envergonha a CPI" e pediu que o parlamentar levasse a sério o trabalho do colegiado.

Em uma sessão ocorrida na terça-feira, 1º de agosto de 2023, durante o depoimento de Saulo Moura da Cunha, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), o deputado Duarte Júnior do PSB iniciou os questionamentos, dando início a uma discussão. Abílio Bruninho, que não faz parte da Comissão de Investigação, mas frequentemente marca presença nas reuniões, começou a apontar o dedo em direção ao deputado do PSB, com o objetivo de aparecer na transmissão de vídeo.

Após uma breve interrupção em sua fala, Duarte Júnior solicitou a intervenção de Maia diante da atitude de Brunini. O presidente da Comissão respondeu que o deputado do PL não costuma desempenhar seu papel de forma adequada como parlamentar e enfatizou que a comissão não é um ambiente para brincadeiras.

“Eu peço que Vossa Excelência leve a sério essa CPI, leve a sério o trabalho de todos nós. Nós não podemos admitir um negócio desse. Pelo amor de Deus, o senhor está sendo visto pelo brasil inteiro. O deputafo está falando e Vossa Excelência com o dedo apontando para aparecer no vídeo com a cabeça do deputado”, disse Maia.

Após receber uma repreensão de Maia, o deputado do partido PL, que estava posicionado atrás de Duarte Júnior, levantou-se e mudou-se para a cadeira ao lado do parlamentar do PSB. Duarte Júnior persistiu em solicitar a remoção de Abílio Brunini da CPI, porém, a presidente da comissão não atendeu ao pedido. Maia aumentou o tom e criticou as ações do aliado de Bolsonaro, chamando-as de "palhaçada". "Exijo que Vossa Excelência se comporte adequadamente", declarou o presidente da comissão.

Fonte: Reprodução/TV Senado

“Isso é inadmissível. Vossa Excelência reiteradamente tem feito um papel aqui que não é condizente com o papel de um parlamentar, e Vossa Excelência está envergonhando essa CPI. E, realmente, se Vossa Excelência continuar com esse tipo de atitude, eu vou ter quebtomar uma medida contra Vossa Excelência, o que não é de maneira nenhuma o meu desejo", disse o presidente da CPI.

Antes de continuar com as perguntas ao ex-diretor da ABIN, Duarte Júnior fez uma declaração criticando o comportamento de Abilio Bunini, alegando que ele se comporta de forma imatura e inadequada. O parlamentar do PSB também mencionou que o colega não demonstra a postura esperada de um representante eleito pelo voto popular. "Se um aluno agisse assim em sala de aula, seria levado à direção, receberia uma advertência ou até mesmo uma suspensão", afirmou.

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Parlamentar enfrenta acusação de transfobia

Durante a última sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito em 8 de janeiro, antes do recesso parlamentar, ocorrido em 11 de julho, Brunini se viu envolvido em uma nova controvérsia após supostamente fazer comentários homofóbicos direcionados à deputada Erika Hilton do PSOL de São Paulo durante a reunião do colegiado.

O senador Rogério Carvalho do PT de Sergipe afirmou que o parlamentar do PL alegou que Erika Hilton estava "oferecendo serviços", uma declaração que foi corroborada pela senadora Soraya Thronicke do Podemos do Mato Grosso do Sul. Ambos estavam sentados em frente ao aliado de Bolsonaro.

Diante dessa acusação, Arthur Maia solicitou à Polícia Legislativa que investigasse o ocorrido para esclarecer o caso de suposta transfobia.

A origem dos quase 90 mil votos de Abílio

Fatores como influência de Bolsonaro, votos de protesto e apoio religioso são apontados como determinantes.

Abílio Brunini conquista vaga de deputado federal com apoio do bolsonarismo e recordes de votos em Mato Grosso

Na esteira do movimento bolsonarista, Abílio Brunini garantiu sua cadeira no Congresso Nacional, levando consigo o recall da campanha a prefeito de Cuiabá e angariando votos de protesto, além de contar com o apoio dos fiéis da Assembleia de Deus. Sua expressiva votação totalizou 87.072 votos, dos quais quase metade (41.621) foram obtidos em Cuiabá, onde já ocupou o cargo de vereador e chegou ao segundo turno das eleições municipais de 2020 como candidato a prefeito. O Partido Liberal (PL), ao qual Abílio está filiado, conquistou quatro cadeiras na Câmara dos Deputados.

Além de sua força eleitoral na capital, Abílio opalavras obteve mais de mil votos em outros cinco municípios importantes: Lucas do Rio Verde (1.511), Sinop (1.865), Rondonópolis (2.410), Tangará da Serra (2.502) e Várzea Grande (14.728). Suas menores votações foram registradas em municípios como Araguainha (2), Serra Nova Dourada e Ribeirãozinho, ambos com apenas 3 votos, e Canabrava do Norte (4). Com uma base eleitoral ampla e representativa, Abílio Brunini assegurou sua posição como uma das principais vozes políticas do estado de Mato Grosso.

Opinião do Blog

Nota-se que o parlamentar Abilio Brunini não possui nenhum comprometimento com a CPI e, mesmo não fazendo parte da Comissão, faz questão de comparecer para tumultuar. Imagino como os fiéis da igreja Assembleia de Deus estão chocados com a postura do parlamentar, que contraria os mandamentos de Deus. Abilio é um deputado que, segundo o portal da Câmara Legislativa, possui quatro ausências não justificadas em quatro reuniões em comissões. É um político que claramente não tem condições de representar um estado tão importante quanto Mato Grosso e, principalmente, a população de Cuiabá.